Rizartrose: tudo sobre o desgaste que afeta o polegar
Conhecida como uma das “doenças do mundo moderno“, a rizartrose é a artrose ou o desgaste do trapézio-metacarpiana. Apesar do nome difícil, é bem simples de localizá-lo — é a articulação da base ou raiz do polegar (do grego: RIZA = RAIZ), responsável pela maior parte dos movimentos do dedo, como abrir, fechar e rotacionar.
“O polegar contribui para, pelo menos, 50% da função da mão. Dessa forma, está sujeito a uma sobrecarga de estresse que, associado a uma atividade que exige movimento de pinça do polegar, pode levar à rizartrose”, destaca Marcelo Rosa de Rezende, presidente da SBCM (Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão).
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Quais são as causas da rizartrose?
De acordo com Fernando Penteado, ortopedista e especialista em mão do Hospital Santa Catarina, existem diversos movimentos que forçam a pressão com o polegar (movimento de pinça). Por exemplo:
- Escrever com lápis ou caneta.
- Girar uma chave.
- Abrir uma tampa de garrafa.
- Abrir um pote de alimentos.
- Mexer no celular.
Ou seja, são gestos comuns ao dia a dia, mas quando são realizados de forma muito repetitiva, levam à artrose do local, seja leve ou avançada, cujo desgaste costuma ser doloroso para o indivíduo. Se a causa estiver relacionada ao uso excessivo da região, o diagnóstico será LER (lesão de esforço repetido). Além disso, há outras razões que podem ocasionar a rizartrose, como predisposição genética acompanhada de algum tipo de malformação ou fragilidade articular; e fraturas ou contusões que deixaram sequelas, normalmente por não terem se curado adequadamente.
Sintomas da rizartrose
Os sinais da rizartrose começam de forma discreta. A princípio, a pessoa sente dor na articulação da base do polegar, que incomoda apenas com a movimentação. Com o avanço da rizartrose, o desconforto é persistente mesmo com a mão em repouso e inchaço do local, devido à inflamação causada pelo desgaste. Por fim, se não houver tratamento, o polegar perde sua força e o movimento torna-se limitado.
Afinal, rizartrose tem cura?
Infelizmente ainda não há cura, mas existe o controle da doença e dos seus sintomas. No entanto, é preciso seguir à risca as recomendações médicas para evitar a evolução do quadro.
Tratamento da rizartrose
Imediatamente após o diagnóstico, o primeiro passo é alterar as atividades de rotina, começando pela redução de determinados tipos de movimentos e esforços. Ou seja, se você tem o hábito de passar várias horas do dia no celular, deverá diminuir a interação com o aparelho. Também poderão ser prescritos alguns medicamentos, acessórios e terapias para melhorar a dor e a qualidade do movimento do polegar, como:
- Anti-inflamatórios.
- Fisioterapia.
- Órteses (talas) específicas.
- Infiltrações da articulação.
Cirurgia para rizartrose
Segundo Penteado, é indicada em último caso, quando o paciente não melhorou após os tratamentos. O procedimento também pode ser realizado quando há alguma deformidade ou limitação funcional relevantes. Normalmente, é feita a artroplastia de suspensão, que substitui o osso trapézio por um dos filamentos do tendão do próprio polegar do paciente. Em outras palavras, essa fita do tendão, que se chama abdutor longo do polegar, servirá como uma espécie de prótese. Sua função primária é de abrir e fechar o polegar, e possui três fitas ou filamentos, e um deles pode recompor a base do polegar para retomar a estabilidade, força e movimento sem dores. Contudo, mesmo com a cirurgia, será necessário manter o acompanhamento médico e os cuidados para evitar novas complicações.
Perguntas frequentes
Como é a recuperação da cirurgia?
Logo depois do procedimento, a mão é imobilizada com uma tala para evitar a movimentação do polegar. Passados 7 dias, é preciso voltar ao consultório para a troca de curativo e observar se há algum problema, e a retirada dos pontos geralmente ocorre uma semana depois da primeira visita. Nesse meio tempo, é necessário ficar com a mão para o alto para evitar edemas e desconfortos. Por isso, se a recuperação puder ser em casa e em total repouso, é melhor. Para aliviar a dor, são prescritos analgésicos e, dependendo do médico, pode indicar o uso de antibióticos.
Depois da recuperação, o que preciso fazer?
São aproximadamente 3 ou 4 semanas que a área operada precisa para se recuperar. A partir da alta médica, é necessário fazer fisioterapia para recuperar os movimentos e a força do polegar. O número de sessões será indicado pelo especialista, e o sucesso do tratamento depende da assiduidade do paciente. Portanto, faltar a uma sessão ou estender o intervalo da fisioterapia pode atrapalhar a reabilitação e demorar mais tempo para retornar às atividades normais.
Existe um grupo mais vulnerável à rizartrose?
Além da predisposição genética e do histórico de lesões da região, a rizartrose afeta mais mulheres na faixa dos 40 anos por causa da tendência à frouxidão ligamentar, que gera instabilidade e o desgaste articular pela repetição excessiva ou por outros motivos.
Fontes: Fernando Penteado, ortopedista e especialista em mão do Hospital Santa Catarina – Paulista; e Marcelo Rosa de Rezende, presidente da SBCM (Sociedade Brasileira de Cirurgia da Mão).