Quando se fala em testosterona, logo associamos o termo a um hormônio exclusivamente masculino. Não à toa, essa substância é responsável por características físicas masculinas como pelos, voz grossa e músculos. Mas calma, produzir ou repor o hormônio não significa necessariamente que mulheres vão adquirir essas características. Ao contrário do que se pensa, a testosterona também é coisa de mulher e desempenha um papel essencial na saúde feminina.
De acordo com o médico endocrinologista, Dr. Yago Fernandes, “a verdade é que a testosterona é importantíssima tanto para homens como para mulheres. Ela é responsável não só para o desejo sexual, como também para a força muscular, energia, disposição, diminuição de gordura visceral e resistência insulínica”. Continue lendo e entenda.
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Se você já se queixou sobre a falta de libido, mudança de humor repentina e diminuição da capacidade cognitiva, o motivo pode ser a baixa testosterona. É isso mesmo, o hormônio que é tido como exclusivamente masculino desempenha um papel fundamental no bem-estar da mulher e por isso, é importante mantê-los nos níveis ideais.
Os sintomas da baixa testosterona podem aparecer por conta do equilíbrio hormonal, que exerce influência na nossa vida desde a infância, mediando processos físicos e psicológicos de todas as fases da vida. Contudo, fatores como sobrepeso, estresse, menopausa, álcool e tabagismo podem impactar a produção da testosterona desequilibrar essa harmonia que é tão importante no dia-a-dia.
Contudo, vale reforçar que o excesso de testosterona também pode causar sintomas indesejáveis como queda de cabelo, pele oleosa, aumento do clítoris e alterações na voz.
No organismo feminino, a testosterona é produzida em baixas quantidades pelo ovário e de forma natural. De forma geral, essa quantidade é suficiente para manter o desejo sexual e a força muscular em dia. Porém, a deficiência de hormônios apresenta alguns sintomas, de acordo com a médica ginecologista, Dra. Yara Caldato, são eles:
Atualmente a reposição hormonal é recomendada para mulheres em dois casos – àquelas que têm falência ovariana prematura ou menopausa fisiológica. Porém, de acordo com a Dra. Yara Caldato, em alguns casos a sua queda da testosterona pode iniciar antes da menopausa, inclusive podendo já manifestar sintomas como: fogachos, alteração no padrão de sono, alteração de humor e aumento de peso.
Se for constatada a deficiência do hormônio, o endocrinologista pode sugerir terapias hormonais para balancear a produção e normalizar a atividade. Essa reposição pode acontecer via comprimidos, géis e adesivos aplicados à pele.
No entanto, é necessário observar a razão dessa queda, se está ligada a alguma enfermidade ou outra disfunção hormonal. Dessa forma, será feito um tratamento integrado para o problema diagnóstico e para o ajuste hormonal. Para as mulheres que estão com excesso do hormônio, a lógica é a mesma — identificação de possíveis enfermidades e terapias combinadas.
De acordo com a última determinação do Conselho Federal de Medicina publicada em 11 de abril, a prescrição de anabolizantes está proibida para fins estéticos e esportivos. Neste caso, a reposição de testosterona também entra na restrição, pois é um esteroide anabolizante.
Portanto, a aplicação fica restrita apenas a pacientes com indicação clínica. Nesse sentido, o Dr. Yago Fernandes aponta que a reposição da testosterona atua principalmente no tratamento de doenças.
“A testosterona serve para tratar inúmeras doenças: hipogonadismo, quando o paciente tem uma produção baixa de testosterona. Sarcopenia, quando o idoso começa a perder músculo. Transtorno sexual hipoativo, quando diminui o desejo sexual mas mulheres”, aponta o médico.
Hormônios são substâncias extremamente importantes para o controle e bom funcionamento do organismo. Dessa forma, cada um deles atua especificamente para regular as várias funções do corpo humano, entre elas, crescimento, desenvolvimento, vida sexual e equilíbrio do corpo.
Além disso, segundo a médica ginecologista, o equilíbrio hormonal refere-se a ter quantidade adequada de hormônios em um momento específico. Portanto, se houver muito ou pouco hormônio, a saúde geral pode correr o risco de doenças.
“Para obter o equilíbrio hormonal a paciente precisa ter consciência que fazer reposição hormonal não será a solução de todos os seus problemas, mas associada a medidas comportamentais, trará inúmeros benefícios”, afirma a Dra. Yara.
Contudo, algumas mudanças de hábitos podem ajudar a manter o equilíbrio hormonal:
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