BRUE: conheça a condição que causa mal súbito em bebês 

Gravidez e maternidade Saúde
08 de Maio, 2023
BRUE: conheça a condição que causa mal súbito em bebês 

Falta de ar e pele pálida em recém nascidos são sintomas que apavoram os pais, especialmente os de primeira viagem. Esses são alguns dos sinais do BRUE, condição que indica eventos respiratórios de início inesperado (Brief Resolved Unexplained Even). Apesar de não ser muito conhecida, essa condição pode estar por trás de alguns sustos que os pais possam passar com os bebês.

Essa situação aconteceu com Sarah Bendel. A usuária do TikTok gravava um momento pessoal entre as duas filhas, quando a mais nova teve um mal súbito e apresentou dificuldades para respirar, ficando com a pele avermelhada rapidamente. Na legenda, Sarah escreveu: “Isso foi tão traumático. Não consigo nem começar a descrever o pânico que se instalou. Jojo tem 6 semanas e sofreu com isso hoje”. Confira no vídeo abaixo:

@sarahbendel #BRUE #briefresolvedunexplainedevent BRUE AWARENESS. This was so traumatic. I can’t even begin to describe the panic that set in. Jojo is 6 weeks old and suffered with this today. #6weekold #6weekoldbaby #infant ♬ Cool Kids (our sped up version) – Echosmith

Mas afinal, o que é o BRUE? A condição apresenta riscos para os bebês? Confira a seguir.

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BRUE: O que é?  

Segundo a pediatra do Grupo ProntoBaby Dra. Marina Noia, como o próprio nome sugere, pouco se sabe sobre o que está por trás do BRUE – Brief Resolved Unexplained Even. Tanto é que só em 2016 a Academia Americana de Pediatria (AAP) criou esse termo e divulgou um manual de como lidar com esse quadro. Contudo, um dos fatores que mais chama atenção no BRUE é o aparente risco à vida, já que a criança apresenta sintomas alarmantes.

Principais sintomas

  • Nenhuma respiração por 20 segundos ou mais;
  • Alteração da cor, em geral para azulada ou pálida, mas às vezes para avermelhada;
  • Alteração do tônus muscular, em geral para flácido;
  • Choro ou irritabilidade incomuns;
  • Sufocamento;
  • Por fim, engasgo.

Dessa forma, o BRUE pode durar cerca de 20 a 30 segundos. Já com relação à frequência, a pediatra alerta: “Pode acontecer uma única vez, e acabar por isso mesmo, e pode também se repetir e durar 1 minuto.” Contudo, apesar das consequências não serem graves, a Dra. recomenda que os pais levem a criança ao médico para uma observação. 

O BRUE apresenta riscos para a criança?

Apesar disso, a Dra. Marina explica que, geralmente, os bebês sempre se recuperam normalmente do BRUE e não apresentam sequelas da condição, indicando que não há riscos. Por isso, os episódios de BRUE são “benignos”, por mais que assustem em um primeiro momento.

“Não foi identificado em nenhum estudo científico, nenhum efeito a longo prazo para o desenvolvimento da criança”, afirma a Dra. Marina. 

Como é feito o diagnóstico de BRUE?

O diagnóstico acontece após a investigação de outras condições que possam causar sintomas parecidos. Portanto, o pediatra só vai pensar no BRUE, após todas as outras doenças foram pesquisadas e não diagnosticadas. Assim, isso inclui doenças de todos os sistemas vitais, cardíaco, respiratório, gastrointestinal, metabólico, neurológico, genético, ou relacionados à gestação.

De acordo com o Manual MSD Saúde, outras condições podem gerar sintomas parecidos ao BRUE, são elas:

  • Distúrbios digestivos: Doença do refluxo gastroesofágico ou dificuldade em engolir;

  • Distúrbios do sistema nervoso: Convulsões ou tumores cerebrais, prender a respiração ou hidrocefalia;

  • Distúrbios respiratórios: Infecções pelo vírus sincicial respiratório, influenza (gripe) ou coqueluche;

  • Infecções: Sepse ou meningite.

Prevenção

Como a condição ainda não é perfeitamente explicada pela ciência, não há como evitá-la de forma eficaz. Porém, existem alguns métodos que ajudam a diminuir os riscos de mal estar súbito em bebês, especialmente os recém nascidos. Confira a seguir.

  • Posição: sempre coloque o bebê para dormir deitado de costas, tanto para sonecas quanto durante a noite.
  • Superfície: coloque o bebê para dormir em uma superfície firme, como um colchão com segurança aprovada para berços, recoberto por um lençol com elástico.
  • Roupas de cama: mantenha objetos macios, brinquedos, cobertores e outras roupas de cama soltas longe da área de dormir do bebê.
  • Evite a exposição à fumaça: Não fume e não permita que fumem perto do bebê. Não fumar durante a gravidez também é importante.
  • Localização: organize a área de dormir do bebê próxima da área de dormir dos pais e de outras crianças. Mas, é importante que o bebê durma em um berço exclusivo e que não durma em camas junto com os pais.
  • Temperatura: não deixe o bebê ficar superaquecido durante o sono.
  • Realize consultas regulares: o acompanhamento pediátrico ajuda a monitorar o desenvolvimento do bebê, o que contribui com a sua saúde de forma preventiva.

Fonte: Dra. Marina Noia, pediatra do Grupo ProntoBaby.

Fonte: Manual MSD. 

Sobre o autor

Tayna Farias
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em gravidez e maternidade

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