Atividade física e refluxo: quais as relações?
É só você começar a treinar que sintomas como azia, queimação e até regurgitação aparecem? Vale ficar de olho, porque a atividade física pode estar piorando o seu quadro de refluxo. Entenda melhor:
A atividade física causa refluxo?
O Dr Alexandre Zanchenko Fonseca, médico cirurgião do aparelho digestivo, explica que o exercício físico, sozinho, não é capaz de fazer você desenvolver o chamado refluxo gastroesofágico — isto é, quando o conteúdo gástrico volta para o esôfago e gera consequências um tanto quanto desagradáveis.
Contudo, o especialista ressalta que pessoas que já convivem com a condição podem ter os sintomas piorados com a realização de alguns tipos de treino, principalmente aqueles de alto impacto ou alta intensidade (como correr, pular corda, levantar peso…).
Isso acontece porque “a pressão intra-abdominal gerada pelos movimentos vai ajudar o conteúdo que está no estômago a voltar para o esôfago, juntamente com o ácido.”
Aí, desconfortos típicos podem aparecer. Por exemplo:
- Queimação na altura do peito e próxima ao coração (retroesternal);
- Regurgitação (volta do alimento não digerido do estômago para o esôfago);
- Sensação de globus faríngeo (espécie de “bola” na garganta);
- Pigarro;
- Azia.
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O que fazer?
Se você estiver no meio da academia e começar a sentir os incômodos do refluxo, o cirurgião do aparelho digestivo recomenda diminuir imediatamente a intensidade do exercício.
“Ou então, sabendo da condição, você pode tomar um remédio indicado pelo médico antes do treino”, ele complementa. Geralmente, os especialistas prescrevem os chamados inibidores de bomba de prótons, como omeprazol. Mas é importante consultar um profissional de sua confiança para entender se eles valem para o seu caso.
Além disso, outras dicas podem prevenir o problema:
- Evitar comer pouco antes de treinar (o ideal é esperar de trinta minutos a uma hora);
- Ficar longe de alimentos que pioram o quadro (cítricos e ácidos como molho de tomate, suco de laranja, suco de limão, morango, abacaxi, chocolate);
- Não fumar;
- Não beber;
- Manter o peso ideal.
“Com essas medidas comportamentais, os sintomas costumam melhorar. Também existem exames para entender se o caso é cirúrgico. Mas com mudanças no estilo de vida e hábitos mais saudáveis, já é possível controlar bem a condição”, ele finaliza.
Fonte: Dr Alexandre Zanchenko Fonseca (CRM 120120), médico cirurgião do aparelho digestivo.