Diabetes tipo 2 tem cura? Saiba mais sobre a doença

Diabetes tipo 2 tem cura? Saiba mais sobre a doença

Uma das perguntas que os médicos mais ouvem quando o assunto é diabetes é: “o diabetes tipo 2 tem cura?”. Atualmente, sabe-se que a doença tem como principal causa a predisposição genética e a resistência do corpo à ação da insulina. Este hormônio é fundamental para o controle dos níveis de açúcar (glicose) no sangue.

Quando ocorre o diabetes, os níveis de glicose aumentam. Diferentemente do diabetes tipo 1, que surge mais comumente em crianças e adolescentes, o diabetes tipo 2 é adquirido ao longo da vida, sendo mais comum em adultos e idosos. Confira se é possível reverter o quadro e quais hábitos devem ser adotados.

Causas do diabetes tipo 2

As causas são multifatoriais, como a herança genética associada ao estilo de vida, excesso de peso e sedentarismo. Os principais fatores de risco para surgimento da doença também incluem não fazer atividade física, sobrepeso ou obesidade, aumento da circunferência abdominal, hipertensão e parentes com diabetes. 

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O consumo excessivo de alimentos processados, açúcar e gorduras levam ao sobrepeso ou obesidade, que aumentam o risco de diabetes e hipertensão, além de deposição de gordura no fígado. Por isso, não é raro ter diabetes tipo 2 e ao mesmo tempo, doenças cardíacas, hipertensão e outros problemas de saúde. 

Além disso, associada a esse cenário, a predisposição genética também pode favorecer o diabetes tipo 2, assim como a idade. Pessoas acima de 45 anos, por exemplo, têm mais chances de desenvolver a condição. Na maioria das vezes, o diabetes não apresenta sintomas, por isso é tão importante fazer exames de rastreio para essa doença. Quando a glicose está muito alta, sintomas como cansaço, boca seca, muitas idas ao banheiro para urinar, visão embaçada, formigamento nos pés e nas mãos e dificuldade de cicatrização de feridas podem ocorrer.

Afinal, existe cura do diabetes tipo 2?

Há muitos anos a ciência estuda alternativas para o tratamento definitivo da doença,  ainda não tendo encontrado a cura. No entanto, é possível controlar o quadro. A resposta está na combinação da mudança de hábitos alimentares, controle do peso, com ou sem uso de medicações, o que viabiliza o controle da glicemia.

Atualmente, existe o conceito de “remissão” do diabetes. Estudos mostram que pacientes que estavam muito acima do peso e fizeram cirurgia bariátrica conseguiram alcançar o controle dos níveis de glicose mesmo sem usar medicamentos. Mas, este controle sem medicamentos depende de alguns fatores, como o tempo de doença. Quanto menos tempo o paciente tem de diabetes, maiores são as chances da doença entrar em remissão.  

Mas não é somente a cirurgia bariátrica que pode promover a remissão do diabetes. Estudos recentes também mostram que pacientes com obesidade que tiveram perdas de peso significativas (como 15% do peso) também alcançaram a remissão. Mas por que não falamos a palavra “cura”? Sabemos que se o indivíduo voltar a ganhar peso e ter maus hábitos alimentares, provavelmente precisará novamente de medicamentos para diabetes. Portanto, manter hábitos saudáveis e o controle do peso ajudam a manter a doença sob controle.

Mesmo que uma pessoa com diabetes ou obesidade não consiga controlar o quadro apenas com a mudança no estilo de vida, com o uso correto das medicações, e a manutenção das glicemias nas metas combinadas com a equipe de saúde (em geral, a hemoglobina glicada A1c < 7% , as glicemias em jejum < 130 mg/dL e as glicemias 2 horas após as refeições < 180 mg/dL) a saúde continua sendo beneficiada, pois há a redução das complicações do diabetes, como problemas na retina, nos rins, infarto, AVC, amputações e alterações nos nervos.

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Cuidados com a mudança de hábitos

Inicialmente, qualquer mudança no estilo de vida deve ser acompanhada por um médico. Seguir uma reeducação alimentar, consumir remédios (injeção de insulina e antidiabéticos orais, por exemplo) e iniciar uma atividade física precisam estar no radar do profissional da saúde. A perda de peso é uma consequência positiva da mudança do estilo de vida, mas pode levar meses para o corpo se adaptar. 

Além disso, após o emagrecimento, é preciso acompanhar os exames e o estilo de vida precisa ser sustentável, para evitar um novo ganho de peso e o retorno aos níveis alterados de glicemia. 

Fonte: Dra. Giullia Menuci Chianca Landenberger, médica endocrinologista do Care Club – Unidade Porto Alegre/RS – CRM-RS 40931 / RQE 36560.

Referência: Sociedade Brasileira de Diabetes

https://youtu.be/ftIHSprosIo
https://www.youtube.com/watch?v=64uy_Rh9Zq0