Armazenamento de alimentos após as festas: dicas e cuidados
Natal, Réveillon, verão, amigos e família reunida. O fim de ano traz o calor e as confraternizações que marcam as festas da época, sempre regadas a muita comida e bebida. Mas os alimentos podem se tornar vilões se o armazenamento não ocorrer de forma adequada e com os cuidados redobrados durante a estação mais quente do ano.
“Neste período deve existir muita cautela em relação à temperatura dos alimentos, pois a proliferação e a multiplicação de agentes microbianos no calor podem trazer muitos riscos à saúde”, explica Janaiara Moreira, coordenadora adjunta do curso de Nutrição do Centro Universitário Integrado de Campo Mourão.
Ela explica que é importante manter alimentos frescos como as massas, carnes, queijos e seus derivados acondicionados sempre a uma temperatura menor do que 10º C. “Engana-se quem pensa que os alimentos com potencial para causar intoxicações apresentam mal cheiro ou aspecto ruim. Muitas vezes eles estão saborosos e com aroma característico, mas é aí que está o perigo oculto nas bactérias, fungos, vírus ou parasitas”, destaca.
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Armazenamento de alimentos pode ser um hábito perigoso
Não guardar os alimentos na geladeira logo após o consumo pode ser um caminho para a intoxicação alimentar. “Deixar aquele arroz que sobrou do almoço em cima do fogão ou dentro do forno para ser consumido na hora do jantar pode trazer um risco enorme à saúde, pois as bactérias podem levar o alimento a uma deterioração imperceptível”, exemplifica Janaiara.
Nesse sentido, as crianças, os idosos, as pessoas com o sistema imunológico enfraquecido e os pacientes com doenças crônicas – como diabetes, câncer e doença renal – correm maior risco. Por isso, todo cuidado é necessário.
Como garantir saúde no fim do ano
Os principais cuidados estão relacionados ao manejo e ao armazenamento de alimentos. Outro ponto que deve ser observado é a origem, principalmente das carnes e peixes. Janaiara recomenda comprar somente em locais de confiança e que tenham os registros sanitários adequados.
“Alimentos como carnes, linguiças e queijos devem sempre ser armazenados em geladeira. Uma prática muito comum e muito perigosa é deixar as carnes em uma bacia fora da geladeira e próximas à churrasqueira. Desta maneira, estes alimentos – que ficam fora da temperatura ideal – facilmente estão propícios ao crescimento de bactérias que causam intoxicações”, diz.
Aproveite as sobras, mas com segurança
Pratos feitos com aproveitamento de alimentos também exigem cuidados na hora do preparo. “Aquele tradicional arroz-carreteiro feito no jantar para aproveitar o churrasco que sobrou do almoço não vai oferecer riscos à saúde se a carne utilizada foi guardada na geladeira e numa vasilha com tampa logo após o consumo. Se a carne não for manipulada adequadamente, ela pode trazer riscos à saúde e isso vale também para inúmeros outros pratos”, exemplifica a professora de Nutrição.
Dicas de armazenamento de alimentos no fim de ano (e sempre)
- Sempre higienize as mãos, tanto antes quanto depois de manipular alimentos. Assim, evita-se a contaminação cruzada, que acontece quando levamos os microorganismos de um alimento para o outro ou de um utensílio ao outro;
- Separe alimentos crus dos cozidos e utilize utensílios diferentes para a manipulação de cada um;
- Lave frutas e verduras em água limpa e deixe de molho em uma solução de cloro por cerca de 15 minutos. Além disso, se for transportá-los, use caixa fechada;
- Cozinhe bem os alimentos e evite a ingestão de itens crus ou mal passados;
- Para preservar os alimentos, mantenha-os fora da Zona de Perigo, ou seja, se for um alimento frio, deixe-o abaixo de 4,4°C e mantenha os alimentos quentes acima de 60°C;
- Na praia, mantenha os alimentos à sombra, longe da exposição solar direta,
- Prefira alimentos que não se alterem com o calor (pão, conservas, castanhas e algumas frutas, por exemplo);
- Se optar em levar alimentos perecíveis para momentos e espaços de lazer, acondicione-os em bolsa térmica com placas frias ou gelo;
- Por fim, nunca consuma molhos, maionese ou laticínios sem refrigeração.
Fonte: professora Janaiara Moreira, coordenadora adjunta do curso de Nutrição do Centro Universitário Integrado de Campo Mourão.