Solidão e tristeza podem acelerar velhice, aponta estudo de Stanford

Bem-estar Saúde
28 de Setembro, 2022
Solidão e tristeza podem acelerar velhice, aponta estudo de Stanford

Sentimentos que consideramos negativos, como solidão, tristeza e raiva fazem parte das emoções humanas. Contudo, se tais estados são uma situação frequente, eles podem afetar diretamente o modo como envelhecemos — e para pior. É o que sugere um estudo da Universidade de Stanford e da empresa chinesa Deep Longevity, que descobriu que solidão e tristeza contribuem para acelerar o dano molecular. Como resultado, o processo de envelhecimento pode se antecipar em até um ano e oito meses, segundo o achado científico.

Veja também: Afinal, qual a diferença entre saúde emocional e saúde mental?

Solidão e tristeza não são os únicos responsáveis

A aceleração do envelhecimento foi percebida em voluntários com histórico de AVC, doenças hepáticas e pulmonares, fumantes e em estado mental vulnerável. Outro dado interessante é que tais sentimentos negativos são mais nocivos para o envelhecimento do que o tabagismo. Além disso, ser solteiro, dormir mal e morar em área rural (devido ao acesso restrito a serviços médicos), também favorecem o quadro, segundo a pesquisa.

Como os pesquisadores mapearam a solidão e a tristeza?

A Deep Longevity criou uma espécie de relógio para monitorar os efeitos das emoções e do estilo de vida sobre o envelhecimento precoce. O equipamento é capaz de mapear dados como níveis de cortisol, pressão sanguínea e outras informações que ajudaram a medir o nível de estresse oxidativo. Ao todo, quase 12 mil pessoas adultos participaram do estudo, que foi feito na China.

O que é e a importância da saúde mental

Pesquisas como esta comprovam que a saúde mental precisa de atenção do sistema de saúde de qualquer país. Recentemente, um levantamento da Ipsos em 34 países, incluindo o Brasil, mostrou que quase metade da população considera a saúde mental um problema de saúde nacional. Essa percepção se agravou em 2020 e 2021, anos em que a pandemia prejudicou o mundo todo de diversas formas.

Afinal, como é possível melhorar a saúde mental diante de dificuldades financeiras, de saúde e tantos outros problemas que permeiam a nossa vida? Primeiro, é importante relembrarmos o significado do termo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a saúde mental é um estado de bem-estar que permite uma pessoa ser produtiva, colaborar com sua comunidade, exercer suas capacidades e se recuperar do estresse.

Como cuidar melhor das emoções

Sabemos que a vida é complexa e o contexto no qual vivemos impacta muito em nosso bem-estar. Dessa forma, muitas situações saem do controle, mas é possível gerenciar a forma como enxergamos e lidamos com as emoções. Veja algumas dicas:

  • Permita-se sentir emoções negativas. “Aceitar os sentimentos ruins é uma forma de se conhecer, entender seus gatilhos e como controlá-los”, recomenda o psicólogo Yuri Busin. Portanto, é normal ter raiva, medo e desespero, assim como é natural sentir alegria, euforia e outros sentimentos positivos. 
  • Independentemente de como foi seu dia, é saudável fazer um balanço diário de tudo o que houve, valorizando as pequenas conquistas e bons momentos desse período.
  • Tenha um tempo reservado para fazer o que gosta e faça disso um ritual diário, se possível. Exercite-se, leia um livro, cozinhe e faça tudo aquilo que lhe dê prazer, como forma de aliviar o estresse. 
  • Busque ajuda: ter apoio profissional e das pessoas de seu convívio faz toda a diferença para fortalecer a saúde mental. Além disso, o psicólogo ou psiquiatra podem avaliar se você está enfrentando algum transtorno emocional.
  • Por fim, trace metas, objetivos e um plano para alcançá-los. Assim fica mais fácil ter motivação quando há um propósito. Por exemplo, que tal começar a cuidar mais da saúde, estipulando correr sua primeira prova de 5 km?
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