O que é saúde mental e por que ela é essencial para uma vida feliz
Quando o assunto é saúde, o termo é automaticamente relacionado ao estado de boa disposição física, à capacidade de autonomia para se movimentar e praticar esportes e, ainda, à ausência de enfermidades. Contudo, um aspecto essencial para que se leve uma vida saudável diz respeito à saúde mental.
O bem-estar mental é um importante fator que possibilita o ajuste necessário para lidar com as emoções positivas e negativas. Nos dias atuais, investir em estratégias que possibilitem esse equilíbrio é essencial para um convívio social mais saudável e uma vida mais serena. Há várias maneiras de fazer isso, no meu caso, compartilhar experiências sobre os assuntos que mais gosto, é o melhor para equilibrar meu “eu interior”.
O que é saúde mental
A saúde mental pode ser resumida grosseiramente em uma palavra: equilíbrio. “É o estado de bem-estar, quando o indivíduo consegue lidar bem com as questões do dia a dia”, acrescenta o psicólogo Yuri Busin.
De acordo com o especialista, é essencial ter uma vida equilibrada diante das oscilações da vida. “Estresse, pressão no trabalho, algo que não sai como o planejado. Tudo isso pode afetar profundamente a saúde mental de uma pessoa e é necessário olhar para si próprio para aproveitar os momentos, mesmo em meio a dificuldades”, alerta o psicólogo.
No cenário em que vivemos, buscar alternativas que possibilitem a harmonia de suas relações é uma urgente necessidade. A Organização Mundial de Saúde (OMS) aponta que o conceito de saúde é bem mais abrangente que a ausência ou presença de uma doença, é um completo estado de bem-estar físico, mental e social, precisando de atenção em todas suas vertentes.
Com a vida tendo como protagonista o imediatismo – dezenas de responsabilidades e tarefas com pouco tempo para executá-las – é comum deixar a emoção sobrepujar o lado racional. “Somos altamente influenciados pelas nossas emoções, tanto positiva quanto negativamente. As emoções são capazes de afetar a tomada de decisão. Por isso, o principal ‘segredo’ é conhecê-las para aprender a controlá-las”, explica Busin.
Importância do bem-estar para a saúde mental
De acordo com Bellmond Viga, pesquisador de desenvolvimento humano, terapeuta holístico e estudante de yoga, assim como a saúde física, a parte mental é integrante e complementar. Isso porque sua manutenção auxilia nas funções orgânicas, ou seja, para executar suas habilidades pessoais e profissionais. Por isso, entender a importância da estabilidade de sua saúde e sua intensa relação com o seu bem-estar é fundamental. Fazendo com que importantes fatores possam influenciar nesta manutenção, como a atividade física, alimentação saudável, ferramentas que proporcionam desenvolvimento como livros, teatros, músicas, troca de experiências e terapias.
O estímulo mental e físico contribui intensamente no desenvolvimento humano e na espiritualidade, por isso, devemos reservar parte do nosso dia para este cultivo, assim podemos passar pelas transições nos mantendo cada vez mais conscientes.
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A saúde mental também afeta a economia
A saúde mental não impacta apenas as pessoas, mas também a economia. Uma pesquisa realizada pela publicação médica The Lancet estima que o custo mundial com o tratamento de transtornos decorrentes de desequilíbrios mentais poderá chegar a US$ 16 trilhões.
Sintomas de desequilíbrio da saúde mental
Embora o estado mental seja afetado quando algo não vai bem, é o corpo que avisa que necessita de atenção. Eis alguns indícios:
- Insônia ou muito sono;
- Fadiga ou falta de ânimo para executar até atividades mais simples;
- Isolamento social (perde-se a vontade ou o interesse em interagir com amigos, família, pessoas do convívio em geral).
