Testes de Covid: conheça os tipos e diferenças entre eles
Atualmente, o que não faltam são opções de testes de Covid para diagnosticar a doença, cenário bem diferente do início da pandemia, quando eles eram escassos. Mais recentemente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou os autotestes, permitindo que qualquer pessoa realize todas as etapas da testagem de antígeno sem auxílio profissional, apenas seguindo orientações fornecidas pelos fabricantes.
Ainda estamos vivendo uma pandemia, portanto, a detecção do vírus segue muito importante, principalmente devido à retomada de encontros presenciais e à flexibilização de medidas de proteção, como o uso de máscaras. Por isso, é importante entender os diferentes tipos de testagem. Confira!
Testes de Covid: entenda mais sobre cada tipo
Para tirar todas as suas dúvidas sobre o assunto, conheça os testes de Covid disponíveis no Brasil e suas diferenças.
RT-PCR
A PCR é uma técnica usada para fazer milhares de cópias de uma região específica do DNA, sendo repetidas ciclicamente por meio de uma série de alterações de temperatura. O vírus SARS-CoV-2 tem como material genético o RNA e não o DNA. Portanto, é necessário que esse RNA seja transformado em DNA, antes de ser realizada a PCR em tempo real para o diagnóstico. Esse passo é chamado de transcrição reversa, de onde vem a sigla RT (abreviação em inglês para “reverse transcription”). Logo, a PCR que utiliza o RNA como molde é conhecida como RT-PCR.
“A grande vantagem da PCR em tempo real é a rapidez na obtenção dos resultados diagnósticos”, explica o cofundador e diretor científico da DNA Consult, Euclides Matheucci.
“A RT-PCR é muito importante para identificar se o coronavírus está presente ou não em amostras respiratórias, colhidas no nariz ou garganta por meio de um swab ou amostras de saliva, menos invasivas e mais fáceis de serem coletadas. O processamento da amostra é feito em laboratórios especializados. É o teste mais eficaz para detectar o vírus”, completa Matheucci.
Antígeno
O teste de antígeno é um exame imunocromatográfico rápido. Ao invés de detectar o material genético do vírus, como no RT-PCR, esse tipo de teste identifica as proteínas do SARS-CoV-2. O teste rápido de antígeno positivo determina a presença do vírus na amostra, que é colhida por meio de saliva, swab nasal ou nasofaringe.
Esses exames são mais eficientes na fase aguda da doença, ou seja, do 1º ao 7º dia por pessoas com sintomas. Já em pessoas assintomáticas, mas que tiveram contato com casos confirmados, deve ser realizado a partir do 5º dia. Vale lembrar que o autoteste de Covid se encaixa nessa categoria.
Testes de Covid: sorológicos
Os testes sorológicos são aqueles que fazem o uso de amostras de sangue, soro ou plasma. Além disso, utilizam metodologia chamada imunocromatografia (geração de cor a partir de uma reação entre o antígeno e o anticorpo) para detectar anticorpos produzidos pelo próprio organismo do paciente em resposta à infecção pelo coronavírus, chamados de IgM e IgG.
Esses indicadores revelam se a pessoa teve ou não contato com o vírus. Tendo em vista que o organismo demanda um tempo para a produção desses anticorpos (janela imunológica) a partir do contágio, a imunocromatografia é indicada para exames a partir de 10 dias após o início dos sintomas.
RT-Lamp
No teste RT-LAMP, assim como na PCR em tempo real, ocorre a transcrição reversa (RT), que é o momento em que o RNA viral é convertido em DNA. A diferença é que na RT-qPCR, ocorrem ciclos de amplificação (multiplicação do material genético) com temperaturas variadas. Já no exame RT-LAMP, a amplificação é feita de forma isotérmica, ou seja, em temperatura fixa.
É um teste que deve ser utilizado durante a fase precoce da doença, ou seja, até o término da primeira semana desde o aparecimento dos sintomas. “Apesar da sua praticidade, o RT-LAMP ainda não deve ser considerado um teste substituto do RT-qPCR, pois é menos sensível quando comparado ao mesmo”, afirma Matheucci.
Exames de infecção dupla (COVID-19 e Influenza A + B)
São exames que identificam precisamente cada vírus ou ambos, na mesma amostra. A técnica utilizada é a PCR multiplex em tempo real, a qual detecta, simultaneamente, mais de um patógeno (vírus, bactéria) em uma única reação.
“COVID-19 e Influenza, apresentam sintomas semelhantes, sobretudo nos primeiros dias, sendo difícil o diagnóstico clínico baseado somente nos sintomas. Os tratamentos, no entanto, são diferentes. Apenas em uma consulta médica é difícil diferenciar as doenças”, realça o cofundador e diretor científico da DNA Consult.
Como são doenças respiratórias, as amostras ideais são do trato respiratório, colhidas no nariz ou garganta por meio de um swab. A vantagem é a identificação de qual vírus está causando a infecção. Dessa forma, o médico pode tomar as condutas adequadas para o tratamento e acompanhamento do paciente.
Fonte: Euclides Matheucci, cofundador e diretor científico da DNA Consult, empresa de biotecnologia que trabalha com genética molecular em São Carlos-SP.