Varíola dos macacos: acompanhe o número de casos pelo mundo
A varíola dos macacos, uma infecção que era endêmica em alguns países do continente africano, sofreu novas mutações e se espalhou pelo mundo. Em menos de dois meses, a doença soma mais de 13.500 casos e um óbito, segundo levantamento da Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgado ontem (5). Ou seja, a infecção quase triplicou em relação ao balanço anterior, no dia 6 de julho, que havia 5.322 infectados.
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Casos da varíola dos macacos pelo mundo
Desde o início do surto, a Europa possui o maior número de infecções confirmadas. De acordo com a OMS, mais de 80% das ocorrências pertencem ao continente, onde teve o registro do primeiro paciente da atual crise. Ao todo, 58 países foram acometidos pela varíola dos macacos, inclusive o Brasil — ontem (19) o Ministério da Saúde reportou 449 casos confirmados, com maior predominância em São Paulo e no Rio de Janeiro.
O que é varíola dos macacos?
De acordo com o Instituto Butantan, a doença é uma zoonose silvestre. Logo, o vírus infecta animais selvagens primeiro, e em seguida pode contaminar um ser humano. Há duas variações: o da África Ocidental e o da África Central (Bacia do Congo).
Apesar do nome remeter a uma doença transmitida por macacos, esse tipo de varíola também tem como intermediários roedores e marsupiais. O termo associado aos macacos se deve à descoberta do vírus nos primatas, em 1958.
Sintomas
O período de incubação do vírus dura entre 5 e 21 dias, mas normalmente a manifestação começa no 13º dia. Logo após esse período, o indivíduo pode sentir febre, falta de ar, dores musculares, fadiga e inchaço nos gânglios. Mas a principal característica da doença são lesões na pele que se manifestam em forma de erupções parecidas com as da catapora e sífilis. Em geral, os sintomas desaparecem espontaneamente entre 7 e 14 dias e sem complicações. Além disso, há pessoas que sequer apresentam os desconfortos ou os têm de forma branda, o que pode dificultar o controle da disseminação.
O vírus da varíola dos macacos pode matar?
Apesar do crescimento repentino, a maioria dos pacientes em monitoramento não apresentam complicações de saúde. Além disso, a proporção entre infecções e mortes é pequena, com um óbito até o momento. Mas há chances de mortalidade, pois o vírus pode desencadear outras doenças, como broncopneumonia, sepse, infecção da córnea e encefalite. Mulheres grávidas devem ter atenção redobrada, pois existem riscos de parto prematuro, aborto e malformações congênitas no bebê. A OMS aponta que as taxa de letalidade para o vírus da África Ocidental é de 1%, enquanto para o vírus da Bacia do Congo pode chegar a 10%.
Formas de transmissão
Até então, o contato com animais contaminados – primatas, marsupiais e roedores – era o principal fator de exposição ao vírus para humanos. Contudo, o vírus sofreu mutações relevantes e a transmissão também ocorre por vias humanas. Ou seja, basta entrar em contato com uma pessoa contaminada para a oportunidade de infecção. Outra suposta forma de disseminação é por meio das relações sexuais, que ainda intriga a comunidade científica.
A varíola dos macacos pode virar uma pandemia?
Nenhuma das autoridades globais, como a OMS, alertou para o risco de uma nova pandemia, como a do coronavírus. Mas isso não significa que a doença não tenha importância, pois há razões pertinentes para não desprezá-la.
Existe tratamento para a varíola dos macacos?
O Centers of Disease Control and Prevention (CDC) aponta que a vacina contra a varíola humana pode ser uma forma de prevenir ou minimizar os sintomas da varíola dos macacos. Entretanto, não há uma vacina específica para o vírus, mas o controle da doença sob supervisão médica. Portanto, a melhor forma de prevenção é evitar o contato íntimo e social com pessoas contaminadas ou com suspeitas, ficar longe de animais doentes e buscar ajuda médica se houver suspeita ou sinal da enfermidade.