- Alterações no humor – irritabilidade constante, com paciência fragilizada, por exemplo;
- Compensações excessivas, como comer demais, ou ficar sem comer, comprar coisas sem necessidade como forma de se presentear perante as dificuldades;
- Consumo indiscriminado de drogas e álcool;
- Falta de concentração e foco. Começa várias atividades, mas tem dificuldade para concluí-las. Ler um texto, por exemplo, torna-se um desafio;
- Pensamentos negativos predominantes;
- Preocupação excessiva com o futuro ou com algo que pode nem acontecer.
Por que se preocupar com esses sintomas?
No longo prazo, tais comportamentos podem levar a patologias e transtornos mais sérios, como depressão, síndrome do pânico e até suicídio. Somente um psicólogo, psiquiatra ou outro especialista da área da saúde mental está apto a diagnosticar um possível problema e as formas de combatê-lo.
Síndrome de Burnout
A síndrome de Burnout é um dos diversos transtornos mentais. Significa entrar em colapso físico e mental por causa da pressão excessiva no trabalho e do acúmulo de funções e responsabilidades que, ao longo do tempo, causam consequências para a saúde.
Dessa maneira, esse problema tem afetado especialmente as gerações mais jovens, principalmente as novas lideranças, segundo pesquisa feita pela LHH do Grupo Adecco, empresa suíça de recursos humanos que atua em 60 países. Os resultados mostraram que 38% das pessoas ouvidas dizem ter sofrido da síndrome de Burnout; 45% fazem parte da Geração Z (nascidos entre 1995 e 2010), os Millennials ou Geração Y (nascidos entre 1983 e 1994), 42% sentiram o desequilíbrio em sua saúde mental. Já para a geração X (nascidos entre 1961 e 1982), 35%, e entre os Baby Boomers (nascidos entre 1945 a 1960) 27% puderam sentir o esgotamento da síndrome.
Dicas para cuidar melhor da sua saúde mental
Assim como o corpo precisa de exercício físico e alimentação saudável para manter seu pleno funcionamento, a mente exige alguns cuidados para você se manter positivo e fortalecido, mesmo quando o cenário da vida não está muito favorável.
- Permita-se sentir emoções negativas. “Aceitar os sentimentos ruins é uma forma de se conhecer, entender seus gatilhos e como controlá-los”, recomenda Busin. Dessa forma, é normal ter raiva, medo e desespero, assim como é natural sentir alegria, euforia e outros sentimentos positivos;
- Tenha um tempo reservado para fazer o que gosta e faça disso um ritual diário, se possível. Por isso, exercite-se, leia um livro, cozinhe e faça tudo aquilo que lhe dê prazer, como forma de desopilar a mente;
- Trace metas, objetivos e um plano para alcançá-los. Assim, fica mais fácil ter motivação quando há um propósito a ser cumprido. Por exemplo, que tal começar a cuidar mais da saúde, estipulando correr sua primeira prova de 5 km?
Para Bellmond, é essencial utilizar suas horas de lazer para trocar experiências de qualidade, inclusive a tecnologia. “Neste período pós-pandêmico, provamos que a tecnologia ajuda sim no desenvolvimento humano e principalmente em seu autoconhecimento. E com a chegada dela, tivemos fácil acesso a diversos pontos, como, por exemplo, assistir aulas online, filmes e podcasts, além de nos permitir compartilhar nosso dia em redes sociais. Utilizar a tecnologia com consciência, principalmente em funções que nos agreguem forças positivas, é o futuro”, explica.
Por fim, o pesquisador Bellmond ressalta a importância de descobrir novos horizontes e trocar experiências em comum. “Isso ajuda os jovens a desenvolverem sua inteligência emocional e espiritual, uma educação consciente, principalmente para os que buscam bem-estar mental e físico”, diz.
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Fontes
Yuri Busin, psicólogo doutor em neurociência do comportamento e diretor do Centro de Atenção à Saúde Mental – Equilíbrio (CASME); Bellmond Viga, que é cofundador e Diretor de Operações da Kornerz, pesquisador de desenvolvimento humano, terapeuta holístico e estudante de yoga.