Câncer de cabeça e pescoço: veja os principais, sintomas e mais

Saúde
05 de Julho, 2024
Ana Renata de Godoy Ferreira
Revisado por
Enfermeira • COREN SP - 87.661
Câncer de cabeça e pescoço: veja os principais, sintomas e mais

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer de cabeça e pescoço é um conjunto de diversos tumores malignos que se desenvolvem nessa região boca, laringe, nariz, pescoço e tireoide, por exemplo. Estima-se que a doença afetou mais de 36 mil brasileiros só em 2022, o que exige atenção aos sintomas e diagnóstico precoce. Veja os principais tipos de câncer de cabeça e pescoço e os sintomas que você precisa ficar de olho.

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Principais tipos de câncer de cabeça e pescoço

Câncer de tireoide

Dentre os cânceres que acometem a região, o mais comum é o da tireoide. A princípio, afeta três vezes mais as mulheres do que os homens, com idades entre 30 e 65 anos. No entanto, Wandemberg Barbosa, médico cirurgião plástico e oncológico, afirma que tem observado um aumento de casos em pessoas mais jovens. “A justificativa pode estar na ingestão de sal com mais iodo, o que induziria a deterioração da glândula”, avalia.

Para o câncer de tireoide, existe uma série de classificações, sendo que os mais frequentes são o folicular e o papilífero — o responsável por 90% de todos os cânceres da região. Em contrapartida, a descoberta da doença nos estágios iniciais, associada ao tratamento trazem um bom prognóstico, com 98% de cura, segundo Barbosa. Por fim, há duas variações raras, porém mais graves, que são os cânceres medular e anaplásico da tireoide. O primeiro acomete 10% da população e o segundo, 1%, e ambos têm mais chances de apresentar metástases. Geralmente, o tratamento necessita da retirada total ou parcial da tireoide, quimioterapia e administração de iodo em alguns casos.

Quanto aos sintomas, vale observar se há aumento dos gânglios linfáticos, inchaço ou nódulos no pescoço, tosse que não melhora, rouquidão, dificuldade para respirar ou engolir e sensação de peso no pescoço.

Câncer de laringe

Em pacientes homens acima dos 40 anos, o câncer de laringe cresce sem muito alarde. Cerca de 25% dos casos são malignos, mas com índice de cura de 95% se forem descobertos no início. Esse tipo de enfermidade se manifesta em uma das três áreas da laringe: supraglote, glote e subglote.

Os sintomas são bem parecidos com os do câncer de tireoide, incluindo rouquidão por mais de 15 dias e dor no pescoço. Atualmente existem diversos tratamentos para o câncer de laringe, que dependem de sua gravidade, localização e extensão. De maneira geral, radioterapia, quimioterapia ou ambas e, em último caso, cirurgia de remoção da laringe (laringectomia total), quando as terapias não forem suficientes para conter a doença.

Câncer de boca

Também chamado câncer da cavidade oral, a condição acomete qualquer área da boca. Ou seja, lábios, língua, assoalho bucal (localizado debaixo da língua), céu da boca, bochechas e gengiva. São mais de 15 mil novas vítimas por ano, na avaliação do INCA. “Frequentemente a pessoa tem uma ferida ou úlcera crônica, que demora a cicatrizar. Mas, em níveis mais avançados, o mau hálito também é prevalente”, comenta Wanderberg. Dessa forma, a detecção da doença pode ser tardia. Para tratar as condições, as terapias convencionais — quimioterapia e radioterapia — são as mais utilizadas.

Câncer na base do crânio

De todos os que mencionamos, este é o mais raro. Para se ter uma ideia, a incidência é de um em um milhão de pessoas. Chamado cordoma de clívus, é um tumor complexo, que se instala na base do crânio, próxima ao tronco cerebral, onde é repleta de nervos. Uma curiosidade sobre o cordoma de clívus é que ele não se espalha para outras regiões, ao contrário de outros tipos de câncer maligno. Quanto à prevalência, crianças, adultos e idosos podem adquirir o câncer, cujo tratamento é cirúrgico. Todavia, o procedimento é delicado, pois a cirurgia pode lesionar um nervo e deixar sequelas irreversíveis. Apesar disso, há poucas chances de recidiva — em outras palavras, é difícil o reaparecimento da doença no local.

Causas do câncer de cabeça e pescoço

Há muitos fatores que contribuem para as variadas condições. Por exemplo:

  • Fatores genéticos e histórico de exposição à radiação.
  • Presença de bócios (no caso de câncer da tireoide).
  • Tabagismo e alcoolismo.
  • Obesidade e infecções pelo HPV.
  • Falta de higiene bucal.

É possível prevenir o câncer de cabeça e pescoço?

Muitos agentes são evitáveis. Portanto, é fundamental levar uma vida com hábitos saudáveis. Em outras palavras, ficar longe de cigarro, excesso de álcool, além de prezar a higiene bucal e a alimentação equilibrada para controlar o peso. Além disso, as visitas de rotina ao médico são uma forma de prevenir, prever e tratar quaisquer problemas de saúde passíveis de complicações.

Quais médicos devo procurar?

Há muitos especialistas que podem ajudar no diagnóstico. Principalmente o clínico geral, que é o primeiro médico procurado por alguém com sintomas genéricos. Faz parte da rotina avaliar o indivíduo e encaminhá-lo para outra especialidade, como o oncologista, que é o profissional envolvido no tratamento do câncer. Às vezes, também é comum recorrer primeiro ao endocrinologista, que pode detectar um possível câncer na glândula. Na dúvida, procure antes um clínico geral para mais orientações.

Fonte: Wandemberg Barbosa, cirurgião plástico e oncológico; referências: Instituto Nacional de Câncer; e Sociedade Brasileira de Cirurgia Oncológica (SBCO).

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