Cefaleia cervicogênica: como tratar esse tipo de dor de cabeça?

Saúde
25 de Fevereiro, 2022
Cefaleia cervicogênica: como tratar esse tipo de dor de cabeça?

A cefaleia cervicogênica, assim como indica o próprio nome, é uma dor de cabeça que surge por conta de uma alteração na cervical, ou seja, em alguma estrutura do pescoço. Estudos mostram que esse tipo de dor de cabeça ocorre em 0,4 a 4% da população. Geralmente, atinge apenas em um lado da cabeça, começando pela parte de trás da nuca e no pescoço, irradiando para a frente. A condição pode incapacitar as atividades habituais no dia a dia, impedindo a pessoa de conseguir estudar, trabalhar e praticar esportes, por exemplo.

As causas da cefaleia cervicogênica

A cefaleia cervicogênica afeta cerca de 1 a 4% dos pacientes com dor de cabeça, com idade entre 33 e 44 anos.

“Pode ser relacionada ao estresse a até mesmo a graves crises de enxaqueca. A dor de cabeça crônica pode transformar a vida de quem sofre com ela, fazendo com que o indivíduo, para se adaptar, acabe por viver em função da dor. É um dos problemas mais comuns. Segundo dados médicos, 40% das pessoas sofrem de pelo menos uma dor aguda na região”, explica Bernardo Sampaio, fisioterapeuta.

Além disso, outras condições podem desencadear esse tipo de dor. Isso inclui condições degenerativas como osteoartrite, um disco prolapso ou uma lesão no pescoço. Cair ou praticar esportes também pode causar lesões nessa região e desencadear essas dores de cabeça. As dores de cabeça cervicogênicas também podem ocorrer devido à postura, pois sentar ou ficar em pé na mesma posição por longos períodos de tempo coloca pressão ou estresse no pescoço e na base do crânio, provocando a dor de cabeça cervicogênica.

Adormecer em uma posição incorreta (como a cabeça muito para a frente, para trás ou para o lado) também pode causar esse tipo de dor. Isso pode acontecer se você dormir em uma cadeira ou sentado na cama.

Principais sintomas

Segundo Bernardo, existe uma região denominada núcleo trigeminocervical, responsável por receber fibras de nervos como o trigêmeo e os três nervos espinhais superiores (C1,C2 E C3). Uma inflamação em qualquer umas dessas regiões provoca estímulos dolorosos, que chegam até o referido núcleo por neurotransmissão e é sentida em forma de dor de cabeça ou no rosto. Assim, pacientes com cefaleia cervicogênica costuma reclamar de dores com as seguintes características:

  • de um lado só da cabeça (embora em alguns casos até possa ocorrer dos dois lados);
  • dor que, usualmente, inicia-se na parte de trás da cabeça e pode irradiar para frente;
  • a dor pode piorar com movimentos da cabeça (rotação/extensão);
  • pode haver limitação da amplitude de movimento do pescoço (como rodar menos para um lado do que para o outro, por exemplo).

Tratamento da cefaleia cervicogênica

 A cefaleia cervicogênica é responsável por 15% a 20% de todas as dores de cabeça e várias técnicas fisioterapêuticas podem solucionar o problema. Assim, o tratamento vai depender do caso e das características clínicas de cada paciente, que deve ser indicado por um profissional habilitado. “A dor de cabeça cervicogênica é uma dor que o fisioterapeuta, juntamente com o médico, dividira o tratamento em medidas físicas e medicamentos”, explica.

“É super importante buscarmos uma ajuda adequada, onde o fisioterapeuta consiga avaliar o movimento, principalmente da coluna cervical mais alta, região que chamamos de crânio cervical. Existem testes importantes além dos exames clínicos que conseguimos observar essa medida de rotação. Para isso, utilizamos técnicas bem efetivas da fisioterapia manual ortopédica associado a exercícios específicos e uma progressão para exercícios gerais.”, conclui o fisioterapeuta.

Por fim, alguns tipos de tratamento incluem exercícios de resistência e fortalecimento muscular, exercícios posturais que envolvem a coluna cervical, acupuntura e alongamento, por exemplo. Além disso, medicamentos relaxantes musculares, medicamentos preventivos e neuromoduladores também podem ser usados.

Fonte: Bernardo Sampaio, fisioterapeuta pela PUC-Campinas (Crefito: 125.811-F), diretor clínico do ITC Vertebral e do Instituto Trata, unidades de Guarulhos. É professor em cursos de pós-graduação em fisioterapia traumato-ortopédica, professor em fisioterapia do Centro Universitário ENIAC (Guarulhos) e também leciona como convidado nos cursos de pós-graduação na Santa Casa de São Paulo.

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