Adoçante sucralose pode ser usado no tratamento de doenças autoimunes, sugere estudo

Alimentação Saúde
22 de Março, 2023
Adoçante sucralose pode ser usado no tratamento de doenças autoimunes, sugere estudo

A primeira vista, exagerar no consumo de adoçante não parece uma boa ideia, sobretudo se for do tipo sucralose, que é 600 vezes mais doce que o açúcar convencional. Contudo, um novo estudo do Instituto Francis Crick, no Reino Unido, aponta que essa prática pode ser utilizada para o tratamento de doenças autoimunes. Continue lendo e entenda. 

Veja também: Doenças autoimunes: quais são, diagnóstico e tratamento

Pesquisa sobre os efeitos do adoçante sucralose 

Publicado na Revista Nature, o estudo sugere que a sucralose, tipo de adoçante utilizado em  refrigerantes e laticínios, tenha impacto positivo no sistema imunológico. Para realizar a comprovação da hipótese de tratamento, os pesquisadores avaliaram a reação de camundongos a diferentes doses de sucralose, sendo que todas elas estavam dentro do limite indicado pelas autoridades de saúde. Assim, isso representa um índice de 5 a 15 mg de adoçante por dia. 

Após 10 semanas, os pesquisadores constataram que os animais que consumiram altas doses de sucralose apresentaram baixa capacidade de ativar as células T, especialmente durante uma resposta a um câncer ou infecção. Vale reforçar que quando descontroladas, essas células contribuem para a piora de doenças autoimunes. 

Isso aconteceu porque a sucralose afetou a liberação intracelular de cálcio e neutralizou a atividade das células T. Contudo, ao descontinuar o tratamento com o adoçante, as células T voltaram a se recuperar normalmente, o que demonstra que o efeito é reversível. 

Ainda assim, caso os mesmos resultados sejam comprovados em humanos, o tratamento com sucralose também pode contribuir para o controle de doenças autoimunes. 

Sistema imunológico

A descoberta parece ser promissora para pessoas com doenças autoimunes. Contudo, existe a preocupação de que o adoçante possa reduzir a resposta imunológica de pessoas que não têm reações imunológica contra o seu próprio corpo. Nesse sentido, os pesquisadores ressaltaram que não é preciso reduzir a ingestão de sucralose, já que dificilmente consegue-se alcançar a dose dos testes através da alimentação.

Tratamento para doenças autoimunes

Até o momento, doenças autoimunes não têm cura, mas a boa notícia é que a ciência busca a compreensão dos mecanismos envolvidos nas doenças autoimunes. Isso favorece abordagens com alvos terapêuticos cada vez mais precisos, o que potencializa os benefícios aos pacientes.

“Mais pesquisas e estudos são necessários para ver se esses efeitos da sucralose em camundongos podem ser reproduzidos em humanos. Se as descobertas iniciais se mantiverem nas pessoas, elas poderão oferecer uma maneira de limitar alguns dos efeitos nocivos das condições autoimunes”, afirma Karen Vousden, autora do estudo.

Por fim, a descoberta dos pesquisadores também abre espaço para novos estudos sobre os efeitos do adoçante no nosso organismo.

Referência: Revista Nature

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