Cirurgia para remover cicatriz: como é feita e quem pode fazer

Saúde
11 de Julho, 2022
Cirurgia para remover cicatriz: como é feita e quem pode fazer

Cirurgias, queimaduras, acidentes… a lista de diferentes eventos que podem causar cicatrizes na pele é imensa. Dependendo do tipo e da localização, essa lesão pode afetar a autoestima e a qualidade de vida de muita gente. Dessa forma, uma saída para o problema é a cirurgia. Conversamos com a dermatologista Bárbara Carneiro para entender melhor sobre como funciona a cirurgia para remover cicatriz e para quem ela é indicada. Confira!

Leia mais: Alimentos que ajudam na cicatrização

Por que surgem cicatrizes?

De acordo com a médica, o processo de cicatrização deve ocorrer naturalmente pelo organismo, mas em algumas pessoas isso não acontece da forma esperada. “Em alguns casos, a cicatrização ocorre de maneira irregular. Há uma desorganização do colágeno ao redor da cicatriz que a deixa mais elevada e é chamada de hipertrófica”, explica Bárbara.

Além disso, também podem ocorrer queloides (acúmulo de colágeno) não apenas ao redor do tecido ferido, avançando para outras partes próximas. Como consequência, a pele pode ficar muito irritada, com coceira e até mesmo dores.

Afinal, em quais casos é recomendada a cirurgia para remover cicatriz?

“Normalmente, realizamos a cirurgia para reparação. Tem o objetivo de corrigir defeitos na pele, como irregularidades na textura, tamanho ou cor”, explica a dermatologista. “Muitas vezes, o paciente não se sente confortável com a cicatriz, achando que não está esteticamente agradável, e isso influi drasticamente em sua autoestima.”

De acordo com a médica, os tipos de cicatriz recomendados para a cirurgia são “as cicatrizes queloide, hipertrófica, retraída ou contratura, alargada, discrômica e atrófica.” Vamos entender cada tipo de cicatriz.

  • Queloide: é uma cicatriz mais endurecida, que é formada a partir de um crescimento exagerado de colágeno. Pode ser avermelhada e apresentar coceira.
  • Hipertrófica: também é uma cicatriz mais espessa, que pode ser mais escura ou mais clara do que a pele ao redor.
  • Retraída ou contratura: muito comum em cesarianas ou queimaduras, esse tipo de cicatriz comprime a pele ao redor. Além disso, pode dificultar a movimentação e articulação.
  • Alargada: é rasa e frouxa, assemelhando-se a estrias.
  • Discrômica: causa uma alteração de dor na pele, podendo ser mais clara ou mais escura ao redor.
  • Atrófica: é um tipo de cicatriz mais funda, muito comum em ferimentos e cicatrizes de acne.

Tratamentos para cicatrizes

A princípio, o tratamento para cicatrizes pode ser feito sem cirurgia. Existem inúmeros tratamentos com a finalidade de melhorar o aspecto dessa pele com cicatriz. Os mais comuns são:

  • Uso de produtos tópicos: pomadas, gel ou compressão.
  • Medicamentos injetáveis: Uso de corticóides diretamente na cicatriz.
  • Dermoabrasão: É a raspagem cirúrgica da cicatriz para refinar as áreas mais superficiais da cicatriz.
  • Laser e peeling químico: Não tira cicatriz, mas melhora o aspecto.

Entretanto, quando nenhum tratamento consegue minimizar as cicatrizes, a única maneira é recorrer a uma cirurgia. Vamos entender como funciona e quais são os tipos de cirurgia para remover cicatriz.

Tipos de cirurgia para remover cicatriz

Os tipos de cirurgia mais comuns para se tirar uma cicatriz são:

  • Subcisão com preenchimento: Para cicatrizes retraídas e mais fundas, é feita a reposição de tecido com preenchimento realizado por meio da própria gordura do paciente ou com ácido hialurônico.
  • Dermoabrasão: É a técnica mais antiga e ainda muito utilizada. Pode ser feita de forma manualmente ou com máquina.

Existe contraindicação?

De acordo com a médica, em geral, não. “Mas só a realizamos em caso de necessidade e com indicação médica”, reforça. Além disso, ela destaca que só deve ser realizada por um cirurgião plástico e que deve-se ter todo o cuidado com o pós-cirúrgico.

“Neste caso, temos mais cautela e utilizamos alguns medicamentos tópicos na cicatriz, para evitar alterações. Mas, além de bastante repouso, deve-se evitar atividade física durante 30 dias e não se expor ao sol”, explica Bárbara, que também conta que nesse tipo de procedimento é normal apresentar edema e vermelhidão na pele.

Leia mais: Afinal, como cuidar da cicatriz da cesárea?

Fonte: Bárbara Carneiro, médica dermatologista, especialista em medicina estética.

Sobre o autor

Beatriz Libonati
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em diabetes e obesidade.

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