AEJ (aeróbico em jejum): emagrece mais ou é mito?
O hábito de malhar em jejum ganhou muitos adeptos, pois aumenta a disposição e melhora o desempenho físico. Conhecido por AEJ, o aeróbico em jejum consiste em treinar sem se alimentar. A prática é feita em baixa intensidade e logo pela manhã, depois de acordar e antes de ingerir qualquer alimento.
Quando estamos em jejum, as reservas de glicose se esgotam e o corpo precisa de outra fonte de energia, como a gordura. Desse modo, o foco principal do aeróbico em jejum é fazer com que o corpo utilize fontes de gordura para gerar energia.
Nesse sentido, é importante lembrar-se de beber água antes, durante e após o exercício e evitar realizá-lo todos os dias ou por um período prolongado. A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda 150 minutos semanais de exercícios aeróbicos. Desse modo, você pode escolher qual é o melhor período para praticar.
Os métodos de jejum intermitente mais seguidos
- Método 16/8: é composto por 2 refeições diárias com um intervalo de 8 horas (por exemplo, uma refeição às 12 h e a outra às 20h, totalizando 16 horas em jejum;
- Jejum completo: jejum durante 24 horas, uma ou duas vezes por semana;
- 5:2: em dois dias não consecutivos da semana, os indivíduos só consomem 500 a 600 calorias. Nos outros 5 dias, a alimentação é normal.
Benefícios do AEJ
- Com o tempo, o corpo se acostuma com essa ausência de energia e pode ganhar mais rendimento em atividades de alta intensidade, como o HIIT, e mais resistência contra possíveis desconfortos por malhar em jejum (tontura e enjoo, por exemplo);
- Treinar em jejum auxilia no aumento da sensibilidade à insulina, agindo na prevenção do diabetes tipo 2 e dando maior suporte ao emagrecimento;
- Aprimoramento dos mecanismos para utilização da gordura como fonte energética durante a prática.
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Pontos negativos de malhar em jejum
- O aeróbico em jejum pode queimar massa muscular. Por isso, consulte um nutricionista e um profissional de educação física para equilibrar o que comer após a atividade, além de um treinamento periodizado para evitar que isso aconteça;
- Pode causar mal estar para quem não está acostumado com o hábito, levando a episódios de hipoglicemia. Os sintomas são tontura, enjoo, desmaio e queda da pressão arterial. Por isso, modere a intensidade e a duração do seu treino enquanto não estiver habituado;
- Se não houver alimentação equilibrada no decorrer do dia, aumentam as probabilidades de compulsão após o treino, o que pode ser uma cilada para quem busca emagrecer.
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AEJ emagrece mais ou é mito?
De acordo com a educadora física da Vitat Bianca Pichirilli, o que realmente emagrece é o déficit calórico. “O AEJ é uma estratégia para você entrar em déficit calórico. Mas várias pesquisas comprovam que fazer aeróbico em jejum não queima mais gordura do que fazer alimentado”, ressalta.
Para Bianca, o que existe, na verdade é uma tendência de hábitos. Ou seja, as pessoas começam a fazer aeróbico em jejum por quererem se alimentar melhor e se forçam mais a ter um hábito melhor naquele dia. “Isso facilita a queima de calorias. Mas olhando cientifica e fisiologicamente, fazer atividades físicas em jejum não emagrece”, finaliza a educadora física.
AEJ e hipertrofia muscular: dicas e cuidados
Evite malhar em jejum todos os dias
Reserve esse hábito para os dias de treino aeróbico, como corrida, ciclismo, treino em escadas, no elíptico e outras atividades que aumentam a frequência cardíaca. Esse tipo de treino prioriza mais a gordura como fonte de energia, então converse com seu professor para esclarecer todas as dúvidas.
Aposte em uma rotina saudável
Alimentação e hidratação adequadas, descanso e treinamento personalizado são a chave para resultados na balança.
Outra forma de utilizar a gordura como fonte de energia
Faça o café da manhã, treine musculação e só depois vá para o aeróbico. Assim, o corpo utilizará primeiro o glicogênio no treino de força e queimará gordura no momento apropriado, que é na sessão de cardio.
Nunca siga uma dieta ou estratégia de alimentação por conta
Mesmo que um conhecido tenha obtido bons resultados, não significa que pode acontecer o mesmo com você. Buscar apoio profissional é sempre a melhor atitude em prol de sua saúde e conquistas pessoais.
Fonte: Milena Lopes, nutricionista da Clínica NutriCilla pós-graduada em nutrição clínica pelo GANEP; e Bianca Pichirilli, educadora física da Vitat.