Atividade física melhora a resposta imunológica da vacina contra a Covid-19

Bem-estar Movimento Saúde
03 de Fevereiro, 2022
Atividade física melhora a resposta imunológica da vacina contra a Covid-19

Embora a vacinação já esteja avançada no Brasil, os casos ultrapassam taxas históricas. À medida que as taxas de transmissão aumentam, a população segue em busca de formas para melhorar a saúde. Uma das maneiras é melhorar a resposta imunológica do organismo, ou seja, aumentar a imunidade. 

A atividade física, por exemplo, é uma das ações que precisam ser tomadas e incentivadas para se ter uma vida mais saudável, pois previne doenças e ajuda no tratamento de outras, seja ela Covid-19 ou influenza. 

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Pesquisa indica que atividade física melhora resposta imunológica da vacina

Recentemente, a Universidade de São Paulo (USP) realizou um levantamento com 1.095 voluntários que tomaram o imunizante Coronavac. Entre eles, 898 tinham doenças autoimunes, dos quais 494 foram classificados como ativos fisicamente e 404 sedentários. 

Além disso, no restante dos voluntários, 197 não eram imunossuprimidos. Desse percentual, 128 participantes foram considerados ativos e 69 inativos. Como resultado, a pesquisa mostrou que nos participantes ativos houve maior produção de anticorpos (IgG total), os mecanismos de defesa contra a covid-19. A pesquisa também apontou que a quantidade de anticorpos neutralizantes (NAb), que impedem o contato do vírus com as células humanas, aumentou

Exercício físico X resposta imunológica

Uma outra pesquisa publicada, desta vez pelo Doutor em Ciências da Saúde, Paulo Gentil, comprova a relação positiva entre exercício físico e a resposta imunológica da pessoa. Ele explica que fez uma revisão de literatura e metanálise concluindo que as evidências mostram pessoas fisicamente ativas desenvolvem mais anticorpos.

“As conclusões que a gente tirou desse estudo foram que o exercício pode ser muito bom, e dependendo da forma como ele for realizado, pode ser um remédio ou um veneno pro sistema imune. Ou seja, os exercícios de duração mais longa podem deprimir a imunidade, já os exercícios de duração mais curta costumam estimular a imunidade. Por isso é extremamente importante que o exercício seja prescrito e acompanhado por alguém que entende desse tema”, explica o Doutor em Ciências da Saúde.

O infectologista Victor Bertollo aponta que apesar dos poucos estudos associando os imunizantes contra a covid e atividade física, há evidências dessa relação com outras vacinas. “Pessoas que praticam regularmente atividade física tendem a ter uma melhor resposta à vacinação, tanto a resposta celular quanto a produção de anticorpos. E isso potencialmente estaria associado a uma maior eficácia e efetividade das diferentes vacinas”, acrescenta o médico do Hospital Anchieta de Brasília.

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Atividade física pós-infecção por covid-19

Fraqueza, cansaço, falta de ar e dores articulares, são algumas das diversas sequelas que o coronavírus pode deixar no corpo da pessoa recuperada da doença. Thais Yeleni, presidente do Sindicato das Academias do Distrito Federal (Sindac-DF) explica a importância da atividade física para o paciente pós-covid: “A pessoa que se mantém ativa, com uma boa alimentação, atividade física regular de média a baixa intensidade, e um bom sono, tende a diminuir em até 60% os efeitos do pós-covid”, acrescenta.

“Fizemos estudos em relação ao nosso segmento. Nos tornamos mais seguros do que vários outros ambientes, tais como mercados, farmácias, shopping, lojas, restaurantes, bares, inclusive até o próprio hospital”, explica a presidente do Sindac-DF. Ela continua: “temos um estudo que mostra que os protocolos aplicados tornaram o ambiente extremamente seguro. Então nossos protocolos inclusive foram validados, melhorados por infectologistas da USP, baseados em protocolos de outros países que tiveram muito sucesso na retomada das atividades”, conclui.

Lockdown e saúde física: como melhorar essa relação

Um estudo sobre os efeitos psicológicos e físicos causados pelo lockdown, publicado em janeiro de 2022 pelos pesquisadores Jonas Herby, Lars Jonung e Steve H. Hanke, explica que apesar dos dados apresentarem números reduzidos de contágio por covid-19 durante a interrupção de serviços, essa ação pode causar sérias mudanças no comportamento das pessoas. É extremamente difícil diferenciar os efeitos da conscientização e do que os autores chamam de NPI (non-pharmaceutical intervention).

A pesquisa defende que há outras maneiras mais saudáveis de impedir que o vírus se prolifere. Nesse sentido, continua valendo o distanciamento social voluntário, higienização das mãos e uso de máscaras. Outro ponto relevante para a análise do lockdown é a inatividade, ou seja, as pessoas se movimentam menos e trabalham sentadas. Como consequência, podem surgir sérios riscos à imunidade e à saúde mental.

Para melhorar este aspecto, não importa se a atividade física é feita em casa ou na academia, antes ou após a vacinação. Ela simplesmente precisa ser praticada, como explica o doutor em Ciências da Saúde, Paulo Gentil. “Por exemplo, quando a gente observa a função imune e o risco de adoecimento de pessoas fragilizadas, como idosos e pessoas com doenças crônicas, percebemos que pessoas com alta aptidão física adoecem menos e têm melhor imunidade. Por outro lado, se a pessoa tiver uma baixa aptidão física e levar uma vida sedentária e começar a fazer atividade, a imunidade dela melhora e o risco de adoecimento cai rapidamente. Então o ideal é que se esteja fisicamente ativo, independente do momento”, conclui.

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Sobre o autor

Fernanda Lima
Jornalista e Subeditora da Vitat. Especialista em saúde

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