Fazer 2 minutos de atividade de alta intensidade reduz risco de mortalidade cardiovascular e por câncer

Movimento Saúde
26 de Janeiro, 2023
Fazer 2 minutos de atividade de alta intensidade reduz risco de mortalidade cardiovascular e por câncer

A importância do exercício físico para a saúde do coração não se limita apenas a frequentar uma academia ou manter uma regularidade no dia a dia. Um estudo publicado na Nature constatou que fazer 2 minutos de atividade física de alta intensidade leva à redução de 48% no risco de mortalidade por problemas cardiovasculares. Por câncer, o número salta para 40%. 

Detalhes sobre o estudo: 2 minutos de atividade física 

As diretrizes atuais da Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendam, semanalmente, a realização de 150 a 300 minutos de atividades moderadas. Outra opção são 75 a 150 minutos de atividade de intensidade vigorosa. Mas afinal, será que fazer 2 minutos de atividade de alta intensidade também traz algum benefício? Segundo o estudo, sim. Ou seja: subir ou descer uma escada, em vez de usar o elevador, tem um efeito direto na saúde, mesmo que a pessoa não seja praticante assídua de atividades físicas.

Os pesquisadores analisaram um banco de dados de 25 mil pessoas com idade média de 61,8 anos. Essas pessoas não se exercitavam regularmente durante quase sete anos. Assim, eles passaram a utilizar dispositivos eletrônicos para medir a intensidade dos exercícios que faziam diariamente. Os autores do estudo perceberam que aqueles que faziam episódios breves de atividade física intensa como parte da rotina tiveram redução no risco de mortalidade cardiovascular e por câncer. 

Veja também: Os benefícios da atividade física para a saúde mental e dicas para começar

Diferença entre exercício e atividade

O exercício físico pressupõe que você tem uma aula ou prática programada, pré-determinada, com um tempo de duração fixo e um objetivo a ser atingido. Já a atividade física é a mobilização ao longo de todo o dia do corpo gastando calorias por atividades comuns e cotidianas. 

Dessa forma, segundo os autores, muitas atividades comuns da vida diária promovem esforços de intensidade relativamente vigorosa em adultos fisicamente inativos. Assim, eles sugerem que incentivar esse tipo de comportamento esporádico pode ser mais viável para algumas pessoas do que exercícios estruturados, que requerem compromisso de tempo ou acesso a equipamentos ou instalações. Andar mais rápido ao se deslocar para o trabalho ou para ir até a padaria, são alguns exemplos.

A importância de ser ativo

Para o cardiologista do esporte Rodrigo Cardoso Porto, do Hospital Israelita Albert Einstein, esse estudo reforça a importância de sermos ativos fisicamente. Porém, de acordo com o médico, isso não necessariamente significa que é preciso realizar atividade física programada. 

Subir escadas, por exemplo, exige uma demanda cardíaca e uma reserva. Quando você soma pequenos exercícios que requerem essa demanda, você vai condicionando o seu aparelho cardiovascular e respiratório. Assim, consequentemente você melhora os níveis metabólicos, adiciona intensidade às atividades diárias, além de somar os benefícios para a saúde como um todo”, afirmou.

Por fim, de acordo com Porto, a alta intensidade do exercício ajuda a diminuir a massa gorda, melhora a massa magra, melhora os níveis metabólicos e reduz a resistência à insulina. Além disso, a atividade física também diminui os casos de hipertensão e melhora os parâmetros de inflamação vascular (que causam aterosclerose). 

“O exercício promove uma série de melhoras metabólicas e isso vai proporcionar uma proteção cardiovascular e até para alguns tipos de câncer. Muitas pessoas se queixam de falta de tempo. Mas incluir poucos minutos de atividade de alta intensidade no seu cotidiano vai fazer toda diferença”, finalizou.

Fonte: Rodrigo Cardoso Porto, cardiologista do esporte do Hospital Israelita Albert Einstein.

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