Asma grave: uma doença sem cura que pede cuidados contínuos
Dentre as doenças respiratórias, a asma é bastante comum. Uma condição crônica, ela é causada por uma inflamação das vias aéreas e acomete crianças e adultos. Alguns estudos estimam que existam mais de 20 milhões de brasileiros com asma, sendo essa uma das principais causas de internação no SUS e de faltas no trabalho e na escola. Assim como outras doenças, divide-se a asma em níveis de gravidade. Entenda melhor sobre a asma grave, de acordo com o pneumologista Dr José Eduardo Delfini Cançado:
O que é asma grave?
“A asma grave é a forma mais agressiva dessa doença respiratória”, explica. “Nela, os sintomas, como falta de ar e fôlego curto, chiado, opressão no peito e dificuldade para realizar atividades do cotidiano, são mais intensos e constantes.”
Os asmáticos graves chegam a procurar os hospitais 15 vezes mais que os outros pacientes e são hospitalizados 20 vezes mais quando a doença está fora de controle.
Ela pode ser bastante debilitante, impedindo que o paciente realize atividades do cotidiano, como subir escadas, praticar atividade física e até arrumar a casa. Sem contar o impacto social e econômico, uma vez que também interfere no seu emocional, afetando relações pessoais e profissionais.
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Tratamentos
A asma é uma doença sem cura, mas que é possível controlar. Por isso, normalmente trata-se com corticoides inalatórios e orais. Uma novidade no tratamento é o uso de imunobiológicos, que mudaram o manejo de várias doenças autoimunes, incluindo a asma grave.
“Esses medicamentos de última geração servem para tratar os casos da doença que não respondem ao tratamento convencional”, diz o pneumologista. “Eles servem como tratamento complementar de manutenção na asma grave, para pacientes adultos, adolescentes e crianças a partir dos 6 anos.”
Os imunobiológicos reduzem exacerbações, internações hospitalares e visitas aos prontos-socorros causadas pelas crises de asma. Além disso, essa classe de medicamentos também diminui a necessidade de altas doses de corticoide, associado a efeitos colaterais graves, como o diabetes, a osteoporose, a hipertensão, a obesidade, a catarata, a depressão e a ansiedade, entre outros.
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É possível reverter um caso de asma grave?
Como já foi dito, a asma é uma doença inflamatória sem cura, no entanto, podemos e devemos controlá-la, de forma que o paciente tenha e mantenha a sua qualidade de vida.
O controle da asma grave deve ser feito a vida toda. Por isso, o paciente precisa estar sempre engajado no tratamento e segui-lo com responsabilidade e comprometimento.
“Como? Indo a consultas regulares, fazendo os exames de controle prescritos pelo médico, usando a medicação de forma contínua (não apenas em momentos de crise), evitando a automedicação e adotando hábitos mais saudáveis de vida”, finaliza o médico.
Fonte: Dr José Eduardo Delfini Cançado, médico pneumologista.