Cabelo na gravidez e pós-gravidez: entenda o que acontece com os fios
Além das transformações no corpo, a gravidez muda também o cabelo. Isso acontece devido às mudanças hormonais e ao ciclo do fio. Por isso, quando o assunto é cabelo na gravidez, é preciso entender o ciclo capilar, que são três. A fase chamada anágena é aquela em que os fios estão crescendo. A seguinte, chamada de catágena, é quando o cabelo “descansa”, está em repouso e dura cerca de três semanas. E, por fim, a telógena, quando os fios caem para que os novos nasçam.
Na gestação, as mudanças hormonais prolongam a fase anágena do ciclo de cabelo. Por isso, é normal que ao final dela o cabelo esteja mais volumoso, encorpado e denso. Existe a queda, mas ela diminui. A maioria das mulheres experimentam essa boa fase capilar, mas pode sim haver uma queda mais acentuada. Nesse caso, é preciso investigar se há alguma alteração hormonal importante ou falta de vitaminas.
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Cabelo pós-gravidez: menos volume e mais queda
Depois que o bebê nasce, pode-se notar queda durante o período de amamentação, mas não está relacionado a isso. Como na gestação o cabelo fica mais volumoso, assim que o bebê nasce, a progesterona (hormônio da gestação) para de ser produzida. Com isso, boa parte dos fios que não caíram nos últimos nove meses, tendem a cair. Já é esperado que de dois a três meses depois do parto, a mulher perceba o aumento de queda de cabelo. Isso pode durar até nove meses após a gestação e esses fios tendem a crescer aos poucos.
Além disso, é comum que as mulheres passem por períodos de estresse e sobrecarga com noites mal dormidas e o cuidado com o recém-nascido. Também pode acontecer de a mulher não se alimentar direito por conta da grande demanda que passa a ter. Tudo isso afeta a haste capilar e a forma que ela nasce, o que está relacionada à nossa saúde. Então, tanto condições internas como externas podem afetar o cabelo na gravidez.
É possível reverter a situação?
Sim, mas será preciso apoio profissional para investigar se há questões hormonais, metabólicas ou outras. Por isso, a necessidade de um exame de sangue. Um outro recurso é a tricoscopia, feita no couro cabeludo, com o qual pode ser diagnosticada uma alopécia androgenética, por exemplo, quando há perda de volume principalmente no topo da cabeça, mas que após a gestação acaba ficando mais evidente. Os fios passam a nascer bem finos, fazendo com que perca volume no topo da cabeça.
Quem amamenta pode fazer tratamento?
Alguns tipos de tratamentos são permitidos no cabelo das mamães. Por exemplo, o laser no couro cabeludo, que não usa substâncias químicas, que estimula o bulbo e o crescimento dos fios. Além disso, o uso via oral de substâncias, como biotina e zinco não apresentam nenhuma contra-indicação.
Fontes: Cintia Cunha, dermatologista e tricologista, de São Paulo e Thiago Bianco, dermatologista expert em transplantes capilares, de São Paulo.