Viagens longas de avião aumentam risco de parada cardíaca?
Na última sexta-feira (21/04), a advogada brasileira Sara Silva Raimundo, de 32 anos, faleceu durante um voo que ia do Rio de Janeiro para Houston, nos Estados Unidos. Ela iria participar do evento Brazil at Silicon Valley, na Califórnia. O acontecimento levantou a dúvida: viagens longas de avião podem aumentar o risco de parada cardíaca?
Sara recebeu massagem cardíaca durante o trajeto, mas continou desacordada. Assim, após um pouso de emergência, especialistas confirmaram sua morte em um hospital de Louisiana.
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Viagens de avião e risco de parada cardíaca: há relação?
De acordo com o Manual MSD, uma parada cardíaca ocorre quando o coração deixa de bombear sangue e oxigênio para o cérebro e para outros órgãos e tecidos. Às vezes, uma pessoa pode ser reanimada após a parada cardíaca, especialmente se receber tratamento imediatamente.
No entanto, quanto mais tempo se passar sem que o sangue que contém oxigênio seja bombeado para o cérebro, menores são as probabilidades de sobrevivência sem sequelas.
O médico cardiologista Yuri Brasil explica que as paradas cardíacas ou cardiorrespiratórias em voos acontecem com mais frequência em trajetos longos e em pacientes que já têm fatores de risco (como problemas cardíacos e quem já fez alguma cirurgia no coração).
“Uma das principais causas é a trombose aguda, ou seja, quando o fluxo sanguíneo é prejudicado pela formação de coágulos. Isso atrapalha o funcionamento dos órgãos, inclusive do coração, levando à parada cardíaca”, afirma o especialista.
Para minimizar o perigo, o profissional recomenda ir ao cardiologista a cada seis meses – principalmente se há viagens internacionais no radar. “O acompanhamento, até mesmo por exames de sangue, indica alertas para possíveis problemas durante os voos.”
Por fim, durante a viagem, deve-se utilizar meias de compressão e lembrar de movimentar as pernas com frequência.
Fonte: Dr Yuri Brasil, médico cardiologista e membro com título de Especialista em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e pela Associação Médica Brasileira.