Remoção das trompas pode prevenir câncer de ovário, diz estudo

Saúde
08 de Maio, 2023
Remoção das trompas pode prevenir câncer de ovário, diz estudo

O câncer de ovário é o oitavo tipo de neoplasia mais comum entre as brasileiras, de acordo com o Instituto Nacional de Câncer (INCA). Contudo, um novo estudo parece ter encontrado uma forma de prevenir a doença. Uma pesquisa da Ovarian Cancer Research Alliance (OCRA), de Nova York, concluiu que a maioria dos casos de câncer de ovário têm origem nas trompas de falópio — portanto, a remoção torna-se mais indicada do que a laqueadura. A investigação durou 16 anos, com o acompanhamento de 200 mulheres nesse período.

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Câncer de ovário pode se originar nas trompas

Há apenas um mês ocorreu o anúncio de uma nova recomendação do Instituto de Pesquisa do Câncer de Ovário de Nova York (OCRA). Mulheres que não pensam em ter mais filhos devem considerar a remoção de suas trompas de falópio, em vez de fazer a laqueadura.

A orientação assusta, mas se baseia num importante dado da Sociedade Americana do Câncer (ACS): a maioria dos casos de carcinomas serosos de alto grau (tipo mais comum de câncer de ovário) nascem nas trompas.

Publicado na revista The Lancet e foi conduzido no Reino Unido, a expectativa era de que o estudo indicasse que a detecção precoce da doença seria capaz de reduzir a mortalidade. Contudo, não foi o caso, o que gerou grande decepção na comunidade médica. Em contrapartida, ficou evidente que a remoção das trompas pode, sim, reduzir essa taxa.

Para se ter uma ideia da situação no Brasil, as estruturas de pesquisa atuais do INCA preveem o surgimento de mais de 7,3 mil casos de câncer de ovário por ano. Ou seja, uma taxa de 6,62 casos novos a cada 100 mil mulheres.

Todo mundo pode fazer remoção das trompas?

Igor Padovesi, ginecologista e obstetra pela USP e médico do Hospital Albert Einstein explica que, por ora, a atual recomendação tem foco em mulheres que vão fazer algum tipo de cirurgia abdominal. Por exemplo, vesícula, apêndice, cirurgias intestinais, bariátrica etc.

“Essas mulheres podem conversar com seus médicos sobre isso e, oportunamente, removerem suas trompas como forma de evitar esse câncer agressivo e de alta mortalidade”, diz o especialista.

Entretanto, Padovesi reforça que a opção é pertinente a mulheres que, decididamente, não têm mais a intenção de engravidar.

“Já há alguns anos existe essa recomendação a mulheres que desejam se submeter à esterilização definitiva. Mas a maioria dos médicos ainda não está atualizada sobre essa proposta”, comenta o médico.

A avaliação positiva do ginecologista em relação à salpingectomia oportunista ganha peso quando se trata de pacientes com predisposição comprovada a desenvolver a doença. “A esse perfil de mulheres, a remoção das trompas de falópio já é recomendada há muitos anos”, diz. Além disso, o procedimento é simples, seguro e de baixo risco de complicações cirúrgicas.

Fonte: Igor Padovesi, ginecologista e obstetra | CRM-SP 134.933 – RQE 40093.

 

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