Como realizar curativos em casa após a alta do hospital?
A situação não é incomum: o paciente internado no hospital recebe alta e a família não sabe como proceder com os cuidados de uma ferida. Afinal, são os momentos de cuidados após cortes ou traumas que ajudam na cicatrização da lesão. Saiba como fazer curativos em casa.
Segundo Solange Spanghero Mascarenhas Chagas, enfermeira, o tratamento de feridas no domicílio é indicado para pacientes estáveis clinicamente e para quem precisa de atenção à saúde, em caso de restrição ao leito ou ao lar, temporária ou definitivamente.
“Pode-se considerar a melhor maneira para o tratamento, a paliação (cuidados), reabilitação e prevenção de agravos, porque pode propiciar a ampliação da autonomia do paciente, da família e do cuidador”, explica.
Dessa forma, quando a família estiver insegura em relação ao curativo, na atenção domiciliar, se espera que a equipe de enfermagem auxilie a família a desenvolver um ambiente favorável para o cuidado. Assim, realizando provisão e previsão de materiais ou tecnologias que facilitem essas práticas na saúde.
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Afinal, como realizar um curativo?
Solange diz que antes de iniciar o tratamento da lesão, o local precisa passar por uma avaliação para entender qual o tipo de ferida e tecido apresentado. “Cada estágio de desenvolvimento conta com um determinado material com diferentes finalidades. Uma ferida fechada, como uma cicatriz cirúrgica, o meio deve ser mantido seco para agilizar o processo de cicatrização. Assim, em uma ferida aberta, devemos manter o meio úmido o mais próximo possível das características naturais dos tecidos, facilitando o processo de cicatrização. Precisamos identificar se a ferida é limpa, contaminada ou infectada”, orienta.
O tipo de curativo a ser feito varia de acordo com a localização, natureza e tamanho da ferida. Em alguns casos, é necessária uma compressão, em outros uma lavagem exaustiva com solução fisiológica, e certas situações exigem imobilização com ataduras.
Muitos acreditam que pomadas são a base de tudo, porém, além delas, há diversas outras finalidades que precisam ser vistas para definir a escolha das coberturas. “O cuidador deve limpar a ferida, promover a cicatrização eliminando fatores que possam retardá-la, fazer desbridamento mecânico, químico ou autolítico para remover tecidos necróticos, proteger a ferida contra traumas mecânicos, prevenir contaminação exógena, tratar as infecções, remover corpos estranhos da ferida e promover hemostasia”.
O banho também faz parte do controle de infecção, dessa forma, propiciando uma melhor higiene e um ambiente mais propício para a realização do procedimento.
Dicas para a troca dos curativos em casa
Por fim, a enfermeira finaliza com alguns pontos importantes para serem lembrados por quem for trocar o curativo. Confira:
- Lavar as mãos antes e após cada curativo;
- Utilizar sempre material esterilizado;
- Não falar e não tossir sobre a ferida e ao manusear material estéril;
- Usar luva, máscara e óculos. Portanto, curativos de grande porte e infectados usar também o avental como paramentação;
- O manuseio do material de uso deve ser feito à parte. Caso não haja material de curativo (pinças) o mesmo deve ser feito com luva estéril, contaminando uma mão e mantendo a outra estéril;
- O curativo deve ser feito após o banho do paciente, fora do horário das refeições.
Fonte: Profa. Ma. Solange Spanghero Mascarenhas Chagas, do curso de Enfermagem da Universidade Cruzeiro do Sul.