TikTok egg crack: trend mostra pais quebrando ovos na cabeça dos filhos
:format(webpp))
Uma nova trend do TikTok gerou polêmica ao mostrar pais quebrando ovos na cabeça de seus filhos. Chamada de TikTok egg crack, o desafio gerou reações variadas entre usuários. Enquanto muitos se divertem com a reação dos pequenos, outros questionam os limites do entretenimento nas redes sociais. Veja o que diz uma psicóloga sobre a trend.
Leia mais: Crianças nas redes sociais: os riscos da trend de mandar irmão calçar sapato para brigar
TikTok egg crack: o que é e quais são os riscos?
A trend recente, que acumula milhares de visualizações, mostra adultos se preparando para, supostamente, fazer uma receita com os filhos. No entanto, a brincadeira toma um rumo inesperado quando, ao invés de quebrarem o ovo normalmente, eles o quebram na testa da criança.
De acordo com Helen Mavichian, psicoterapeuta, o “desafio do ovo” traz à tona uma problemática bem grande, que já vem sendo observada há algum tempo. “Esse tipo de situação pode afetar negativamente a relação entre pais e filhos, principalmente quando bem pequenos. É uma situação que pode gerar uma quebra de confiança na relação, sentimentos de humilhação na criança, falta de respeito de limites, impacto na comunicação e até criar referências de comportamento inadequado. Como consequência, pode impactar o desenvolvimento daquela criança”, explica a especialista.
Por que essa prática é nociva?
Ainda de acordo com a especialista, a trend TikTok egg crack cria uma situação que leva os pais a rirem do choro de um filho quando ele está triste. Isso influencia a autoestima e a autoconfiança da criança.
A criança pode sentir que suas emoções e sentimentos não são levados a sério. Dessa forma, pode levar a problemas de compreensão das emoções, autopercepção negativa ou até mesmo bloqueio emocional. Essa atitude de rir, enquanto o filho chora, pode ensinar que é permitido zombar das emoções dos outros e ter zero empatia.
Por fim, Helen explica que expor a situação em redes sociais acentua ainda mais o problema, pois viola a privacidade da criança em um momento em que ela está vulnerável. “Só poderia ser considerada uma brincadeira saudável se estivesse agradando as duas partes. Mas, a partir do momento que uma criança demonstra não estar satisfeita e nem mesmo achando engraçado, deixa de ser diversão”, alerta.
Fonte: Helen Mavichian, psicoterapeuta especializada em crianças e adolescentes e Mestre em Distúrbios do Desenvolvimento.