É possível engravidar depois de uma abdominoplastia?
Muitas mulheres que já engravidaram ouviram falar sobre a abdominoplastia. A cirurgia, muito utilizada para modificar a região do abdômen, costuma ser uma forma de ajustar o corpo após a gestação – mas será que interfere em uma futura gravidez? Quando se trata de abdominoplastia e gravidez, as dúvidas são muitas.
O que é abdominoplastia?
“Abdominoplastia é a plástica em que se faz a remoção do excesso de pele, quando há uma flacidez no abdômen”, explica a Dra. Larissa Sumodjo, cirurgiã plástica. “Pode ser associado com a correção da diástase reto-abdominal, que geralmente acontece depois da mulher ter ficado grávida.”
Existem vários tipos de abdominoplastia. A higiênica, por exemplo, tira apenas o excesso de pele presente na região, sem mexer no umbigo. A clássica conta com um deslocamento que vai até o gradil costal, retirando todo o excesso de pele e refazendo o umbigo.
A abdominoplastia em âncora conta com a retirada da pele nos dois sentidos, vertical e horizontal – costuma ser indicada para pacientes que tiveram uma perda de peso importante.
“Na abdominoplastia, tratamos tanto a questão do excesso de pele, de gordura, quando associada à lipoaspiração, quanto da diástase, que é o afastamento dos músculos reto-abdominais – e também correções de hérnias epigástricas que estejam associadas a cada paciente”, complementa a também cirurgiã plástica Dra. Tatiana Moura.
Como é feita a abdominoplastia?
Cada técnica tem as suas particularidades, mas, segundo a Dra. Tatiana, o procedimento é, em geral, feito em ambiente hospitalar, sob anestesia geral ou peridural. Normalmente, a paciente tem alta no dia seguinte e precisa usar uma cinta pós-operatória.
“Ela pode voltar às suas atividades normais em quinze dias, às atividades físicas leves em 30 dias e às atividades mais pesadas, com uso do abdômen, em 90 dias”, diz.
Na abdominoplastia clássica, a mais comum entre as mulheres grávidas, é feita uma incisão no abdômen inferior, mais ou menos na altura da cesária, mas razoavelmente mais longa do que esse primeiro corte.
“Quão longa vai ser a cicatriz depende da flacidez”, explica a Dra. Larissa. “Quanto mais flacidez de pele, mais longa é a cicatriz. Por meio dela, fazemos um acesso da parede abdominal inteira para, justamente, fazer o tratamento da diástase e, através desse deslocamento de tecido, conseguimos também ressecar o excesso de pele”.
Abdominoplastia e gravidez
Mas, afinal, a abdominoplastia interfere na gravidez? De acordo com a Dra. Larissa, o ideal é que a mulher opte pela cirurgia apenas depois de ter filhos – isto é, quando ela decidiu que não vai mais engravidar.
“O ideal é que programemos essa cirurgia depois de prole constituída, justamente porque, a cada gravidez, temos um estiramento da pele e da parede abdominal também”, diz.
No entanto, isso não significa que o procedimento seja um impeditivo ou um obstáculo a uma nova gravidez.
“A abdominoplastia não interfere na capacidade de engravidar nem na gestação”, continua a Dra. Tatiana. “O bebê se desenvolve normalmente porque o crescimento do útero é mais forte do que os pontos que foram dados na abdominoplastia. A pele vai ceder, vai distender normalmente – a única questão é que a paciente não vai ter mais sobra de pele, então, a chance de ter estrias, e estrias altas, acima do umbigo, aumenta bastante.”
Dessa forma, a cirurgia não oferece nenhum risco para o futuro bebê – a gravidez se desenrola de forma normal, sem qualquer complicação. Em termos estéticos, no entanto, o surgimento de estrias – que não somem depois da gravidez – é maior.
Fontes: Larissa Sumodjo, cirurgiã plástica; Tatiana Moura, cirurgiã plástica.