Tumor na hipófise: o que é, causas, diagnóstico e como tratar

Saúde
14 de Abril, 2022
Tumor na hipófise: o que é, causas, diagnóstico  e como tratar

Também chamada glândula pituitária, a hipófise desempenha funções importantes em conjunto com o hipotálamo, como controlar a atividade de outras glândulas do sistema endócrino. No entanto, o pequeno órgão está suscetível a alguns distúrbios e problemas. Um deles é o tumor na hipófise, uma ocorrência rara, mas que precisa ser acompanhada e analisada.

Veja também: Hipotálamo: qual a sua função e importância para a saúde

O que é

A princípio, o tumor na hipófise é uma massa de tecido que se instala na glândula, ocasionado pelo crescimento exacerbado de células. Embora a expressão assuste as pessoas, o tumor na hipófise geralmente é benigno e não se prolifera em outras partes do corpo. Na glândula, a manifestação mais comum é o adenoma, que pode ser caracterizado pelo aumento da hipófise, que abriga o corpo estranho em seu interior.

Tipos de tumor na hipófise

O adenoma na hipófise possui duas variações que afetam a produção de hormônios de forma distinta. São eles:

  • Adenoma funcionante (secretor): o tamanho do tumor pode desregular a hipófise e provocar a produção excessiva de hormônios. Esse tipo é benigno e não apresenta risco para outros órgãos do corpo. No entanto, a superprodução hormonal pode atrapalhar o funcionamento das glândulas que estão em sincronia com a hipófise.
  • Adenoma não funcionante (não secretor): é o oposto do primeiro tipo — o tumor não causa descontrole na fabricação hormonal.

Sintomas

Embora a hipófise seja uma glândula pequenina, equivalente ao tamanho de um grão de ervilha, o local de desenvolvimento do tumor (região anterior ou posterior), assim como o tipo e tamanho são importantes, pois desencadeiam reações e doenças diferentes no organismo. Principalmente o adenoma funcionante, que atua como produtor hormonal e sobrecarrega o sistema endócrino. Veja:

Acromegalia

Pode influenciar na produção desenfreada do hormônio do crescimento (GH), e promover o crescimento exagerado dos órgãos ou ossos. Normalmente, esse tipo de distúrbio se manifesta durante a infância — a criança apresenta sinais muito evidentes de estiramento. Por outro lado, há casos de pessoas que enfrentam a condição na fase adulta. Outros distúrbios:

Doença de Cushing

Causada pelo aumento dos níveis de cortisol e outros hormônios causa mudanças expressivas no corpo, como hipertensão arterial, obesidade, atrofia e fraqueza muscular, hirsutismo (crescimento exagerado de pelos corporais) e menstruação irregular em mulheres.

Galactorreia (mulheres) ou prolactinoma (homens)

O excesso de hormônio prolactina no organismo estimula a produção de leite em mulheres que não estão amamentando e nos homens.

Hipertireoidismo

A superprodução de hormônios sobrecarrega a glândula tireoide, cujos sintomas são perda de peso sem motivo aparente, queda de cabelo, alterações no humor, palpitações cardíacas e fraqueza.

Outras consequências do tumor na hipófise

Além de desencadear prejuízos à saúde em geral, o adenoma do tipo funcionante pode causar alterações na libido e na fertilidade do homem e da mulher, devido aos hormônios sexuais afetados. Como resultado, a produção de óvulos e a qualidade do espermatozoide podem ser comprometidas. Em contrapartida, existe outro tipo de tumor, também do tipo adenoma, que é mais raro.

Ao contrário dos mais comuns que se instalam na parte anterior da hipófise, essa variação habita a região posterior da glândula. Os sintomas são distintos, que levam à maior vontade de urinar, aliado ao excesso de hormônio antidiurético e diabetes. Também podem surgir dores de cabeça, cansaço crônico, cólicas intensas e náuseas, igualmente relacionados a esse tipo de tumor.

