Teste do pezinho: o que o exame feito pela filha de Virgínia diagnostica
Ao mostrar como tem sido a jornada com a segunda filha, Maria Flor, Virgínia publicou uma sequência de stories em que conta que a bebê passou pelo teste do pezinho na última quarta-feira (26). Em tom de brincadeira, a mãe escreveu no vídeo em que a pequena aparece dormindo no colo da avó materna, Margareth Serrão: “Dormindo plena. Mal sabe ela que o exame vem agora”.
O teste do pezinho é um dos exames mais importantes para o recém-nascido — não à toa, é obrigatório no Brasil. Em outras palavras, toda criança deve realizar o exame após o nascimento, tanto na rede pública quanto privada. A seguir, saiba mais sobre a avaliação e por que ela pode salvar a vida do seu bebê!
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Como funciona o teste do pezinho?
De acordo com a médica pediatra Sandi Sato, da Maternidade Brasília/Dasa, a partir da coleta de sangue do calcanhar do bebê, em um papel especial, é feito um mapeamento biológico capaz de diagnosticar doenças congênitas, raras e metabólicas. “Além de não apresentar sintomas, muitas dessas doenças podem não ter relação com o histórico familiar da criança”, destaca a especialista.
Assim, desde o dia 26 de maio deste ano, o SUS oferece gratuitamente uma versão estendida do exame. No entanto, é possível encontrar outras versões na rede privada, e o resultado sai entre 15 e 25 dias, dependendo da metodologia aplicada, que pode incluir mais ou menos exames. Entre eles estão:
- Hormônio tireoidiano.
- Cromatografia de aminoácidos.
- Atividade de biotinidase.
- Hemoglobinopatias.
- 17OH progesterona.
- Tripsina imunorreativa.
Quais doenças o teste do pezinho consegue identificar?
A princípio, o teste do pezinho consegue detectar 50 doenças diferentes. Veja algumas:
Anemia falciforme
É uma enfermidade genética que altera a formação dos glóbulos vermelhos. Como resultado, essa malformação não permite que os glóbulos exerçam a função correta de oxigenação do fluxo sanguíneo. Em geral, os sintomas começam a aparecer entre os quatro e seis meses de vida. Por exemplo, icterícia (pele amarelada) e dores nos ossos, músculos e articulações, que podem se manifestar por meio de irritação, choro contínuo e falta de apetite.
Fibrose cística
Outra condição hereditária que compromete os pulmões e o sistema digestório, com maior chance de desenvolver infecções pulmonares e bronquiectasias. Ou seja, doenças como pneumonia, sinusite e bronquite. Também causa problemas no trato digestório e no pâncreas, impedindo a digestão adequada dos alimentos e a absorção de nutrientes. No entanto, com a progressão da doença, eleva-se o risco de ocorrer perda da capacidade pulmonar, diabetes, osteoporose e hemoptise (tosse com sangue).
Acidúria glutárica
É uma doença cuja principal deficiência é que o organismo não consegue metabolizar as proteínas. Apesar de ser rara, o problema pode desencadear a morte dos neurônios e levar à paralisia cerebral se não houver acompanhamento médico.
Hiperplasia adrenal congênita (HAC)
Grupo de alterações genéticas que limita a produção de hormônios pelas glândulas adrenais ou suprarrenais. Dessa forma, a criança não consegue se desenvolver normalmente. Por exemplo, as meninas possuem uma genitália ambígua e os meninos, um pênis mais alongado.
Por que fazer o teste do pezinho?
Além de prevenir óbitos, o teste ajuda a melhorar as perspectivas de tratamento da maioria das enfermidades diagnosticadas. “A depender da doença, além do tratamento pediátrico, pode ser preciso a atuação de uma equipe multidisciplinar para garantir doses adequadas dos tratamentos. Então quanto mais cedo for a intervenção, maior é o sucesso no desenvolvimento dessa criança. Ela ganha a chance de ter uma vida completamente normal como qualquer outra”, destaca a pediatra.