Declínio cognitivo é maior em pessoas com diabetes do tipo 2
Pesquisadores da Escola de Medicina da PUCPR (Pontifícia Universidade Católica do Paraná) descobriram que pessoas com diabetes do tipo 2 apresentam piora do declínio cognitivo em comparação com quem não porta a doença ou sofre com diabetes de outros tipos. Fatores como os anos da enfermidade e educação básica são agravantes da condição. O estudo foi publicado na revista científica Diabetology & Metabolic Syndrome.
Afinal, como funcionou o estudo sobre declínio cognitivo
A pesquisa foi feita entre 2018 e 2021. Os cientistas analisaram 250 pacientes adultos com diabetes tipo 2 de um hospital universitário. Assim, os pacientes mais suscetíveis a apresentar o declínio cognitivo são pessoas com baixa escolaridade, acima de 65 anos, com mais de 10 anos de diabetes e que já portam alguma doença cardiovascular, seja ela por consequência ou não da enfermidade. Aqueles com retinopatia diabética e sintomas de depressão também integram o grupo.
De todo o público estudado, 14% apresentaram piora da cognição durante os 18 meses de pesquisa. Os cientistas avaliaram os pacientes no início e após um ano e meio do estudo. O subgrupo que fazia parte dos 14% apresentou pior desempenho.
Os pacientes contaram com consultas de rotina, acompanhamento, exames físicos, triagem de sintomas de depressão e testes cognitivos, entre eles miniexame do estado mental. Além disso, teste de fluência verbal semântica, teste de trilhas A e B e teste de memorização de palavras. Dessa forma, a avaliação também levou em consideração a idade, escolaridade, estilo de vida e tempo de doença.
Em entrevista à Agência Brasil, Ana Cristina Ravazzani de Almeida Faria, professora da PUCPR, explicou que já se sabia que pacientes com diabetes têm essa carência de aprendizado potencializada com o passar do tempo.
“O que a gente procurava era se entre as pessoas com diabetes conseguiríamos identificar quem teria mais riscos de evoluir, com o passar do tempo, para um declínio cognitivo maior do que o resto do grupo”, contou a professora.
Sugestões dos cientistas
Os pesquisadores sugerem que pessoas com diabetes do tipo 2 tenham, no mínimo, uma avaliação cognitiva após os 60 ou 65 anos de idade. Os cientistas ainda acompanham os pacientes que fizeram parte do primeiro estudo. Assim, essas pessoas terão nova avaliação em um outro exame, para verificar se houve melhora ou piora do declínio cognitivo.
Então, alguns fatores como controle de tabagismo e sedentarismo podem minimizar o impacto da complicação. Por fim, o estudo foi desenvolvido por Ana Cristina Ravazzani de Almeida Faria, Joceline Franco Dall’Agnol, Aline Maciel Gouveia, Clara Inácio de Paiva, Victoria Cechetto Segalla e Cristina Pellegrino Baena.
Fonte: Agência Brasil.