O Retorno de Simone Biles: importância do cuidado com a saúde mental de atletas

Bem-estar Equilíbrio Movimento
17 de Julho, 2024
O Retorno de Simone Biles: importância do cuidado com a saúde mental de atletas

Estreou hoje (17/07), na plataforma de streaming Netflix, os dois primeiros episódios do documentário “O Retorno de Simone Biles“. A obra retrata a rotina e a volta ao esporte de uma das maiores ginastas da história, que irá participar das Olimpíadas de 2024, em Paris. 

Tanto o lançamento do documentário quanto a presença de Biles nos Jogos Olímpicos estão sendo muito esperados pelo público. Isso porque durante as Olimpíadas de Tóquio,  que ocorreu em 2022, a atleta teve coragem de expor questões delicadas sobre saúde mental no esporte de alta performance. A ginasta americana decidiu não continuar na disputa por uma medalha para cuidar de questões emocionais. Entenda melhor:

O Retorno de Simone Biles

A atleta americana era a favorita da competição individual, e também prometia levar seu grupo ao pódio na modalidade em equipe. Contudo, a estrela dos Jogos Olímpicos não pareceu muito confortável desde o momento em que chegou no Japão. Durante a fase de classificação, por exemplo, ela cometeu alguns erros nos aparelhos — continuou em primeiro lugar, mas com uma vantagem menor do que a esperada.

simone biles
Foto: Reprodução Instagram

Assim, durante a final por equipes, Simone Biles foi mal no primeiro salto e resolveu deixar a disputa para preservar a sua saúde mental e não prejudicar as colegas. No dia seguinte, pela manhã, veio a notícia: a atleta também não iria participar da final individual geral. Em seguida, Biles declarou: “Eu apenas não queria continuar. Não houve lesão, mas sim um pouco de orgulho ferido por uma prova ruim e um tanto mais de cuidado com a saúde mental.”

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Caso Naomi Osaka

Entretanto, naquele ano, Simone Biles não foi a única a falar sobre o assunto. A tenista japonesa Naomi Osaka, considerada uma das melhores do mundo, se despediu do torneio precocemente ao ser derrotada pela tcheca Marketa Vondrousova. Ela já havia declarado que enfrentava problemas emocionais e que a pressão do esporte a estva deixando com um sentimento de vulnerabilidade.

naomi osaka
Foto: Reprodução Instagram

Simone Biles, Naomi Osaka e a saúde mental dos atletas

Níveis muito elevados de expectativa e cobrança como os que ocorrem em competições internacionais aumentam os riscos de ansiedade, depressão e outros transtornos mentais. Dessa forma, momentos como esse aumentam as discussões sobre as chamadas habilidades socioemocionais — capacidade do ser humano de identificar e controlar suas emoções.

“A pressão por um excelente desempenho pode provocar alterações na saúde mental dos profissionais esportivos. Por isso, a competição acaba sendo difícil para eles”, avalia o psiquiatra Celso Lopes de Souza.

Ele também chama atenção para a necessidade de trazer o assunto à tona nas escolas. Afinal, de acordo com o especialista, o desenvolvimento das habilidades socioemocionais (como regulação das emoções, autocontrole e autoconhecimento) é um poderoso instrumento de transformação para uma vida mais saudável.

Como a mente pode afetar o desempenho?

“O único objetivo em uma grande disputa é a vitória. Mas existem outros ingredientes que fazem parte do caldeirão olímpico e que devem ser considerados e avaliados com muita cautela. Pois, além do talento, o emocional saudável do competidor também é fundamental para que, nos momentos mais decisivos, ele consiga se sentir seguro e preparado psicologicamente”, complementa a doutora em psicanáise Andréa Ladislau.

De acordo com a profissional, a performance de um atleta não é influenciada somente pela preparação física para o desafio. Mas também por questões como motivação, autoconfiança, autocontrole, concentração, foco e suporte emocional adequado. “Enfim, por trás de cada atleta existe um indivíduo único que busca no esporte a superação de seus limites. Entretanto, essa busca pode e deve ser melhor trabalhada considerando o fator psíquico e emocional”, finaliza.

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Fonte: Celso Lopes de Souza, psiquiatra pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP) e o idealizados do Programa Semente / Andréa Ladislau, doutora em psicanálise e Membro da Academia Fluminense de Letras – cadeira de numero 15 de Ciências Sociais.

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