Por fim, o tamanho do adenoma, independentemente de sua localização, deve ser um ponto de atenção. O motivo é que seu perímetro atrapalham outras regiões e artérias do cérebro, como a carótida, que irriga o órgão. Se suas vias forem obstruídas pelo tumor, o indivíduo pode sofrer uma paralisia facial.

Como diagnosticar o tumor

À primeira vista, o profissional irá analisar as queixas da pessoa, que deverá fazer alguns exames, a começar pelos laboratoriais que identificam as dosagens de hormônios, ressonâncias magnética ou tomografia computadorizada do crânio, caso a suspeita recaia sobre a hipófise.

Tratamento

É feito de acordo com o tipo e tamanho do adenoma. Geralmente o tratamento pode começar com medicamentos para controlar a produção excessiva de hormônios se o adenoma for secretor. Mas a cirurgia só é considerada se não houver resposta satisfatória ao medicamento ou se o tamanho do tumor estiver atrapalhando outras vias do cérebro. Há dois tipos de cirurgia que podem ser realizadas em pessoas de todas as idades:

  • Cirurgia transesfenoidal: é feito um pequeno corte dentro do nariz, que será inserido um acesso com câmera até a hipófise. Contudo, para esse tipo de intervenção é necessária anestesia geral, mas sua recuperação é simples e não deixa o indivíduo limitado para a rotina.
  • Via transcraniana: mais invasiva do que a transesfenoidal, é feito um corte na parte lateral ou superior do crânio para acessar a hipófise. Em contrapartida é menos comum, pois é indicada apenas em casos de tumores de composição maligna, ou quando o tumor é grande e dificulta o acesso e retirada minimamente invasivos.

Perguntas para fazer durante a consulta

Estou com alguns sintomas que podem estar ligados a um tumor na hipófise. Devo me preocupar?

Alguns desconfortos e enfermidades não necessariamente levam a um único caminho. Afinal, nosso corpo é muito complexo, com uma série de sistemas, glândulas e hormônios que provocam sintomas parecidos. Portanto, antes de se preocupar com qualquer diagnóstico, faça os exames solicitados pelo seu médico.

Descobri um tumor na hipófise. Se eu precisar de cirurgia, há algum risco de vida?

Todo procedimento apresenta riscos, pois o organismo está sujeito a complicações devido a medicamentos, substâncias e métodos cirúrgicos. Por isso, antes de fazer qualquer cirurgia, é feita uma bateria de exames para checar quaisquer riscos em relação à cirurgia. Porém, é essencial esclarecer todas as dúvidas sobre o procedimento, pós-operatório e possíveis agravantes.

Se eu retirar o tumor na hipófise, todos os meus problemas de saúde serão resolvidos?

Depende. Por exemplo, se você tiver a doença de Cushing, que possui um conjunto de distúrbios hormonais, pode ser que você tenha que utilizar medicamentos que ajudem a otimizar a regulação hormonal. O mesmo ocorre se o adenoma afetar a fertilidade — dependendo da gravidade, a mulher ou o homem deverão fazer tratamento para recuperar a saúde reprodutora.

Especialidades médicas envolvidas no diagnóstico e tratamento do adenoma

Assim que surgem os sintomas, muitas pessoas não sabem muito bem a qual médico recorrer. Para problemas que envolvem hormônios e glândulas, o médico endocrinologista é o especialista mais qualificado. Porém, se os desconfortos estão limitando a vida do indivíduo, o clínico geral pode atender à urgência e direcionar para outro profissional se for preciso. Por outro lado, se o tumor estiver afetando o cérebro, um médico neurologista será essencial para o tratamento em conjunto. Sobretudo se houver intervenção cirúrgica — aí, um médico neurocirurgião deverá ser acionado.

Hospital A.C.Camargo

Mayo Clinic

American Cancer Society

Sobre o autor

Amanda Preto
Jornalista especializada em saúde, bem-estar, movimento e professora de yoga há 10 anos.

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