Café expresso pode ajudar a prevenir o Alzheimer, aponta estudo
Um estudo conduzido por cientistas da Universidade de Verona, na Itália, comprovou que em doses moderadas, o café expresso pode ajudar a prevenir o Alzheimer. A explicação, de acordo com a pesquisa publicada nesta quarta-feira (19) no Journal of Agricultural and Food Chemistry, é que a dose expressa da bebida, ou seja, mais concentrada, inibe o acúmulo da proteína tau, que pode contribuir com o desenvolvimento da doença. Saiba mais a seguir.
Afinal, o que são as proteínas TAU?
O Alzheimer é um transtorno neurodegenerativo ainda irreversível. Ele é causado pelo aumento de proteínas no cérebro, a beta-amilóide e a tau. Ambas têm função de ajudar a estruturar os neurônios.
Contudo, podem sofrer alterações e formar grupos em fibrilas, contribuindo com as doenças que afetam o sistema nervoso.
Café expresso e Alzheimer: cientistas apontam relação benéfica
Para comprovar os efeitos da bebida na proteção no transtorno neurodegenerativo, os pesquisadores utilizaram café expresso e compostos isolados da bebida, como cafeína, teobromina, genisteína e trigonelina para avaliar como as fibrilas se comportavam com relação à doença.
Como resultado, os pesquisadores concluíram que especialmente a cafeína teve uma ação impeditiva na proteína tau, limitando o seu crescimento que poderia afetar a função cerebral. Para a surpresa da equipe, a cafeína tirou a toxicidade das fibrilas e retirou a capacidade delas se espalharem, comprometendo outras células.
Por outro lado, a pesquisa também foi capaz de comprovar que a cafeína se liga às fibrilas existentes, o que pode significar um potencial terapêutico no futuro, mas que ainda demanda mais estudos.
“Um consumo moderado de café expresso de 2/3 xícaras por dia (40 mL/xícara) fornece cerca de 250 mg de cafeína e 25 μg de genisteína, além de vários outros compostos bioativos. Muitos desses compostos, incluindo a cafeína e a genisteína, podem atravessar a barreira hematoencefálica por meio de diferentes mecanismos e exercem efeitos neuroprotetores”, aponta o estudo.
Novos estudos são necessários
Embora os resultados iniciais sejam promissores, ainda são necessárias novas pesquisas para compreender os benefícios da bebida na proteção de doenças.
Só no Brasil, estima-se que a doença atinja cerca de 1,2 milhões de pessoas, a maior parte deles ainda sem diagnóstico. Na fase leve, os principais sintomas são: perda de memória recente, dificuldade de comunicação, desorientação no tempo e no espaço, dificuldade para tomar decisões, perda de iniciativa e de motivação, sinais de depressão e agressividade.
Mas com o passar do tempo, os sinais são agravados e podem resultar em incapacidade de registro de dados, dificuldade de entender o que se passa a sua volta, incontinência urinária e intensificação do comportamento inadequado.
Outros benefícios da bebida
- Aumenta a concentração e favorece o estado de alerta;
- Tem função antioxidante;
- É rico em nutrientes como fósforo, magnésio, potássio etc;
- Tem poder termogênico – ou seja, acelera o metabolismo.
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Referências: Journal of Agricultural and Food Chemistry.