Aerofagia: o que acontece quando engolimos ar demais?

Saúde
20 de Setembro, 2022
Aerofagia: o que acontece quando engolimos ar demais?

Arrotar é algo bastante comum. Afinal, vira e mexe tomamos água rápido demais e precisamos liberar o ar que entrou junto com o líquido no nosso sistema. Ou tomamos bebidas gasosas que, justamente, levam ar para o nosso estômago. Mas você sabia que os arrotos também podem ser o sintoma de uma condição de saúde chamada aerofagia? 

“Aerofagia refere-se ao distúrbio em que os pacientes engolem ar com tanta frequência, e em quantidades tão grandes, que resulta em sintomas indesejados”, explica o Dr. Vital Fernandes Araújo, médico especializado em Medicina Ortomolecular e pós-graduado em Psiquiatria. “Parte do ar ingerido é expelido através de eructações (arrotos) e parte do ar atinge os intestinos, onde causa distensão abdominal (principalmente do estômago e intestino), dor e inchaço. Pode levar, em casos mais graves, a dificuldades respiratórias.”

Sintomas

Os sintomas podem variar entre cada pessoa. Contudo, os mais comuns incluem:

  • Inchaço;
  • Arrotos;
  • Indigestão;
  • Flatulência;
  • Soluços frequentes;
  • Distensão;
  • Constipação;
  • Dor abdominal;
  • Sons abdominais aumentados.

Leia também: Soluço pode ser sintoma de ansiedade ou estresse

Causas da aerofagia

A aerofagia é uma condição que pode ser desencadeada por uma série de fatores. Por isso, é sempre importante consultar um médico ao perceber os sintomas. Dessa forma, o Dr. Vital cita algumas das principais causas da condição: 

  • Comer de forma muito rápida;
  • Mascar chicletes;
  • Falar em demasia enquanto se alimenta;
  • Exagerar em bebidas gaseificadas, como por exemplo, refrigerantes, energéticos, etc;
  • Beber enquanto utiliza canudo;
  • Usar CPAP (aparelho utilizado para dormir em alguns distúrbios);
  • Distúrbios neurológicos (podem influenciar na deglutição);
  • Atividades físicas extenuantes que levam a respiração acelerada;
  • Ansiedade;
  • Doença do refluxo gastroesofágico.

Diagnóstico

O diagnóstico é feito a partir da clínica, como o exame físico por um médico especializado, e com o auxílio de alguns procedimentos, como por exemplo, a radiografia abdominal, a impedâncio-pHmetria esofágica e a endoscopia digestiva alta, em alguns casos. 

Tratamento da aerofagia

Para o manejo dessa condição é preciso, primeiro, diferenciar os pacientes com sintomas crônicos estáveis daqueles com episódios agudos e graves. Mas isso pode levar a uma situação ameaçadora. 

“Ocorre principalmente em pacientes com deficiência mental, e pode resultar em torção intestinal, obstrução e dificuldades respiratórias devido ao aumento da pressão abdominal”, explica o profissional. “Nesse caso, uma sonda nasogástrica para aliviar o ar gástrico parece razoável, e sedativos podem ajudar a reduzir a deglutição repetitiva de ar.”

Na maioria dos pacientes, os sintomas são mais crônicos e leves, o que justifica uma abordagem diferente. Assim, é aconselhável restringir o uso de bebidas gaseificadas e comer devagar. 

“Semelhante aos pacientes com arrotos excessivos, o tratamento com fonoaudiologia pode ser benéfico, já que o objetivo da terapia fonoaudiológica para aerofagia é reduzir a deglutição de ar”, continua o médico. 

Alguns medicamentos com propriedades antiespumantes, como dimeticona e simeticona, que previnem a formação de gases nos intestinos, podem ajudar a aliviar os sintomas também. Desse modo, em caso de constipação secundária à distensão intestinal, pode-se ainda fazer uso de laxantes.

Também é comum aliar a psicoterapia ao tratamento, tanto para garantir a melhora da respiração, quanto da mudança de hábitos, principalmente para pacientes diagnosticados com depressão ou ansiedade. 

“Para pacientes fumantes, parar de fumar também se torna um importante objetivo do tratamento”, diz. “E caso seja detectado refluxo gastroesofágico, este também deverá ser tratado concomitantemente.”

Fonte: Dr. Vital Fernandes Araújo, médico especializado em Medicina Ortomolecular e pós-graduado em Psiquiatria.

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