Transtorno de personalidade esquiva ou esquizoide: o que é
Entre os diferentes transtornos de personalidade classificados pela Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders – quinta edição (DSM-5), existe o Transtorno de Personalidade Esquiva ou Esquizoide (TPE). Ele é um dos menos estudados atualmente, e dados do Instituto Nacional de Saúde dos Estados Unidos (NIH) apontam que pode atingir de 1,5% a 2% da população — sendo as mulheres um pouco mais propensas a desenvolver o TPE.
Os transtornos de personalidade são caracterizados como padrões de comportamento e de pensamento disfuncionais, que podem causar sofrimento ou até mesmo comprometimento físico a quem convive com eles e às pessoas em volta. Saiba mais sobre o tipo esquizoide:
O que é o transtorno de personalidade esquiva (ou esquizoide)?
De acordo com o Manual MSD, o transtorno de personalidade esquiva, como o próprio nome já explica, trata-se da constante esquiva de situações e interações sociais por parte da pessoa, que tem medo de rejeição, crítica ou humilhação.
Ou seja, o paciente até deseja ter mais interações sociais, mas sente constantemente que é inadequado, e administra essa sensação evitando contextos nos quais ele pode ser avaliado negativamente.
É comum, também, o surgimento de outros transtornos em paralelo ao esquizoide, como:
- Transtorno depressivo maior ou persistente;
- Transtorno obsessivo-compulsivo;
- Transtornos de ansiedade, como fobia social e síndrome do pânico;
- Além disso, transtornos de personalidade dependente ou limítrofe.
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Quais os sintomas do transtorno de personalidade esquiva (ou esquizoide)?
Os principais sinais incluem:
- Medo de rejeição (por exemplo, recusar uma promoção no trabalho com medo das críticas dos colegas, evitar participar de reuniões e evitar falar de si mesma);
- Sensibilidade extrema a críticas;
- Baixa autoestima;
- Medo de entrar em novos relacionamentos (amorosos ou amizades, por exemplo);
- Por fim, senso de inadequação.
Como o transtorno se desenvolve?
A condição pode aparecer ainda na infância. Contudo, o diagnóstico geralmente se dá após os 18 anos, quando as interações sociais tornam-se mais frequentes e necessárias. Além disso, traumas e experiências prévias podem desencadear o problema.
Diagnóstico
O diagnóstico do transtorno de personalidade esquiva acontece por meio da análise médica. De acordo com o MSD, o paciente deve indicar, no mínimo, quatro dos comportamentos a seguir:
- Evitar atividades relacionadas ao trabalho que envolvem contato interpessoal devido ao medo de críticas ou rejeição ou de falta de aprovação pelas pessoas;
- Falta de vontade de envolver-se com as pessoas, a menos que a pessoa tenha certeza de que será querida;
- Agir com reserva em relacionamentos íntimos devido ao medo de ridicularização ou humilhação;
- Ter preocupação em ser criticado ou rejeitado em situações sociais;
- Agir com inibição em novas situações sociais devido a uma sensação de inadequação;
- Acreditar ser socialmente inepto, desagradável ou inferior aos outros;
- Ou, então, sentir relutância em assumir riscos pessoais ou participar de qualquer nova atividade devido à possibilidade de sentir-se constrangido.
Como se dá o tratamento
O tratamento é multidisciplinar, e pode envolver o uso de medicamentos, terapia cognitivo-comportamental (para o melhor desenvolvimento das habilidades sociais) e uma rede de apoio sólida e disposta a ajudar a pessoa.
Referências:
- Manual MSD: Transtorno de personalidade esquiva;
- Jornal da USP: De difícil diagnóstico, Transtorno da Personalidade Esquiva ainda é pouco estudado.