Covid longa pode ser emocional? Cientistas sugerem que sim

Saúde
05 de Dezembro, 2022
Covid longa pode ser emocional? Cientistas sugerem que sim

Como está o bem-estar físico, mental e social de um paciente 3 meses depois da infecção por Covid-19 se comparada com outras pessoas que testaram positivo para a doença? É com essa pergunta que pesquisadores americanos nortearam um estudo com uma conclusão polêmica: a Covid longa pode ser emocional e, além disso, questionam se tais sintomas são mesmo decorrentes do vírus.

Veja também: Afinal, a pandemia está perto do fim? OMS faz anúncio otimista

Será mesmo que a Covid longa pode ser emocional?

Para chegar à hipótese, os cientistas acompanharam durante três meses um grupo de 1 mil pessoas. A maioria (72,2%) teve Covid-19 e apresentou sintomas da doença prolongada, enquanto a outra (27,8%) não possuía histórico da enfermidade no período.

Durante o estudo, os participantes responderam questionários que avaliavam diversos aspectos da saúde. Por exemplo, depressão, ansiedade, vitalidade física, distúrbios de sono e queixas de dores.

“Embora tenham mostrado algumas melhorias ao longo do tempo, 39,6% dos pacientes positivos para Covid-19 e 53,5% dos pacientes negativos relataram sintomas residuais. Assim, essas descobertas enfatizam a importância de incluir um grupo de controle ao estudar as sequelas da doença”, afirma um trecho do artigo publicado no JAMA Network.

Contudo, ainda que a prevalência dos sintomas da Covid longa tenha sido maior em pessoas que não tiveram a doença, eis um ponto importante. O recrutamento dos voluntários começou em dezembro de 2020 — ou seja, em um momento crítico da pandemia.

Portanto, sintomas como ansiedade, depressão e outros fatores emocionais são condições que muitas pessoas experimentaram no auge da pandemia. Incluindo quem nunca teve Covid-19.

Tal questão é ponderada pelo estudo. “Indivíduos que passaram por isolamento social, interrupção do trabalho ou hospitalização na pandemia pode relatar prejuízos semelhantes no bem-estar sem antecedente de Covid-19″. 

A hospitalização a qual a pesquisa se refere acima teria como causa infecções respiratórias sem relação com o Covid-19. “A experiência da pandemia e o estresse podem estar desempenhando um papel no atraso da recuperação das pessoas infectadas com qualquer doença”, afirmou Lauren Wisk, umas das autoras do estudo, na divulgação da pesquisa à JAMA.

Mesmo com hipótese, sintomas não devem ser desprezados

Muitas pessoas que enfrentaram o Covid-19 afirmaram que a infecção trouxe mudanças negativas para a saúde. Fadiga, lapsos de memória, falta de ar crônica e dores de cabeça frequentes são alguns desconfortos mapeados por diversos estudos.

Além disso, uma pesquisa recente sugere que a Covid longa pode favorecer o enrijecimento do fígado, situação chamada fibrose. Em cenários com outras causas, a fibrose pode evoluir para insuficiência hepática e até mesmo para um câncer de fígado.

Então, é fundamental buscar um médico caso os sintomas estejam atrapalhando sua vida.

 

Sobre o autor

Redação
Todos os textos assinados pela nossa equipe editorial, nutricional e de profissionais de Educação Física.

Leia também:

Conheça a otosclerose, doença que causou perda auditiva em Adriane Galisteu
Saúde

Otosclerose: entenda a doença que causou perda de audição em Adriane Galisteu

Otorrinolaringologista explica o que é, quais os sintômas e tratamentos da doença que fez Adriane Galisteu perder 60% da audição

foto da cantora Preta Gil
Saúde

Amputação do reto: como funciona cirurgia feita por Preta Gil?

Cantora passou pelo procedimento em 2023 para tratar um câncer colorretal

Com o tempo seco, endocrinologista dá dicas para enfrentar os sinais de desidratação
Saúde

Tempo seco: o que fazer ao enfrentar sinais de desidratação?

Diante do clima seco, da baixa qualidade do ar – agravada pelas queimadas – e das altas temperaturas, os sinais de desidratação tendem a se manifestar