Robin Williams e Bruce Willis: o que as doenças dos atores têm em comum?
Robin Williams foi um dos atores mais importantes de Hollywood. Ele cometeu suicídio 2014, cerca de seis meses após começar a sentir os sintomas de uma doença chamada demência com corpos de Lewy. Já Bruce Willis, outro ator renomado, recebeu, primeiramente, o diagnóstico de afasia, uma doença que causa dificuldades na linguagem e comunicação. Mais recentemente, o ator descobriu que possui, na verdade, demência frontotemporal. Mas afinal, o que as demências de Robin Williams e Bruce Willis têm em comum?
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Robin Williams, Bruce Willis e demências semelhantes
A demência com corpos de Lewy, doença de Robin Williams, é uma doença neurodegenerativa que afeta principalmente pessoas acima dos 60 anos. É, então, caracterizada pela presença de agregados anormais de proteínas no cérebro. São os corpos de Lewy, que podem causar flutuações no estado mental, alucinações visuais, problemas de sono, rigidez muscular, tremores e problemas de memória.
Já a demência frontotemporal (DFT), doença de Bruce Willis, afeta principalmente as áreas frontal e temporal do cérebro. Assim, causa mudanças de personalidade, comportamento e linguagem. Os sintomas também podem incluir apatia, impulsividade, perda de empatia, dificuldades na comunicação, alterações no apetite e na higiene pessoal.
Ambas as doenças apresentam sintomas semelhantes aos da doença de Alzheimer, dificultando o diagnóstico. Dessa forma, elas não possuem cura, mas os tratamentos podem ajudar a aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.
Alcoolismo pode ter colaborado
As demências podem surgir através de uma série de fatores, como lesões vasculares, deficiências nutricionais, impactos na cabeça ou genética, mas o estilo de vida é um dos principais fatores que podem colaborar para o desenvolvimento da condição.
No caso de Robin Williams e Bruce Willis, ambos já haviam comentado anteriormente sobre seus problemas de alcoolismo e o impacto que ele causava em suas vidas. De acordo com o Pós-PhD em neurociências, Dr. Fabiano de Abreu Agrela, esse pode ter sido um fator crucial para o desenvolvimento das demências
“Não podemos afirmar que essa foi a causa isolada das demências, mas analisando os dois casos podemos perceber que esse é um ponto em comum e não deve ser ignorado. A ciência já demonstrou os efeitos negativos do abuso de substâncias, como álcool, má qualidade de sono, alimentação desequilibrada, sedentarismo, entre outros hábitos nocivos, contribuem para o surgimento e desenvolvimento de doenças neurodegenerativas”, explica Dr. Fabiano.
Fonte: Dr. Fabiano de Abreu Agrela, Pós-PhD em neurociências.