Doença de Castleman: o que é, causas e tratamento

Saúde
25 de Outubro, 2022
Doença de Castleman: o que é, causas e tratamento

A doença de Castleman é um conjunto de desordens do organismo que atinge os linfonodos. Ou seja, estruturas minúsculas que funcionam como uma espécie de filtro para substâncias perigosas no organismo.

Essa condição, ao ser analisada em um microscópio, mostrará que os linfonodos estão em um tamanho acima do normal. Assim, o crescimento pode ser em um único grupo, o que caracteriza a doença na forma unicêntrica, ou em vários grupos ao longo do corpo, o que significa que a doença é multicêntrica.

Causas da doença de Castleman

Não se sabe ao certo a causa exata da doença de Castleman, mas ela costuma estar relacionada à baixa defesa imunológica do organismo. Por isso, os indivíduos imunossuprimidos, principalmente os que têm HIV positivo, são os mais propensos a apresentarem essa condição, especialmente os diagnosticados com coinfecção pelo que os médicos chamam de herpesvírus 8.

Além disso, embora seja normalmente vista em adultos, especialmente a partir dos 40 a 60 anos, a doença também pode acometer crianças.

Sintomas da doença de Castleman

Os sintomas da doença de Castleman variam de acordo com o subtipo. As unicêntricas nem sempre causam sintomas e, quando causam, são geralmente associados ao aumento do linfonodo, ou seja, pela percepção do surgimento do nódulo em si. Um exemplo comum nesses casos é uma dor no nervo persistente.

Por outro lado, a doença multicêntrica é mais associada a ocorrência de sintomas, que podem ser leves como de uma gripe, ou mais graves, como febre intensa, sudorese, perda de peso, fadiga, acúmulo de líquidos, aumento no tamanho do fígado ou do baço e alterações laboratoriais.

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Diagnóstico

O diagnóstico da doença de Castleman é feito pela biópsia do linfonodo acometido. Também existem critérios laboratoriais para identificar essa condição, que incluem o aumento de marcadores inflamatórios como VHS e o PCR, as alterações em hemograma como anemia e plaquetopenia, alterações renais, hepáticas, entre outros. 

Também é importante a realização de um exame de imagem, seja tomografia computadorizada de pescoço, tórax, abdômen e pelve ou então o PET CT para identificação do número e localização das regiões acometidas. É importante fazer o diagnóstico diferencial com outras doenças, principalmente infecciosas, autoimunes e neoplásicas.

Tratamento

Assim como nos sintomas, o tratamento da doença de Castleman depende do subtipo. Na unicêntrica, a remoção cirúrgica do linfonodo aumentado costuma ser curativa na grande maioria dos casos. Quando não é possível operar, pode ser feito o uso de radiação, embolização ou terapias sistêmicas com uso de anticorpos monoclonais, corticoterapia e agentes imunomoduladores.

Já a multicêntrica costuma ser mais grave e difícil de tratar, não sendo indicada a ressecção cirúrgica ou irradiação. Nesses casos, são feitas as terapias sistêmicas com o uso de anticorpos monoclonais, corticoterapia, agentes imunomoduladores e até mesmo a quimioterapia. 

Nos casos de HIV positivo, a terapia antirretroviral está indicada, assim como a terapia antiviral nos casos de infecção pelo herpesvírus 8. Por fim, vale dizer que não existe prevenção para a doença de Castleman propriamente dita. 

Mas devido ao reconhecimento da incidência da doença em pacientes HIV positivo, uma forma de prevenção seria evitar a contaminação com o vírus por meio de cuidados com o uso preservativo nas relações sexuais e evitar o compartilhamento de seringas. 

Fonte: Dra. Maria Cecilia Borges Bittencourt, hematologista do Grupo Oncoclínicas.

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