Transtorno Explosivo Intermitente: O que é e tratamento
A forma como você lida com a raiva diz muito sobre sua saúde, é uma emoção normal e genuína. Entretanto, se passa do limite, pode virar um tipo de transtorno psiquiátrico, como o Transtorno Explosivo Intermitente.
O Transtorno Explosivo Intermitente (TEI) é a dificuldade que alguém tem de controlar suas emoções que incapacitam o indivíduo de gerenciar seus impulsos. O que leva a pessoa a um comportamento agressivo, explosivo, com ataque de fúria desproporcional ao evento que levou a isso. Podem variar de gritaria, xingamento, até agressões físicas.
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É normal se sentir estressado diante de situações com muita pressão e dificuldades da vida. O estresse é maneira como nos sentimos quando o nosso organismo reconhece uma situação de alerta e perigo. No entanto, o TEI é a resposta comportamental de maneira desorganizada que será sempre desproporcional a ocasião. Ela é medida pela intensidade, frequência e ações de quem sofre com este transtorno.
O que pode causar o TEI?
Segundo o psicólogo Edinei Andrade, o desenvolvimento ocorre por diversos fatores de ordem bio-psico-social: biológica (disposição genética, lesões cerebrais); psicológica (aparecimento dos outros transtornos mentais, de personalidade, de humor); social (o meio em que a pessoa cresce e vive, intimidade com a agressividade na família desde da infância, local com vizinhança agressiva; abuso físico na infância e ainda como o uso de substâncias como álcool e drogas).
Viver em um lar em que os pais estão o tempo todo brigando e se agredindo pode ser um fator para desencadear diversos transtornos. Sendo assim, podem ser desde uma postura de insegurança nas relações, ter baixa autoestima, ou até mesmo cometer a repetição do comportamento agressivo dos pais como meio de defesa as circunstâncias do mundo.
Sintomas do Transtorno Explosivo Intermitente
Segundo o DSM-5 (Manual de Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais), as explosões de raiva, característica do TEI, são classificadas em dois tipos: “leves” ou “severas”. Diante disso, as chamadas explosões “leves” são ameaças, xingamentos, ofensas, gestos obscenos, ataque de objetos e agressões físicas sem lesão corporal. Então, elas precisam ocorrer com uma frequência média de 2 vezes na semana por um período mínimo de 3 meses.
- As explosões mais severas são destruição de propriedade/patrimônio e ataques físicos com lesão corporal e precisam acontecer ao menos 3 episódios dentro do período de um ano.
- A magnitude de agressividade expressa durante as explosões recorrentes é grosseiramente desproporcional em relação à provocação ou a quaisquer estressores psicossociais precipitantes.
- As explosões de agressividade recorrente não são premeditadas (ou seja, são impulsivas ou decorrentes de raiva) e não têm por finalidade atingir algum objetivo tangível (por exemplo, dinheiro, poder, intimidação).
- Explosões recorrentes causam sofrimento acentuado ao indivíduo ou prejuízo no funcionamento profissional e interpessoal, ou estão associadas a consequências financeiras.
- Normalmente, ocorre em crianças a partir dos 6 anos.
- Os ataques agressivos não são devidos ao uso de substâncias (álcool, drogas, medicamentos) e nem devido a qualquer outra condição psicológica (transtorno depressivo maior, transtorno bipolar, transtorno psicótico, transtorno de personalidade antissocial, transtorno de personalidade borderline) ou médica (traumatismo craniano, Alzheimer).
Quais são os tratamentos?
O tratamento consiste na combinação de psicoterapia e medicação. “O papel do psicólogo é através das sessões terapêuticas reduzir os sintomas e prejuízo, diminuindo a frequência e intensidade com que os episódios de fúria acontecem. Assim, como no tratamento dos transtornos de humor, além das atividades de técnica da TCC (Terapia Cognitiva Comportamental), analisando o estilo de vida dos meus pacientes recomendo a prática de relaxamento e atividades físicas aeróbicas para aumento na produção de hormônio que dão a sensação de prazer, tranquilidade” explica o profissional.
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