Alergia à fralda: saiba como identificar e evitar

Gravidez e maternidade Saúde
20 de Janeiro, 2022
Alergia à fralda: saiba como identificar e evitar

Vermelhidão, coceira, bolhas e descamação na pele do bebê: esses são alguns sintomas da alergia à fralda, um problema que incomoda bastante a rotina dos pequenos. Por isso, é fundamental conhecer quais são as principais reações e suas causas para solucionar o incômodo da melhor forma. Confira agora as principais informações sobre esse problema e os motivos pelos quais ele ocorre.

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Afinal, o que é alergia à fralda? 

De acordo com a Dra. Cristina Abud, alergologista da Rede de Hospitais São Camilo (SP), a alergia à fralda é uma dermatite (lesão avermelhada e áspera) em locais de contato com a fralda. O problema acontece devido à sensibilidade da pele da criança à um produto constituinte das fraldas, como o plástico, por exemplo.

Quais são as reações da alergia à fralda? 

A alergia à fralda pode causar, na pele da criança, sinais vermelhos e até roxos. O formato da lesão pode ser identificado como algo brilhante, descamativo, espesso ou até ulcerativo. No entanto, as características do problema dependem de como a dermatite está, uma vez que ela pode ser leve, moderada ou grave. 

Para descobrir se a criança está com alergia à fralda, a recomendação é analisar se as lesões estão nas partes convexas do corpo do bebê, região onde ocorre o contato com o material (face interna das coxas, glúteos e glande do pênis ou vulva). 

Apesar de serem bastante semelhantes, a dermatite de fraldas é diferente da infecção por Cândida. Isso porque ela não atinge as regiões de dobras, já que elas permanecem ocultas do conteúdo fecal e urinário. Em grande parte dos casos, as crianças de até dois anos são as que mais sofrem com a alergia à fralda. Nesse período, não é possível ter controle dos esfíncteres. 

De forma mais intensa, o quadro é observado com mais frequência no segundo mês de vida. A alergologista destaca o quanto é essencial a consulta médica durante esse período da vida da criança. “É importante o diagnóstico médico para fazer a diferenciação de outras doenças de peles comuns também nessa faixa etária e orientar o tratamento mais adequado.”, explica. 

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Quais são as causas da alergia à fralda? 

Para compreender com mais clareza os motivos pelos quais ocorre a alergia à fralda, é importante conhecer, também, as fezes do bebê. Isso porque os dejetos são ricos em enzimas (oriundas do pâncreas) e em substância (produção feita pelas bactérias do intestino). Ao entrar em contato com a pele, eles potencializam a permeabilidade, deixando o caminho livre para que outros agentes causem irritação na pele 

Por outro lado, a urina é responsável por fazer com que a pele fique muito úmida. Quando o xixi foi feito em poucas horas, ele não traz consequências negativas. No entanto, quando ele permanece em contato com a pele por mais de 18 horas, ocorre uma irritação que pode prejudicar a qualidade de vida da criança. 

A soma da umidade com o atrito frequente causa a dermatite de fraldas. Nesse cenário, a reação entre os produtos da urina e das fezes têm o poder de alterar o PH da pele e potencializar a sua vulnerabilidade. 

Como tratar a alergia à fraldas? 

Seu filho está sofrendo com alergia a fralda? Veja abaixo o que fazer para cuidar desse tipo de problema. 

Tenha cuidado com a alimentação 

Sabemos que o leite materno protege o bebê de muitas coisas. O lado positivo é que ele também garante proteção contra a alergia à fralda. Isso porque o leite melhora o trato gastrointestinal da criança por meio de uma bactéria da família bacilos bífidos. Essas bactérias conseguem deixar as fezes mais ácidas, regulando as ações das enzimas que são responsáveis por causar permeabilidade da pele. 

Porém, crianças que têm a alimentação baseada em derivados do leite de vaca conquistam a mesma proteção. Afinal, ele causa colonização do intestino grosso por enterobactérias. Nesse cenário, as fezes ficam alcalinas e deixam o caminho livre para que enzimas prejudiciais penetram na pele. 

Redobre a atenção com a higiene 

Os produtos que são utilizados para a higiene do bebê não podem ser escolhidos de qualquer forma. A preocupação precisa ser redobrada porque a barreira cutânea não é muito resistente e a presença de certas substâncias químicas podem trazer bastante irritação para os pequenos. Dessa forma, opte por produtos que removem resíduos gordurosos, urina e fezes. Além disso, dê preferência para aqueles itens que seguem as seguintes normas. 

  • Ausência de substâncias cáusticas;
  • pH ácido parecido com o pH da pele; 
  • Ausência de cocoamidopropil e dimetilamina-7;
  • Isentos de essências naturais, entre as quais: laranja, limão e tangerina.

O lado positivo é que outros produtos, como lenços umedecidos, não são restringidos por especialistas. Porém, algumas crianças podem sofrer com reações alérgicas na região em que são utilizados. Por isso, para evitar problemas, o ideal é procurar um pediatra para que ele possa listar quais são os produtos mais indicados para o seu filho. 

Procure deixar o bebê seco e protegido

De acordo com a Sociedade Brasileira de Pediatria, os pais devem trocar as fraldas do bebê entre cinco a seis vezes diariamente. Após limpar a criança com as substâncias adequadas, lembre-se de deixá-la sequinha. Um dos erros mais comuns nesse processo é esfregar a pele do bebê com intensidade. Não faça isso, já que a umidade e o atrito prejudicam a barreira cutânea. 

Para evitar problemas, procure secar a região com um paninho. Nesse caso, os modelos de tecido natural são mais apropriados do que produtos sintéticos. Outra dica interessante é aplicar cremes de barreira à base de óxido de zinco sempre que for trocar a fralda da criança. Isso porque eles têm uma película protetora que consegue diminuir o atrito com a região de fralda, além de reduzir a ação das enzimas e das substâncias que causam irritação na pele. 

Por fim, o uso de óleos de sementes podem ser aplicados como substituição a pomadas. Eles são ótimos escudos e agilizam a cicatrização da pele. 

Leia mais: Vacinas para crianças: quais são as principais?

Fonte: Dra. Cristina Abud, alergologista da Rede de Hospitais São Camilo de SP.

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