Bebê pode comer carne de porco? Veja quando e como oferecer

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01 de Abril, 2024
Bebê pode comer carne de porco? Veja quando e como oferecer

É só chegar a fase da introdução alimentar, após os 6 meses de vida, que as dúvidas sobre o que o bebê pode ou não comer começam a ser mais comuns na rotina dos pais. Especialmente a alimentação brasileira possui uma vasta variedade de comidas e preparos. Portanto, surgem questionamentos, como por exemplo: “bebê pode comer carne de porco?” Veja a seguir!

Afinal, bebê pode comer carne de porco? 

Seja costelinha, lombo ou bisteca, a carne de porco faz parte da alimentação do brasileiro. Só em 2022, o consumo da proteína atingiu 20,5 kg por habitante, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE. Mas será que ela é indicada para todos os públicos?

Quem responde é a pediatra Kelly Oliveira: “A carne de porco pode fazer parte da dieta dos bebês a partir dos 6 meses, seguindo as orientações de introdução alimentar. Neste caso, a proteína deve ser bem cozida, e os pais devem observar qualquer sinal de reação alérgica”, diz a médica.

Se bem preparada, a carne é uma excelente fonte de proteínas, nutrientes e vitaminas que contribuem com o desenvolvimento dos pequenos. Além disso, o alimento também costuma ter um preço mais acessível nos açougues e supermercados, se comparado a outros tipos de carne. 

A orientação se aplica especificamente às carnes de porco in natura. No entanto, quando se trata de produtos derivados do porco, como bacon e carne defumada (que são ultraprocessados), a recomendação é diferente. Devido ao elevado teor de sódio, aditivos e conservantes, é aconselhável evitar esses alimentos na dieta do bebê.

Desconstruindo mitos

Antigamente, acreditava-se que a carne de porco não era ideal para o consumo de crianças. Além de ser considerada mais “pesada”, o tamanho, o formato e o alto poder alergênico se apresentavam como desafios para a deglutição dos mais pequenos. No entanto, estudos científicos desmistificam essas crenças.

“Hoje sabemos que o bebê pode ter uma dieta praticamente igual à dos pais”, diz Virgínia Weffort, presidente do departamento de nutrologia da Sociedade Brasileira de Pediatria.

O lombo suíno, por exemplo, chega a ter cerca de 40% a menos de gordura, se comparado à carne de vaca. Ou seja, a carne de porco pode e deve fazer parte da alimentação de bebês e crianças, mas é claro que são necessários cuidados, assim como outros alimentos. 

Cuidados no preparo

Antes de introduzir o alimento na rotina do pequeno, é importante se atentar aos cuidados no preparo. “A carne de porco deve ter um preparo seguro, garantindo que esteja bem cozida para eliminar riscos de contaminação por parasitas ou bactérias. Deve ser oferecida em textura adequada para a idade da criança, evitando peças com muita gordura”, diz a pediatra.

Por isso, opte pela carne cozida ou grelhada sempre, evitando as versões fritas ou cruas e semi-cruas. Invista em carnes de porco mais magras, como por exemplo o lombo. Quando bem cozida, a carne de porco é segura. O principal risco está na preparação inadequada, que pode levar à contaminação por parasitas como a Taenia solium.

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Novas texturas e sabores

Incluir a carne de porco na alimentação do bebê pode facilitar a aceitação de uma proteína nova, adicional ao frango e carne vermelha. Além disso, o formato do alimento contribui para o desenvolvimento da dentição e exploração dos novos alimentos. Contudo, o ideal é optar por versões moídas ou desfiadas.

Uma prática muito comum dos pais é processar a comida no liquidificador ou mixer. Porém, esse preparo mais pastoso limita a criança a uma textura mais líquida e impede a evolução gradual na experimentação dos alimentos. 

“É fundamental acompanhar e respeitar o ritmo e as reações da criança à introdução de novos alimentos, oferecendo uma dieta variada e equilibrada para promover um desenvolvimento saudável. Por fim, consulte sempre um pediatra ou alergista para orientações personalizadas”, diz a médica.

Além disso, o ideal é que os bebês manuseiem os alimentos livremente com as próprias mãos, permitindo que ganhem autonomia e interesse pelo alimento. 

  • FonteDra. Kelly Oliveira, médica pediatra e especialista em amamentação e sono.

Guia prático da alimentação – Crianças de 0 a 5 anos – Sociedade Brasileira de Pediatria.

Sobre o autor

Tayna Farias
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em gravidez e maternidade

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