Cirurgia das amígdalas: quem deve realizá-la e por quê?
A cirurgia das amígdalas, também chamada de amigdalectomia, é um procedimento comum e criterioso. De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF), Renato Roithmann, essa cirurgia está entre as mais realizadas pelos especialistas em Otorrinolaringologia.
“A remoção das amígdalas é comum em qualquer idade e é segura, desde que seja feita uma boa avaliação pré-operatória, e sejam tomados cuidados durante a cirurgia e no pós-operatório ”, afirma Roithmann. Entenda melhor o procedimento.
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Amígdalas: porque retirá-las?
Localizadas na região da faringe, as amígdalas – ou tonsilas palatinas, segundo o nome científico – são pequenos órgãos que têm a função de produzir linfócitos (as células de defesa), enquanto o organismo ainda está se desenvolvendo. Em muitos casos, a sua extração é benéfica à saúde e à qualidade de vida, eliminando infecções recorrentes, como amigdalites, e resolvendo quadros de ronco e apneia do sono.
Cirurgia das amígdalas: quem deve fazer?
A indicação de retirada das amígdalas é classificada pelos médicos em duas categorias:
- Inquestionáveis: para situações em que as amígdalas possuem um tamanho muito grande, causando obstrução na passagem de ar ou dificuldade de deglutição, ou quando há suspeitas de doenças graves, como tumores;
- Relativas: que necessitam discussão e avaliação de cada caso. Nesse grupo entram as ocorrências de infecções de repetição por bactérias, como as amigdalites.
De acordo com Roithmann, a Organização Mundial da Saúde (OMS) estabeleceu um critério que define um cenário clínico favorável para discutir a retirada das amígdalas. Dessa forma, independente da idade, a cirurgia é recomendada para indivíduos que tiveram:
- 3 infecções bacterianas por ano em 3 anos consecutivos, ou;
- 5 infecções bacterianas por ano em 2 anos consecutivos, ou;
- 7 infecções no período de um ano.
Outros fatores que se encaixam nas indicações relativas para a remoção das amígdalas são “a formação de cáseos, popularmente chamadas de bolinhas brancas que dão mau hálito, bem como situações de abscesso na região, em que se forma uma coleção de pus ao redor das amígdalas,” complementa o especialista.
Riscos
O sangramento pós-operatório é a complicação mais frequente da cirurgia, porém com baixos índices de ocorrência. “Acontece em 2 a 7% dos casos, podendo ser contornado com o paciente comunicando a situação ao médico. Após avaliação, o especialista consegue identificar se precisa intervir novamente com cauterização ou sutura com pontos, esclarece Roithmann.
Por fim, o médico explica que a mortalidade por sangramento após a cirurgia é extremamente rara. “O importante é ter acompanhamento médico no pós-operatório,” completa Roithmann.
Fonte: Renato Roithmann, presidente da Associação Brasileira de Otorrinolaringologia e Cirurgia Cérvico-Facial (ABORL-CCF).