Ácido mandélico: como usar o ativo queridinho do peeling químico
Com o crescimento de produtos de origem vegetal, é de se esperar que esses elementos acabem também aparecendo nos produtos de beleza, certo? É o caso do ácido mandélico, um ácido derivado das amêndoas amargas. Vamos entender melhor sobre ele a seguir.
O que é ácido mandélico?
“Ácido mandélico é um ácido alfa-hidroxi (AHA) derivado de amêndoas amargas. É mais suave do que alguns outros AHAs, como o ácido glicólico e o ácido lático”, de acordo com Maria Eugenia Ayres, graduada em Farmácia Industrial pela Faculdade Oswaldo Cruz e gestora técnica da Biotec.
Esse ácido tem um efeito peeling: ele leva à remoção das células mortas por meio da descamação causada por uma substância química com ação esfoliante, ao invés de esfoliar por meios físicos, que podem ser mais abrasivos – pense no uso de cremes esfoliantes com aquelas pequenas partículas que massageiam a pele e retiram as células mortas.
As funções do ácido mandélico vão além: ele promove a renovação celular, reduzindo a aparência de danos à pele ou a acne; atua como clareador de manchas escuras, uniformizando o tom da pele; hidrata profundamente; reduz rugas e linhas de expressão; e ajuda no controle da acne e na sua prevenção, já que tem propriedades bactericidas.
Leia também: Vitamina C: Para que serve, como tomar e benefícios
Como usar o ácido mandélico no dia a dia?
O ácido mandélico, assim como tantos outros, pode ser utilizado no consultório, como um peeling químico aplicado por um profissional habilitado. Ele também pode ser aplicado em casa, na forma de cremes ou géis, por exemplo. “Aconselha-se aplicar diariamente sobre a pele do rosto, pescoço e colo, à noite, mantendo distância dos olhos”, explica Maria Eugenia. “Deve-se lavar o rosto, secar e esperar cerca de 20 a 30 minutos para aplicar o ácido na pele, para não causar irritações.”
As regras para quem quer começar a aplicação são as mesmas para muitos produtos que contém ácidos na composição: usá-lo entre 2 a 3 vezes por semana no primeiro mês, e, a partir daí, começar o uso diário. Mas só depois do teste do toque, em que se aplica uma pequena quantidade na região próxima à dobra do cotovelo e se observa por 24 horas. Por isso, a qualquer sinal de irritação, o uso deve ser suspenso.
“A ação do ácido mandélico está relacionada com sua concentração de uso, ao tamanho da molécula e ao ph do produto”, continua. “Para trabalhar como esfoliante, o ácido mandélico deve estar em concentrações acima de 20% (aqui, não podemos utilizá-lo em homecare, somente em consultório).”
Em casa, os produtos com esse ativo contam com concentrações de até 10%, e não causam a descamação e dissolução da queratina na camada córnea da pele. Dessa forma, ele promove uma esfoliação bastante suave.
“Pode ser implementado na rotina de skincare e inclusive associado a outros ativos como o Hyaxel®, um ácido hialurônico de baixo peso molecular, vetorizado pela molécula de silanol. Esta associação intensificará a renovação celular e trará muita hidratação à pele”, explica Maria Eugenia.
Leia também: Ácido fólico: Para que serve e alimentos com ácido fólico
Precauções e contraindicações
Mais uma vez, vale o lembrete: é importante testar o produto no braço e na região próxima ao cotovelo. Além disso, também manter a área em observação por 24 horas antes de aplicar o ácido na pele do rosto. Se surgirem sinais como coceiras ou vermelhidão, o protocolo é lavar a região com água corrente e suspender o uso.
“Não é indicado usar produtos contendo ácido mandélico durante o dia e também não é indicado usar por tempo prolongado. Isso porque pode ter como efeito rebote o surgimento de manchas escuras no rosto”, complementa a profissional.
Por fim, também não é recomendado usar em caso de gravidez ou amamentação, pele ferida, herpes ativa, após depilação com cera, sensibilidade ao teste do toque (como explicado acima), uso de tretinoína e em peles bronzeadas.
“Os produtos que contém ácido mandélico não devem ser usados ao mesmo tempo que outros ácidos. Nem mesmo durante o tratamento com peeling químico, em que são usados outros ácidos em altas concentrações para descamar a pele, promovendo a regeneração total da pele”, alerta. “Durante este tipo de tratamento é mais indicado usar apenas cremes e loções hidratantes.”