Sintomas de esquizofrenia: como identificar e diagnóstico

A esquizofrenia é um transtorno mental crônico e complexo que afeta como uma pessoa percebe a realidade. Ela pode provocar alucinações, delírios e uma série de distúrbios cognitivos que prejudicam significativamente o dia a dia — afetando a capacidade da pessoa de trabalhar, interagir com outros e de cuidar de si mesma. 

Em alguns casos, os primeiros sinais são sutis, como desorganização ou desconfiança, e podem não ser reconhecidos como esquizofrenia imediatamente, sendo identificados posteriormente. Fatores como eventos estressantes e o uso de drogas também podem desencadear ou agravar os sintomas. 

Entender como a esquizofrenia se manifesta é importante para ajudar no diagnóstico e no tratamento precoce, o que contribui para melhorar o resultado. Conheça mais sobre os sintomas do transtorno, como é feito o diagnóstico e tratamento. 

Leia também: O que é esquizofrenia? 

Quais os sintomas de esquizofrenia?

Em geral, os sintomas da esquizofrenia são agrupados em quatro categorias: sintomas positivos, sintomas negativos, desorganização e comprometimento cognitivo. Uma pessoa pode apresentar sintomas de uma ou mais dessas categorias. 

Sintomas positivos

Os sintomas positivos da esquizofrenia manifestam um excesso ou distorção das funções normais da mente e do comportamento. Entre os principais sintomas, destacam-se os delírios, que consistem em crenças falsas que a pessoa mantém firmemente, mesmo diante de evidências contrárias.

A pessoa pode acreditar estar sendo vigiada ou enganada, o que caracteriza os delírios de perseguição. Além disso, ela pode pensar que mensagens em livros ou músicas são dirigidas a ela, o que caracteriza os delírios de referência.

Também há delírios mais extremos, como a sensação de que seus pensamentos estão sendo controlados ou transmitidos por outros. Esses delírios podem variar de ideias plausíveis, como medo de traição, a crenças totalmente inverossímeis, como a remoção de órgãos sem cicatrizes.

Nos sintomas positivos, também estão as alucinações, que envolvem a percepção de estímulos sensoriais que não estão presentes. As alucinações auditivas são as mais comuns, e a pessoa pode ouvir vozes que comentam sobre suas ações, conversam entre si ou fazem críticas abusivas. 

No entanto, as alucinações podem afetar todos os sentidos, como sentir odores inexistentes ou ver coisas que não estão lá.

Sintomas negativos

Os sintomas negativos de esquizofrenia se referem à diminuição ou ausência de certas funções mentais e comportamentais que são consideradas normais, como: 

• Apatia: a pessoa pode parecer desinteressada nas atividades que antes gostava, além de ter pouca motivação para realizar tarefas cotidianas;
• Isolamento social: há falta de interesse em se socializar e dificuldade em manter relacionamentos; 
• Diminuição da expressão emocional: a pessoa pode demonstrar pouca ou nenhuma emoção, tanto em expressões faciais quanto em tom de voz. 

Desorganização 

Os sintomas de desorganização afetam a capacidade de uma pessoa pensar e se comportar de forma clara e organizada.

• Pensamento desorganizado: pode se manifestar em falas incoerentes ou desordenadas, com mudanças abruptas de tema ou a incapacidade de seguir um raciocínio lógico;
• Comportamento desorganizado: inclui atitudes estranhas, gestos repetitivos ou a incapacidade de realizar tarefas cotidianas

Comprometimento cognitivo

O comprometimento cognitivo afeta as habilidades de concentração, memória e tomada de decisões. 

• Dificuldade de concentração: a pessoa pode achar difícil manter o foco em uma conversa, ler um livro, ver um filme ou seguir uma instrução simples, por exemplo; 
• Problemas de memória: o esquecimento frequente e a dificuldade em lembrar de informações importantes são comuns; 
• Dificuldade de planejamento e organização: realizar tarefas que exijam algum nível de planejamento pode se tornar extremamente complicado.

Como é feito o diagnóstico de esquizofrenia? 

O diagnóstico da esquizofrenia ocorre por meio de uma avaliação médica detalhada, pois ainda não existe um exame definitivo para a condição. O médico verifica se a pessoa apresenta dois ou mais sintomas principais, como delírios e alucinações, por um período mínimo de seis meses. Além disso, avalia se esses sintomas têm impacto negativo nas atividades diárias, como no desempenho escolar, no trabalho ou na vida social.

Exames laboratoriais ajudam a excluir outras condições que podem manifestar sintomas semelhantes, como problemas neurológicos, hormonais ou distúrbios relacionados ao uso de substâncias.

Ademais, médicos podem realizar exames de imagem, como tomografia ou ressonância magnética, para descartar tumores cerebrais. Embora esses exames possam revelar anormalidades cerebrais em pessoas com esquizofrenia, essas alterações não são específicas o suficiente para confirmar o diagnóstico do transtorno.

Afinal, como tratar a esquizofrenia? 

A esquizofrenia é uma condição crônica, mas pode ser tratada com uma abordagem integrada. O tratamento visa reduzir os sintomas psicóticos, prevenir novos episódios e a deterioração das funções, e oferecer suporte para que a pessoa possa viver de forma plena. A detecção e o início precoce do tratamento são essenciais para um prognóstico mais favorável.

Os principais componentes do tratamento incluem medicamentos antipsicóticos, reabilitação, apoio comunitário e psicoterapia. A educação familiar sobre o transtorno também é essencial, pois ajuda familiares e profissionais a compreender e lidar com os sintomas. 

Leia mais: Como funciona o tratamento para esquizofrenia?

Referências

Manual MSD | Versão Saúde para a Família

Pfizer 

Ministério da Saúde