Xixi e cocô do bebê: o que acontece com eles durante a gravidez?
Quando se trata de gravidez e maternidade, não faltam dúvidas, conselhos e informações inusitadas sobre o tema. O desenvolvimento do bebê ao longo dos nove meses é um desses assuntos complexos e repletos de curiosidade. Aqui, falaremos de uma bem interessante, a qual muitas mães e interessados no tema já devem ter se perguntado: para onde vão o xixi e cocô do bebê durante a gravidez?
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O que acontece com o xixi e cocô do bebê na barriga da mãe?
De acordo com Alexandre Pupo, ginecologista e obstetra dos hospitais Sírio-Libanês e Albert Einstein, o mecanismo de excreção do bebê muda conforme a evolução da gravidez. “Na fase embrionária, que vai até a 13ª semana, os órgãos estão em formação. Então, não há praticamente a eliminação de dejetos. Passado esse período, os rins começam a se formar, e também se inicia o funcionamento dos intestinos. Contudo, o feto não faz cocô, pois o tônus do esfíncter (musculatura que controla a saída de urina ou fezes) do ânus é muito forte, e ainda não há a deglutição de alimentos sólidos”, explica Pupo.
Ou seja, sem a alimentação que conhecemos, o material que se acumula no intestino do bebê é formado por resíduos do metabolismo e do próprio intestino, que resulta no mecônio. “Esse mecônio fica represado no intestino do feto até o final da gestação. No entanto, o esfíncter do bebê pode relaxar antes do nascimento e liberar o conteúdo, que possui coloração esverdeada e pastosa”, continua.
Mas, e o xixi? Pupo explica que a partir da formação do trato urinário, normalmente depois da 13ª semana, começa o sistema de filtragem de sangue pelos rins. “Basicamente toda a alimentação do bebê se dá por meio do transporte de nutrientes da mãe por meio da placenta. Assim, a produção de urina ainda é pequena, mas é liberada no líquido amniótico e o bebê, que a reabsorve por meio da pele e pela ingestão”, esclarece.
Afinal, a ingestão dos dejetos é perigosa?
Depois de ler como funciona o processo de excreção do bebê, talvez tenha surgido essa preocupação. Entretanto, não há riscos para a saúde do feto. “A urina é basicamente composta de água, às vezes contém um pouco de amônia. Inclusive, ela é benéfica para o bebê, pois participa da hidratação da pele, que ainda não possui queratina, o que eleva a perda de líquidos do feto”, esclarece. Com as fezes, mesma situação: a composição do mecônio é inofensiva.
Contudo, Pupo alerta para uma condição específica, que pode acontecer na gestação. “A partir da trigésima semana, o bebê começa a simular movimentos de respiração. Então, caso haja a excreção do mecônio, o feto pode aspirar o conteúdo e dificultar a oxigenação, o que chamamos de síndrome mecônica. Portanto, requer avaliação médica para observar se há algum tipo de risco”, pontua.