Como interpretar o exame de bioimpedância?
O exame de bioimpedância, muitas vezes, pode servir como o norte mudança de vida e adoção de hábitos mais saudáveis. Através dele, é possível ter uma análise rápida e geral da composição corporal, com cálculos que indicam o IMC – índice de massa corporal, percentual de gordura, massa magra, peso entre outros componentes. O que permite identificar em quais aspectos você está mandando bem e quais são aqueles que precisam de mais atenção. Mas como interpretar essas informações corretamente? Veja a seguir.
Como funciona o exame de bioimpedância?
O exame de bioimpedância marca a composição corporal, ou seja, ele traz os percentuais e medições relacionadas a massa magra, gordura corporal, água corporal total, entre outros dados. Isso só é possível graças à balança de bioimpedância que possui placas de metal capazes de conduzir uma corrente elétrica (fraca e inofensiva) que atravessa o corpo.
“É um método avaliativo preciso onde uma corrente elétrica passa pelo corpo do paciente através dos pontos de conexão. Ou seja, através da ponta dos pés e da palma das mãos”, afirma a nutricionista da academia Bio Ritmo, Fúlvia Hazarabedian.
Assim, a profissional explica que essa corrente elétrica faz uma leitura do corpo mediante a rapidez ou ausência de obstáculo que ela encontra. “Por exemplo, a água é mais condutora, já a gordura é menos condutora. Então, com isso vai fazendo a análise da composição corporal”, complementa.
Como interpretar um exame de bioimpedância
Geralmente, esse tipo de exame é avaliado e interpretado por um profissional de saúde, seja um médico, nutricionista ou até mesmo educador físico. Na prática, essa análise permite uma visão estruturada da composição corporal e decisão dos próximos passos. Por isso, priorize esse atendimento sempre que possível.
No entanto, um ponto que pode ser facilmente identificado é o percentual de gordura e o IMC, veja a seguir.
Percentual de gordura
Homens:
- Baixo: Percentual de gordura inferior a 6% é considerado baixo para homens. Porém, atletas e fisiculturistas podem ter percentuais mais baixos devido à natureza de suas atividades.
- Saudável: Entre 6-24%, dependendo da idade e do nível de atividade física.
- Alto: Percentuais acima de 25% podem indicar excesso de peso ou obesidade.
Mulheres:
- Baixo: Percentual de gordura inferior a 16% é considerado baixo para mulheres, dependendo da idade e do nível de atividade física.
- Saudável: Entre 16-30%, dependendo da idade e do nível de atividade física.
- Alto: Percentuais acima de 31% podem indicar excesso de peso ou obesidade.
IMC – índice de massa corporal
Além disso, o IMC também é um indicador importante. Veja como interpretá-lo:
- Menor que 16 – Magreza grave
- 16 a menor que 17 – Magreza moderada
- 17 a menor que 18,5 – Magreza leve
- 18,5 a menor que 25 – Saudável
- 25 a menor que 30 – Sobrepeso
- 30 a menor que 35 – Obesidade Grau I
- 35 a menor que 40 – Obesidade Grau II (considerada severa)
- Por fim, maior que 40 – Obesidade Grau III (considerada mórbida)
Leia também: Afinal, como tirar medidas do corpo para registrar o seu progresso?
Exame de bioimpedância: Aspectos na análise geral
A interpretação dos parâmetros obtidos por meio da bioimpedância na análise da saúde deve ser realizada considerando vários fatores, incluindo as características individuais da pessoa, histórico médico, nível de atividade física, idade, sexo e outros aspectos clínicos.
A seguir, você verá dicas gerais para a interpretação do exame:
- Massa magra que inclui músculos, ossos, órgãos e água. Um aumento na massa magra geralmente está associado a um estilo de vida saudável e pode indicar boa saúde muscular, densidade óssea e hidratação adequada.
- Massa gorda: o seu monitoramento é importante para avaliar o excesso de peso ou obesidade. No entanto, a distribuição da gordura corporal, como a quantidade de gordura abdominal, também é relevante para a saúde, pois pode estar relacionada ao risco de doenças cardiovasculares e metabólicas.
- Percentual de gordura corporal: é um indicador que expressa a proporção de gordura em relação ao peso total do corpo. Valores ideais podem estar associados a menor risco de doenças relacionadas ao excesso de peso.
- Hidratação: O percentual de água pode indicar se uma pessoa está bem hidratada. A desidratação pode afetar negativamente o desempenho físico e a saúde em geral.
- IMC é uma medida que relaciona peso e altura. Embora seja amplamente utilizado, o IMC tem limitações e não considera a distribuição de gordura.
- TMB (metabolismo basal) é a quantidade mínima de energia necessária para manter as funções vitais do corpo em repouso e pode ser útil para planejar estratégias nutricionais e de exercício.
- Gordura abdominal: uma maior concentração dela na região abdominal (alta RCQ) pode indicar um maior risco de doenças cardiovasculares.
Dica de ouro
Por fim, é fundamental que a interpretação desses parâmetros seja feita em conjunto com outros dados médicos, como hábitos de vida, bem-estar emocional e histórico clínico, que podem definir o contexto individual de cada pessoa e orientar condutas personalizadas.
Dessa forma, é importante saber que a bioimpedância fornece estimativas e tendências, mas não traz uma avaliação detalhada de todos os aspectos da saúde.
Como se preparar para um exame de bioimpedância?
Preparar-se adequadamente ajuda a garantir resultados mais precisos, como explica a nutróloga Marcella Garcez. Portanto, atente-se as dicas para ter um exame preciso:
- Hidrate-se corretamente no dia anterior;
- Não consuma café, água ou outros líquidos estimulantes pelo menos 30 minutos antes do exame;
- Evite exercícios intensos nas 24 horas que antecedem o exame,
- Jejum de pelo menos 1 hora, o que pode depender das recomendações específicas de cada aparelho de bioimpedância.
- Evite consumir álcool e cafeína nas horas que antecedem o exame
- Para as mulheres, o exame deve acontecer fora do ciclo menstrual e é contraindicado para grávidas.
- Mesmo dia e mesmo horário: o resultado dos exames – para acompanhamento – devem acontecer nas mesmas condições e horários.
Por fim, vale ressaltar que alguns fatores podem influenciar os resultados do exame até mesmo com a preparação adequada, como o nível de hidratação no momento, variações individuais na composição corporal natural, condições médicas, como edema e insuficiência renal.
Fontes:
- Dra. Marcella Garcez, médica nutróloga, Mestre em Ciências da Saúde pela Escola de Medicina da PUCPR, Diretora da Associação Brasileira de Nutrologia e Docente do Curso Nacional de Nutrologia da ABRAN.
- Fúlvia Hazarabedian, nutricionista e responsável pelo Bio Nutri, programa de nutrição da Bio Ritmo