Cansaço excessivo: quando é o momento de investigar?
Vive-se em um ritmo frenético, atualmente. As rotinas estão cada vez mais atribuladas e o senso de urgência é tamanho que o horário do expediente se estende até a hora de dormir. A pandemia também teve sua parcela nesse novo cenário, com os desafios do trabalho home office, híbrido e agora o retorno ao presencial. Como consequência, o limite entre vida pessoal e profissional ficou ligeiramente abalado nesse processo. Trouxe, então, um desgaste físico e mental mais evidente, especialmente para aqueles que já teve COVID-19. Mas afinal, como diagnosticar o cansaço excessivo?
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Afinal, por que estamos tão cansados?
Fato é, que aparentemente nunca antes estivemos tão cansados. De acordo com a nutróloga e especialista em medicina integrativa, Dra. Esthela Oliveira, mais da metade dos pacientes que atendeu nos últimos três anos tinham o cansaço excessivo e persistente como queixa comum. A especialista ressalta que quando as horas dormidas já não são mais suficientes para recuperar as energias e a fadiga torna-se um obstáculo para realizar atividades simples do dia a dia, é preciso investigar.
“O cansaço pode ser sinal para diversos problemas. Por exemplo, pouca água ingerida ao longo do dia, apneia do sono, questões psicológicas, como depressão, problemas cardiovasculares, diabetes, anemia e falta de vitaminas, como a D”, afirma a médica.
Outro fator que tem se tornado muito comum, mesmo após três anos de pandemia, é a chamada síndrome pós-Covid. Ela atinge pessoas que, mesmo após a cura da doença, continuam sentindo os sintomas por mais de três meses. Neste caso, os sintomas mais comuns costumam ser confusão mental, problemas de memória e concentração, queda de cabelos e cansaço excessivo.
Como identificar o cansaço excessivo?
De acordo com a especialista, para identificar que se trata de um cansaço excessivo e não apenas um desgaste comum após um dia agitado é preciso estar atento a sinais sutis. Por exemplo, dores de cabeça ao longo do dia, procrastinação, desânimo, sono exagerado, ainda que tenha dormido bem e por um longo período de tempo, cansaço nas pernas e braços, além das alterações de apetite.
“Protocolos injetáveis, como a soroterapia, são uma excelente opção para quem está sofrendo com a fadiga persistente. Trata-se de uma suplementação de vitaminas, antioxidantes, minerais e aminoácidos por via endovenosa, ou seja, injetado diretamente na circulação sanguínea através de uma punção venosa. Neste caso, após uma avaliação bem completa, o paciente recebe um soro preparado de acordo com as suas necessidades”, sugere a especialista.
Como diminuir o cansaço excessivo?
Há, também, mudanças no cotidiano que ajudam a diminuir a exaustão. Por exemplo, uma higiene do sono para melhor a qualidade das noites dormidas, a prática de atividades físicas diárias e uma alimentação mais equilibrada.
“Carboidratos são os componentes responsáveis por nos dar mais energia. Não digo aqueles das farinhas brancas ultraprocessadas e açúcares refinados, mas há carboidratos bons que podem ser consumidos com moderação e auxiliam na disposição, como a batata-doce e o arroz integral. Afinal, sua alimentação impacta diretamente na sua saúde e bem-estar diário. Por essa razão, é sempre importante um acompanhamento multidisciplinar, com diversos especialistas que podem atender a diferentes demandas desse paciente, ajudando a promover melhor qualidade de vida”, alerta a Dra. Esthela.
Fonte: Dra. Esthela Oliveira, médica do esporte (RQE 76855), membro titular da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte e médica do corpo clínico do Hospital Israelita Albert Einstein.