Câncer de fígado: causas, sintomas e como tratar
O fígado é um órgão vital para o bom funcionamento do corpo. Dentre as suas funções, se destacam a filtragem do sangue para eliminar as toxinas, metabolização de nutrientes e enzimas, produção de proteínas, gorduras e colesterol e bile. Outro diferencial do órgão é sua capacidade especial de regeneração após uma lesão ou doença. Por exemplo, em um transplante, a pessoa doadora consegue recuperar a parte doada em pouco tempo. Porém, o câncer de fígado pode ser extremamente agressivo, sobretudo se estiver relacionado a outras doenças crônicas como fator de risco, o que exige o diagnóstico precoce.
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Tipos de câncer no fígado
De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA), existem dois tipos. O primário se desenvolve no próprio fígado; já o secundário tem origem em outro órgão, quando as células cancerígenas migram para o fígado e se instalam no tecido. Este último é mais comum, pois o fígado recebe um grande volume sanguíneo, o que favorece a contaminação pelas células tumorais. Por sua vez, as classificações de câncer possuem manifestações diferentes. São elas:
- Carcinoma hepatocelular: também conhecido por hepatocarcinoma, é o tumor maligno primário mais comum, com cerca de 80% dos casos ou mais.
- Colangiocarcinoma: se desenvolve nos ductos de fluxo biliar do órgão.
- Angiossarcoma: mais raro, as células cancerígenas se proliferam nos vasos sanguíneos do fígado.
- Hepatoblastoma: outra forma bem rara que afeta crianças recém-nascidas ou na primeira infância.
Causas e fatores de risco
O câncer de fígado é mais mortal entre homens — segundo o INCA, a cada 10.764 mortes, 6.093 equivalem ao público masculino. Boa parte dos casos de câncer no fígado ocorre quando existe alguma infecção crônica. Por exemplo, a cirrose, que atinge especialmente o fígado pelo excesso de álcool; hepatites B e C e HPV. Além de quadros infecciosos variados, a enfermidade tem relação com outros problemas. Alguns deles:
- Obesidade, que provoca a inflamação generalizada do organismo e favorece a formação anormal de células malignas.
- Uso de esteroides.
- Histórico de câncer em outros órgãos.
- Diabetes, pois favorece o desequilíbrio do metabolismo.
- Doenças gastrointestinais e renais sem tratamento adequado.
- Acúmulo de gordura no fígado causado pela esteatose.
Sintomas do câncer de fígado
Muitas vezes, as fases iniciais do câncer são silenciosas, o que dificulta a rapidez do diagnóstico. Ou, ainda, quando há sintomas, eles se confundem facilmente com outras doenças e atrasar a ida ao médico.
Sinais como pele amarelada, perda de peso, cansaço, falta de apetite, dor abdominal, febre e fraqueza constantes precisam de investigação profissional imediata, pois indicam estágios avançados da doença. Além disso, se o câncer for secundário, é provável que o órgão de origem apresente sintomas específicos, como uma falta de ar se houver câncer de pulmão.
Como diagnosticar
Para identificar a doença, são necessários exames laboratoriais e de imagem local (tomografia computadorizada e ressonância magnética), além de biópsia por meio da laparoscopia. Esse teste consegue analisar o interior do órgão, principalmente com o auxílio da ultrassonografia. Dessa forma, o conjunto de resultados permite a confirmação ou descarte do diagnóstico.
Tratamento do câncer de fígado
A linha de cuidados será de acordo com o estágio do câncer, tamanho, local e tipo. Em pacientes cujo tumor é pequeno e ainda não comprometeu a função hepática, o ressecamento cirúrgico é uma opção. Por outro lado, situações mais complexas em que o órgão está muito debilitado, o transplante torna-se uma alternativa para salvar o indivíduo e recuperar sua qualidade de vida. No entanto, quando o risco cirúrgico é alto ou inviável, entram outros métodos de tratamento, como:
- Alcoolização: consiste na aplicação de álcool absoluto no interior do tumor.
- Ablação por radiofrequência: uso de estímulos elétricos sobre o tumor para eliminar os agentes malignos.
- Quimioterapia e radioterapia.
- Criocirurgia: procedimento que congela as células cancerígenas.
Perguntas frequentes
O câncer de fígado tem cura?
Muitos pacientes oncológicos conseguem ter uma vida livre do câncer após o tratamento. Todavia, não há como controlar a recidiva da doença, que pode se manifestar novamente. Vale ressaltar que uma parte da população recebe o diagnóstico quando o câncer dominou um ou mais órgãos e alcançou o estágio terminal. Nessas condições, os cuidados são paliativos para amenizar as dores e limitações da pessoa, que não obteve a resposta adequada ao tratamento. Por isso, quando há sucesso no combate à doença, manter o acompanhamento periódico é essencial para evitar recaídas.
Qual a relação do câncer de fígado com o consumo de álcool?
O abuso de bebidas alcoólicas influencia bastante no desenvolvimento de vários tipos de câncer. Afinal, o álcool é uma substância tóxica ao organismo e desencadeia reações variadas, como a disfunção metabólica.
Dá para prevenir o câncer no fígado?
A princípio, o estilo de vida saudável é a melhor maneira de evitar o câncer e outras doenças graves. Ou seja, eliminar o uso de álcool, cigarro e outras substâncias nocivas, seguir uma alimentação equilibrada e fazer exercícios físicos. Além disso, fazer check-ups a cada ano ajudam a diagnosticar antecipadamente problemas como o câncer e melhoram as perspectivas de tratamento.
Qual médico pode ajudar a identificar e tratar esse tipo de câncer?
Ao sentir algum desconforto súbito, a primeira providência é ir a um pronto-socorro para receber atendimento de um clínico geral. Entretanto, em casos de suspeita de câncer, o profissional encaminha a um hepatologista ou oncologista. O primeiro é especialista em cuidados relacionados ao fígado; e o oncologista, em acompanhar e sugerir formas de tratar o câncer. Portanto, ambos podem trabalhar em conjunto para dar mais possibilidades ao paciente.
Referência: Instituto Nacional de Câncer (INCA).