Bronquite: o que é, causas, sintomas, tratamento e mais
A bronquite é nada mais que a inflamação das vias aéreas — no caso, os brônquios, responsáveis pelo transporte direto do ar para os pulmões. Como resultado, a pessoa sente bastante desconforto para respirar, dentre outros sintomas.
Veja também: Afinal, qual a diferença entre rinite, sinusite e bronquite?
Causas da bronquite
Sabe-se que algumas pessoas já nascem com predisposição genética para a bronquite, e portanto, uma das causas pode ser hereditária. Porém, em outros casos, a condição pode surgir quando há exposição a um determinado agente que causa alergia ou infecção. Na maioria das vezes, a bronquite se desencadeia por:
- Vírus e bactérias;
- Ácaros presentes em colchões, travesseiros, lençóis e outros tecidos;
- Poluição nas grandes cidades;
- Inalação de substâncias nocivas ao organismo;
- Contato com bolor e mofo no ambiente;
- Refluxo do conteúdo gástrico – na doença do refluxo gastro-esofágico.
Além disso, a bronquite é mais comum nos dias frios e secos do inverno. Isso porque, nesses períodos, as vias aéreas sentem mais irritação dos agentes causadores da bronquite. Quem costuma ter mais sensibilidade no nariz e garganta são mais suscetíveis à mudança.
Leia também: Bolor e mofo agravam bronquite: Como evitar
Tipos e sintomas
A princípio, a bronquite possui dois tipos: a aguda e a crônica. A primeira dura algumas semanas e pode ser consequência de uma infecção bacteriana ou viral, mas que melhora com o devido tratamento. Por sua vez, a crônica pode incomodar a pessoa por meses, ser recorrente e mais resistente a tratamentos. Geralmente a bronquite crônica está associada a outras doenças respiratórias da mesma classe, como a asma e a doença pulmonar obstrutiva crônica (DPOC). Ambas possuem os sintomas semelhantes, que são:
- Tosse produtiva (com catarro), que pode ficar amarelado ou escuro, dependendo do avanço de infecção. Chiado vindo do pulmão;
- Falta de ar;
- Desconforto torácico;
- Cansaço e fadiga.
Fatores de risco para a bronquite
Além da predisposição genética, crianças, idosos e mulheres são mais propensos à bronquite. Outras condições e hábitos também podem favorecer a doença. Por exemplo:
- Tabagismo e fumo de outras substâncias inalatórias.
- Obesidade.
- Estresse.
- Exposição a substâncias nocivas (morar em locais com muita poluição, por exemplo).
Diagnóstico
A análise clínica dos sintomas é importante. Em conjunto com a avaliação do histórico e estado de saúde do paciente, exames de imagem, como o raio-X, são necessários para confirmar o quadro. Além disso, o médico pode solicitar o teste de função pulmonar (espirometria), que dá informações mais detalhadas sobre a condição dos pulmões e trocas gasosas.
Tratamento
O diagnóstico é feito primordialmente pela análise clínica, com histórico familiar e com o exame de função pulmonar conhecido como espirometria. Assim que é feita a confirmação da bronquite, o paciente é encaminhado para o tratamento.
Ele consiste em aliviar as crises dessa doença e por meio de manutenção preventiva. Em casos mais graves, pode ser indicado o uso de medicamentos de acordo com os sintomas mais comuns, seguindo a prescrição e orientação do médico. Os medicamentos podem ser só para momentos de crise, ou de uso crônico, para prevenção de novas crises.
Por fim, para prevenir as crises respiratórias, sugere-se evitar locais com mofo, poeira, alérgenos e fumaça de cigarro, além de usar a medicação de manutenção corretamente, ter uma boa alimentação e realizar atividade física regularmente.
Como se prevenir
Felizmente, boa parte das crises são evitáveis. Veja os cuidados necessários:
- Mantenha a casa e ambiente sempre limpos: por isso, troque roupas de cama, lave cortinas, tire o pó e limpe o chão com frequência. Os colchões podem ser aspirados, com aspirador de pó.
- Evite situações e fatores que podem prejudicar o quadro infeccioso: isso inclui ficar longe de pelos de animais e pessoas doentes.
- Proteja-se com agasalhos em dias mais frios: principalmente se você fica muito tempo em locais externos e pratica atividades físicas ao ar livre.
- Cuide da imunidade: o sistema imunológico fortalecido com boa alimentação, vacinas em dia (agora incluindo a COVID-19), descanso e movimento previnem doenças respiratórias.
- Faça o tratamento de doenças crônicas: controle de enfermidades como obesidade, asma, refluxo gastro-esofágico, DPOC e demais condições que contribuem para a bronquite.
- Aposte na atividade física: o movimento ajuda a minimizar a incidência de doenças respiratórias. Entretanto, algumas pessoas podem ter crises durante as atividades físicas, e isso precisa ser dito ao médico para mudança do tratamento.
Perguntas frequentes sobre bronquite
Qual a diferença entre asma e bronquite?
Ambas atingem os brônquios. No entanto, a bronquite asmática, também chamada de asma brônquica ou apenas asma, é uma doença de causa alérgica, enquanto a bronquite tem várias outras causas, como infecções e tabagismo. Para o diagnóstico correto, é importante buscar ajuda médica. Afinal, os medicamentos mudam de acordo com a enfermidade.
A bronquite é uma doença contagiosa?
Quando a causa da bronquite é infecciosa, é transmissível, pois vírus e bactérias são os principais responsáveis pela infecção. Já a asma não é transmissível.
Quais médicos devo procurar?
A princípio, o pneumologista é o profissional mais apto a diagnosticar e tratar a bronquite. Todavia, um clínico geral, alergista ou otorrinolaringologista também podem identificar o quadro e direcionar o paciente para outra especialidade, se for o caso.
Fonte: Marcela Hercos Fatureto, pneumologista.
Referências: Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia.