Sabonete íntimo: vale a pena usar? Conheça mais

Não há mulher que, diante da variedade de sabonetes íntimos na prateleira da farmácia, não tenha se perguntado se aquele tipo de produto deveria ser um item obrigatório na hora do banho. Será que vale a pena usar o sabonete íntimo?

Pois saiba que a pergunta não é tão simples de responder, pois o tema divide os especialistas. 

Como o sabonete íntimo age?

Primeiro, vamos entender para o que serve, exatamente, o sabonete íntimo. A vagina tem uma flora de microorganismos, como fungos e bactérias, que mantêm a região com um pH levemente ácido e a protege de infecções. 

Algumas atitudes e hábitos do dia a dia (como usar roupas apertadas, comer certos alimentos, vestir calcinhas de tecidos que não deixam a região respirar),  no entanto, desequilibram a flora e alteram o pH. 

O resultado? Corrimento. 

É aí que entra o sabonete íntimo: ele tem pH ácido, o que traz de volta o equilíbrio da flora vaginal.

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Então, o uso do sabonete íntimo é sempre indicado?

Não. A vagina é um órgão autolimpante que também tem a capacidade de se autorregular, ou seja, de retornar ao pH ácido quando as condições da flora voltam ao normal. 

“E deixar a vagina ficar muito ácida, o que pode acontecer com o uso do sabonete, também representa um desequilíbrio. Ou seja, o produto pode causar corrimento também”, pondera a médica Bruna Knudsen, que não recomenda o uso em nenhuma ocasião.

Já para a ginecologista Ana Mondragon, não há problema em usá-los, desde que isso não aconteça mais do que duas vezes por dia, justamente para não haver desequilíbrio. 

Assim, as médicas relataram que não é incomum terem pacientes que limpam suas partes íntimas com este tipo de sabonete até seis vezes por dia, o que não é recomendado em nenhum caso.

Como usar?

Antes de comprar o produto na farmácia, consulte seu ginecologista para saber o que é melhor no seu caso. Pois, se você tiver candidíase de repetição, por exemplo, pode ser que ele não recomende. 

Contudo, se o médico liberar, coloque uma pequena quantidade de sabonete na palma da mão e, delicadamente, lave apenas a vulva (a parte externa do aparelho genital feminino). 

“É muito importante saber que jamais devemos passar qualquer tipo de produto na vagina, que é a parte interna do aparelho genital. Nem mesmo água”, ressalta a dermatologista Letícia Piccolo.

Existem outras opções?

Sim. Algumas alternativas ao sabonete íntimo são o de glicerina e o de bebê. Além disso, para evitar a proliferação de fungos na vagina, procure dormir sem calcinha, prefira roupas íntimas de algodão e evite roupas muito justas. Quando estiver em casa, por exemplo, opte por calças larguinhas de tecidos frescos.

Em resumo, o uso do sabonete íntimo não deve ser feito sem o conhecimento e aprovação do seu médico, pois pode desencadear infecções e corrimentos.

Fontes: Bruna Knudsen, médica especialista em saúde da mulher, Ana Paula Mondragon, médica ginecologista e obstetra pela Faculdade de Medicina de Jundiaí e especialista em Medicina Fetal pelo Centro de Estudos Fetus, em São Paulo, e Letícia Piccolo, ginecologista especialista em fertilidade e reprodução humana.