Bebê pode tomar água de coco? Veja quando e como oferecer
Água de coco fresquinha e direto da fruta é uma das apostas para aliviar o calor que vem fazendo em boa parte do Brasil. Mas o que muita gente não sabe é que, mesmo sendo saudável, é preciso ter cuidado para incluir a bebida na alimentação das crianças. Surge, então, a dúvida: bebê pode tomar água de coco?
Quem responde à dúvida é a Dra. Kelly Oliveira, médica pediatra especialista em amamentação:
“Idealmente, a introdução de qualquer bebida além do leite materno ou fórmula infantil deve acontecer somente após os 6 meses de idade. Especificamente com relação à água de coco, a recomendação é esperar até os 12 meses. Antes dessa idade, os bebês recebem toda a hidratação e nutrição necessária do leite”, diz a médica.
Além disso, mesmo após o primeiro ano de vida do bebê, a quantidade também deve ser controlada. De acordo com o Manual de Alimentação da Sociedade Brasileira de Pediatria, a recomendação é ofertar, no máximo, 120 ml por dia para crianças de 1 a 3 anos e até 175 ml para crianças de 4 a 6 anos.
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Bebê pode tomar água de coco, mas só após o 1 ano de vida
A inserção da água de coco na rotina alimentar do bebê exige cuidados. Isso porque o líquido é fruto de uma oleaginosa, portanto, existem riscos maiores de alergias ou reações indesejáveis.
“Alergias específicas à água de coco são raras, mas não impossíveis. Como com qualquer novo alimento, deve-se observar a reação do bebê nas primeiras vezes que a água de coco for introduzida”, explica a Dra. Kelly.
Portanto, os pais devem ficar atentos a qualquer sinal de desconforto gastrointestinal, erupções cutâneas, vômitos imediatos e tosse, entre outros. Esses sintomas alérgicos devem levar à suspensão da bebida. Além disso, se as reações forem extremas, a criança deve ser levada à uma unidade de pronto atendimento.
Por outro lado, a água de coco é mais doce e palatável, por isso, pode conduzir as crianças à uma preferência em relação a água natural. Portanto, se os pais desejam ensinar hábitos mais saudáveis aos pequenos desde cedo, o ideal é priorizar o consumo de água acima de qualquer outra bebida, como sucos (mesmo que naturais), refrigerantes ou achocolatados.
Na hora certa, água de coco traz benefícios
A água de coco é rica em eletrólitos, como potássio, e pode ser uma fonte de hidratação natural para os pequenos. Ela é leve e de fácil digestão, o que pode ser um complemento refrescante, especialmente em dias quentes.
Em quadros de desidratação, diarreia e vômitos, a água de coco também é uma ótima opção para aliviar os sintomas e reidratar o organismo. No entanto, é importante lembrar que a bebida não é essencial e não substitui a água pura para hidratação ou leite materno ou fórmula como fonte nutricional principal.
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“Sabemos que em locais litorâneos há bastante disponibilidade de água de coco natural, o que também torna-se uma experiência interessante para crianças em fase de desenvolvimento. A criança pode explorar a fruta, seu formato, textura e também provar o coco por dentro. Porém, vale ressaltar que a melhor bebida para bebês além do leite materno ou fórmula, é a água!”.
Como incluir a bebida na rotina do bebê?
A Dra Kelly explica que a água de coco pode ser oferecida em pequenas quantidades como parte de uma alimentação equilibrada: “Pode ser dada utilizando uma colher ou em um copinho, conforme o bebê se adapta a beber líquidos além do leite. Quanto aos substitutos, a água pura é sempre a melhor opção para hidratação, além de ser essencial para a saúde”, reforça.
Água de coco: natural vs caixinha
Por fim, os cuidados com a inserção da água de coco na rotina alimentar do pequeno também se estendem à qualidade do produto. Nesse caso, a preferência deve ser sempre pela água de coco natural, diretamente do coco, por ser mais pura e livre de aditivos encontrados em algumas versões industrializadas.
“Se optar pela água de coco de caixinha, é crucial verificar os ingredientes para evitar produtos com adição de açúcar, conservantes ou aromatizantes”, alerta a médica pediatra.
- Fonte: Dra. Kelly Oliveira, médica pediatra e especialista em amamentação e sono.
Manual de Alimentação da Sociedade Brasileira de Pediatria