Cuidados no resguardo: o que pode fazer e o que evitar?

Gravidez e maternidade Saúde
25 de Agosto, 2023
Cuidados no resguardo: o que pode fazer e o que evitar?

Após o nascimento do bebê, as mulheres entram no puerpério, uma fase que se estende por cerca de 60 dias e é marcada por uma série de transformações tanto no corpo, quanto na mente. Essas mudanças desempenham um papel crucial na recuperação pós-parto e por ser um momento que inspira cuidados, é comum que muitas mães se questionem sobre suas limitações físicas e quais ações estão ou não recomendadas no resguardo. Afinal, pode dirigir? Carregar peso? E retomar as atividades físicas? A seguir, confira o que os especialistas ouvidos pela Vitat têm a dizer.

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Resguardo: o que pode fazer e o que evitar?

Na fase do puerpério, é comum que a mulher enfrente uma queda hormonal abrupta. É neste momento que o útero também começa a diminuir de tamanho e os seios aumentam para comportar a produção de leite.

Como explica a Dra. Yara Caldato, médica ginecologista, é fundamental respeitar o tempo de resguardo, de aproximadamente 40 dias, para evitar hemorragias, infecções ou quaisquer desconfortos que possam afetar a mãe e o bebê. Além disso, a médica alerta as mães sobre a necessidade de cuidar da mente:

“A saúde mental é a mais afetada, por toda sobrecarga que essa mãe vivência. Por todos os medos de estar cuidando de uma vida totalmente dependente, por toda mudança de rotina que ela passa a experienciar, se há um conselho que sempre dou a todas as mães, ainda na gestação é: tenha uma rede de apoio e uma terapeuta”, aconselha. A seguir, veja o que é indicado ou não no resguardo. 

Dirigir 

Em casos de parto normal ou em cesárea, o ideal é evitar dirigir nos primeiros dias. Isso porque o períneo, no caso do parto normal, e o corte estão em recuperação e as variáveis da direção, como mudanças de aceleração e movimentação podem dificultar esse processo. Se não houver incômodos, a direção pode ser retomada no primeiro mês após o parto.

Praticar exercícios físicos

Nos casos de parto normal, a mulher deve evitar praticar exercícios físicos de 4 a 6 semanas, o que equivale a até 40 dias. Depois desse prazo, o retorno deve ser gradual e sem exageros na carga dos exercícios. O ideal é ir retomando o condicionamento físico aos poucos.

Já em casos de cesárea, a recuperação pode ser mais lenta e exigir que a mulher permaneça mais tempo longe da atividade física. Estima-se que dentro do período de 2 a 3 meses, o corpo já está reabilitado para retomar os exercícios. Contudo, cada recuperação é única, portanto, se você se sente insegura para voltar a ativa, converse com o seu médico. 

Usar cinta modeladora no resguardo

Embora ofereça uma sensação de pressão na barriga e conforto após o parto, a cinta modeladora não tem comprovação científica com relação a ajudar os músculos do abdômen retornarem a sua posição antes do parto. Portanto, seu uso é dispensável em ambos tipos de parto.

“Quando a mulher opta pela cinta, o que acontece é que a musculatura deixa de trabalhar e, consequentemente, de se fortalecer. Então, vai ficando cada dia mais fraca”, diz Gizele Monteiro, educadora física e especialista em diástase abdominal.

Carregar peso

Durante a gestação e o parto, o corpo passa por mudanças significativas e é necessário manter repouso no puerpério. É por isso que pegar peso é uma prática contraindicada pelos médicos em caso de cesárea ou parto normal para evitar lesões, desconfortos ou até problemas de cicatrização. Dessa forma, em ambos os casos, as mamães podem voltar a pegar peso após 1 mês, no mínimo, mas sempre com cautela. 

Ter relação sexual no resguardo

Segundo a médica ginecologista, relações sexuais devem ser evitadas em grande parte do período do resguardo. “A partir dos 40 dias fica liberado atividade sexual, desde que essa mulher se sinta à vontade para isso. Contudo, vale lembrar que essa fase é muito desgastante pra ela, com esgotamento físico e mental.”

Alimentação 

Segundo a nutricionista Fabiana Albuquerque, no puerpério a mulher deve dar uma atenção especial para a alimentação, pois ela influenciará totalmente na sua recuperação pós-parto e ainda impactará na nutrição e no fortalecimento do bebê. Dessa forma, algumas vitaminas e minerais são fundamentais nessa fase, por exemplo:

  •  Vitamina A: encontrada em vegetais amarelos e alaranjados e é importante para a saúde dos olhos;
  • Vitamina C: frutas cítricas contêm boas concentrações de vitaminas responsáveis por apoiar e recuperar a imunidade;
  • Vitamina E: encontrada em alimentos como fígado, gema de ovo, azeite de oliva. Atua na recuperação do sistema hormonal da mulher, além de ser um potente antioxidante;
  • Vitamina K: brócolis, couve e alface são fontes dessa vitamina que contribui para a cicatrização de cisões;
  • Cálcio: ajuda na saúde óssea e é encontrado em leite e derivados;
  • Ferro: apoia a reposição da perda de sangue que pode ocorrer no parto. É facilmente encontrado em carne vermelha e leguminosas;
  • Ômega-3: evita inflamações no corpo e pode ser encontrada em peixes e oleaginosas;
  • Água: fundamental para o funcionamento do intestino e a produção do leite materno.

Além disso, nesse momento, deve-se evitar dietas muito rigorosas para não causar deficiência nutricional no bebê.

Fonte:

  • Dra. Yara Caldato, médica ginecologista regenerativa, funcional e estética na Nutrindo Ideais.
  • Gizele Monteiro, educadora física e especialista em diástase abdominal.
  • Fabiana Albuquerque, nutricionista da equipe Nutrindo Ideais e especialista em nutrição esportiva e funcional.

Referências: Considerações Gerais sobre o Período Pós-Parto, Manual MSD.

Sobre o autor

Tayna Farias
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em gravidez e maternidade

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