Bruce Willis é diagnosticado com demência frontotemporal. Entenda 

Saúde
17 de Fevereiro, 2023
Bruce Willis é diagnosticado com demência frontotemporal. Entenda 

A família de Bruce Willis, anunciou nesta quinta-feira (16), que o ator foi diagnosticado com um tipo de demência chamada frontotemporal, abreviada como FTD. Bruce, com 68 anos,  já estava afastado da carreira desde 2022, quando apresentou afasia, um distúrbio de linguagem que afeta a comunicação.

O ator é considerado o herói dos filmes de ação de Hollywood após protagonizar sucessos como “Duro de Matar”, “Pulp Fiction: Tempos de Violência” e o “O Sexto Sentido”. Assim, a condição de Bruce ainda não tem cura, e os principais sintomas são: perda de memória, mudança de personalidade, desorientação e dificuldades de comunicação. 

Contudo, a família anunciou que embora a notícia “seja dolorosa, é um alívio finalmente ter um diagnóstico claro”. Além disso, em um comunicado, os familiares informaram que “hoje não há tratamentos para a doença, uma realidade que esperamos que possa mudar nos próximos anos.” 

Continue lendo e entenda o que é a demência frontotemporal. 

Veja também: Risco de demência pode ser reduzido com quantidade de passos diários, segundo estudo

Bruce Willis está com demência frontotemporal: Entenda a condição 

A demência frontotemporal é resultado de doenças espontâneas e hereditárias que ocorrem por razões desconhecidas. Com o desenvolvimento da condição, o lobo frontal e, por vezes, o lobo temporal do cérebro se degeneram e sofrem um encolhimento e com isso, levam a perda das células nervosas. Dessa forma, a demência desencadeia os sintomas mais comuns, como os que foram descritos pela família de Bruce Willis. 

Nesse sentido, os efeitos da doença são notados com o tempo, já que ela apresenta uma progressão lenta de deterioração da função mental. Portanto, o pensamento, o juízo e a capacidade de aprender são os primeiros sinais cognitivos afetados que indicam a condição. 

Principais sintomas 

A FTD é recorrente em 1 a cada 10 casos de demência, ou seja, possui alta incidência. Considerando o cenário brasileiro, de acordo com o Ministério da Saúde, 1,2 milhão de pessoas têm alguma forma de demência. Dessa forma, os principais sintomas da doença incluem: 

  • Mudanças na personalidade e no comportamento;
  • Problemas com a linguagem;
  • Dificuldade de pensar de forma abstrata;
  • Falta de atenção;
  • Perda de memória; 
  • Dificuldade de se comunicar e apresentar ideias;
  • Distração frequente; 
  • Músculos atrofiados;

O progresso da doença do ator

No caso específico do ator Bruce Willis, o tipo de demência frontotemporal que ele apresentava, era caracterizado como uma afasia progressiva primária, e a família observou que a sua linguagem estava ficando prejudicada e reduzida com o passar do tempo acompanhada de alterações de comportamento e da personalidade e com a presença de alterações do humor.

De acordo com a gerontóloga, Thais Bento Lima, especialista em envelhecimento, “a perda gradativa da linguagem que ocorre na afasia progressiva primária (APP). Portanto, além de causar impacto na vida do indivíduo requer constantes adaptações do indivíduo e de sua família para lidar com as dificuldades linguísticas, cognitivas, emocionais que aumentam com o decorrer do tempo”.

Tratamento da demência de Bruce Willis

Como a demência frontotemporal ainda não tem cura, o tratamento é feito com medidas de apoio que focam em controlar os sintomas do paciente e oferecer suporte necessário para uma qualidade de vida estável. Assim, o acompanhamento paliativo pode contar com o apoio de medicamentos antipsicóticos e sessões de fonoaudiologia. 

Por fim, ajustes no ambiente do paciente são indispensáveis para promover um ambiente seguro e estável que o ajude com os problemas de desorientação. Assim, ter uma rotina fixa também estimula o paciente a exercitar a memória e manter um nível de autonomia e independência.

Como prevenir demências?

As demências em geral são progressivas e não tem cura. No entanto, a condição do ator Bruce Willis reforça a importância de olhar para o processo de envelhecimento com bons hábitos de vida e o estímulo cognitivo

A gerontóloga aponta que as demências seguem em estudo em todo o mundo, mas a ciência já sabe que bons hábitos são fundamentais para prevenir a manifestação delas, sobretudo em casos em que há prevalência genética. “Neste contexto, a estimulação cognitiva e a ginástica para o cérebro são uma opção interessante que estimula o cérebro e contribuiu para o retardo ou não manifestação da doença em casos mais propícios a ela”, conclui Thais.

 

Fonte: Thais Bento Lima, parceira científica do Método Supera, gerontóloga, professora e doutora pela Universidade de São Paulo.

Referência: Manual MSD. 

Sobre o autor

Tayna Farias
Jornalista e repórter da Vitat. Especialista em gravidez e maternidade

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