Doença celíaca pode afetar o cérebro causar alterações neurológicas

Alimentação Bem-estar Saúde
03 de Junho, 2022
Doença celíaca pode afetar o cérebro causar alterações neurológicas

Pessoas que sofrem com a doença celíaca não podem consumir alimentos com glúten, como pães, farinhas e massas, uma vez que produzem anticorpos contra esse composto de proteínas. Caso haja a ingestão desses alimentos, desenvolve-se um quadro de inflamação, no qual a pessoa sente desde um incômodo intestinal mais simples, até sintomas mais severos. Entretanto, a condição não interfere somente nas refeições do indivíduo. Na verdade, a doença celíaca afeta o cérebro e pode causar alterações neurológicas.

De acordo com o médico neurocirurgião e pesquisador Marcelo Valadares, além dos sintomas gastrointestinais comuns, a doença celíaca causa outros efeitos no corpo e no comportamento do paciente. “A doença celíaca é considerada multissistêmica, portanto pode acometer inúmeras regiões do organismo, incluindo o cérebro”, explica.

Doença celíaca afeta o cérebro: sintomas

O especialista ainda cita quais são as alterações neurológicas mais recorrentes em pessoas que têm a doença celíaca: “Entre as principais formas de manifestações neurológicas da condição, estão a cefaleia, a neuropatia periférica e a ataxia.”

A cefaleia é um termo técnico para se referir à dor de cabeça. Marcelo esclarece que a aparição do sintoma se dá pois o contato com o glúten desencadeia uma resposta sistêmica do corpo, com produção de irradiadores inflamatórios. “Eles causariam, por exemplo, os sintomas das dores de cabeça. É por isso que um celíaco diagnosticado que reduz o glúten e tem enxaqueca, por exemplo, diminui a frequência das dores com a retirada da proteína da alimentação”, pontua.

A neuropatia periférica, por sua vez, se trata de uma falha de comunicação entre o cérebro e a medula espinhal. Dessa forma, é comum que os pacientes sintam fraqueza, dormência e dor nos pés e nas mãos. “Outra doença que também pode causar neuropatia periférica é o diabetes melittus”, completa o profissional.

Por fim, a ataxia impacta na coordenação motora do indivíduo. Ela surge quando há algum tipo de dano no cérebro, nervo ou músculos. “As ataxias são sintomas de incoordenação motoras no cerebelo, que é responsável por diversas funções”, diz. O neurocirurgião explica que essa condição acomete pessoas que têm doença celíaca, já que existe um processo inflamatório no cerebelo associado à intolerância ao glúten.

Entre as principais formas de manifestação neurológica observada em celíacos, está a ataxia. “As ataxias são sintomas de incoordenação motoras no cerebelo, que é responsável por diversas funções. Pacientes com doença celíaca frequentemente podem ter um processo inflamatório no cerebelo, e isso pode levar à incoordenação da fala e dos movimentos dos braços ou das pernas”, esclarece o neurocirurgião.

Leia também: Alimentos que contêm glúten, e você nem imagina

O que fazer?

Acima de tudo, é necessário que o paciente seja tratado de forma multidisciplinar, afinal a doença celíaca não se resume a um problema gastrointestinal. Além disso, é importante estar atento aos sinais do corpo. Isso porque a intolerância ao glúten não é facilmente identificada e, por vezes, o paciente não consegue o diagnóstico adequado.

Além disso, a doença celíaca não possui cura e, por isso, a retirada completa de alimentos com glúten é a única tática que garante a qualidade de vida do indivíduo — sem dores, desconfortos e outras complicações.

Atualmente, além de existir diversas opções de alimentos sem glúten no mercado, influenciadores desse nicho começaram a crescer nas redes. O perfil Mãe de Celíaca, por exemplo, já conta com mais de 422 mil seguidores no TikTok e 136 mil no Instagram. Nas plataformas, Gra compartilha as receitas que prepara para a sua filha Bella que tem intolerância ao glúten. Assim, acompanhar influenciadores e testar receitas em casa é uma forma de lidar com a condição.

Fonte: Marcelo Valadares, médico neurocirurgião e pesquisador da Disciplina de Neurocirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp e do Hospital Albert Einstein.

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